por Mário Henrique Guerreiro (*)
As imensas filas de pacientes em busca de atendimento médico nas unidades básicas de saúde, UPA’S e hospitais que assistimos nas cidades brasileiras são demonstrações lacônicas da falência múltipla do sistema brasileiro de saúde pública (SUS).
Mesmo com o avanço científico e tecnológico na área da saúde, capaz de mostrar ao mundo inventos e pesquisas, que contribuem na cura de enfermidades, ainda convivemos com situações que levam ao óbito pacientes por falta de condições minimas de atendimento médico hospitalar.
O tão dito: ” … é melhor prevenir que remediar…”, e que todos sabem que é melhor mesmo, mas que infelizmente na prática não passa de retórica política, pois a realidade é totalmente outra.
— ARTIGOS RELACIONADOS
Como estabelecer uma prevenção, se nossas cidades são construídas pensando na beleza apenas, e uma simples chuva leva à calamidade pública, sem saneamento, sem sistema de drenagem, canalização a céu aberto e o destino é o rio como depósito e nos alimentamos dos rios?
Como prevenir se a fila para simples exames só podem ser agendadas para outro ano, por que não tem vaga. Quantos pacientes foram a óbito sem fazer seus exames e continuam na espera das agendas?
A visão regional de polarizar os atendimentos de altas complexidades, e que concordo, pois sabemos o custo operacional e tecnológico utilizado para o funcionamento dos hospitais regionais, mas em contrapartida se não fortalecermos as cidades vizinhas, oferecendo condições mínimas ao atendimento de médias complexidades, a tendência é o estrangulamento do sistema regional que não terá capacidade de atender a demanda.
Os municípios brasileiros estão sem condições de gerir uma saúde plena, enfiado de goela abaixo pelos Estados e União. Os entes federativos municipais, que recebem a menor fatia do bolo financeiro da União, tem que carregar nas costas todos os problemas da saúde pública da União.
É impossível fazer saúde plena com as migalhas que são repassados ao municípios. Que infelizmente, às vezes, ainda são mal geridos e desviados.
Pensar qualquer politica pública regional passa, inexoravelmente, pelo fortalecimento das unidades que compõem a região, sob pena do fracasso regional.
A frase “de médico e de louco todos nós temos um pouco” serve como anestésico, ou conformismo, mostrando que a ausência do sistema de saúde nos remete à loucura da automedicação, nociva à saúde.
Nem médico, nem louco, queremos uma saúde pública de qualidade.
– – – – – – – – – – – – – – – – – – –
* É professor e geólogo. Escreve regularmente neste portal.
Leia também de Mário Guerreiro:
Uma caldeirada só
O caminho aponta para a privatização do sistema, onde o seu dinheiro fica aplicado e tenpermite acesso à saúde de qualidade. Pôs enquanto for administrado no setor público e cabides de emprego e fonte de renda para políticos e seus asseclas
Uma coisa eu tenho certeza, se todos fossem atendidos pelo SUS , juizes, desembargadores, presidente, politicos, empresários e todos, o sistema de saúde funcionaria. Mas o privado aos poderosos e o SUS para o povo. JAMAIS.
Bela contribuição ao enfático artigo Dr. Karllison.
O Subfinanciamento da União para com os municipios é o maior câncer que temos. É impossível cumprir as metas constitucionais sem dinheiro ou gestão.
A solução para isso?
Acredito estar aqui
https://www.jesocarneiro.com.br/artigos/10-atitudes-para-acabar-com-a-crise-da-saude-no-brasil.html
Bem, se a ambulância do SAMU de Óbidos está em Goiânia, é justificável o fato de a ambulância de Igarapé-Açu (zona rural) não ter voltado pra lá desde o Carnaval. Quero saber quem irá se responsabilizar caso um paciente que precise ser socorrido imediatamente não chegue a tempo na cidade. Uma vergonha! Quanta inabilidade governamental!
A nossa realidade tem que ser debatida pelo governo do estado.
Mas sem representação politica fica dificil. Não temos quem nos represente de verdade.
A vida de parlamentar a véspera de eleição é querer trazer ambulância. Pra que?
Não tem hospital. Só pra virar sucata.
Vamos pensar como gente grande e colocar homens e mulheres que lutem poe nós. Chega sos mesmos nos enganarem sempre.
Vamos mudar radicalmente.
Triste realidade que vivemos. Saúde tratada como comércio.
E os servidores públicos levando pela cara. Sem remédio. Sem médicos. E sem a minima assistência.
Mas as notas fiscais sempre estão ai para pagar.
A verdade é essa. Não estão nem ai com a gente.
Ótimo artigo. O rumo é esse.
É possivel. Falta comprometimento e vergonha.
Louco ficará o cidadão de qualquer bairro obidense que precisar da ambulância do SAMU e depois da resposta negativa, o cidadão descobrir que não poderá ser atendido porque a mesma está em Goiânia.