Oligarquias democráticas, por Mário Guerreiro

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Oligarquias democráticas, por Mário Guerreiro, oligarquia

por Mário Guerreiro (*)

As “oligarquias democráticas”, uma “nova” forma de poder, tem se fortalecido nos estados brasileiros, edificadas nas abas da democracia “de direitos”, a cada pleito eleitoral.

As oligarquias hereditárias, forma familiar de governar, tem encontrado na lei brasileira abrigo certo, de famílias às custas da democracia se perpetuarem no poder, diminuindo as possibilidades de mudanças reais e democráticas de governo. Essa prática oligárquica tem sua base de sustentação nos desvios de recursos públicos e abuso do poder econômico.

É comum, em todas as esferas governamentais, vermos as distribuições de herdeiros políticos ocupando cargos no Legislativo e Executivo. E em cargos de confiança.

A democracia, usada de forma imoral, acaba fortalecendo clãs familiares, na maioria das vezes apoderadas pelo dinheiro público, que passam como rolo compressor sobre princípios éticos e morais da sociedade. E elegem pai, mãe, amantes, filhos, periquitos e papagaios de forma oligárquica, transformando o democrático em mero trampolim para chegar ao poder.

No Pará, não é diferente, e em todas as esferas – municipal, estadual e federal.

Tem município onde se elegeu prefeito, mulher e filho no mesmo pleito, e, em muitos casos, o presidentes da Câmara é o próprio filho, e esse será o responsável pela fiscalização do pai prefeito.

Mas no espelho oligárquico, o Estado segue o mesmo modelo, ou é responsável pelo modelo. Famílias oligárquicas, em nome do direito democrático, nada democrático, impõem à sociedade sua forma oligárquica de chegar ao poder, e familiarmente governar.

O período é de estudo do tabuleiro oligárquico: quem será candidato a deputado estadual, quem será federal, quem irá ao Senado e quem virá ao governo.

Ou seja, sempre a tentativa de distribuição oligárquicas como perpetuação de poder. E muitas vezes eleger a família toda é visto como uma honra. Mesmo alimentado pelo dinheiro sujo.

É hora do povo paraense prestar muita atenção, e perceber que as espertezas oligárquicas não são salutares à vida democrática do nosso estado. Os resultados de políticas públicas não chegam nem ser satisfatórios com os mesmos que estão há décadas como homens públicos.

Colocar um ponto final nestas oligarquias será o começo de um novo tempo, ou estaremos sujeitos às velhas e atrapalhadas politicas, de escândalos e envolvimentos nada republicanos.

Vamos refletir sobre este tema. Será que você conhece alguma oligarquia familiar dessas?

Nem tudo que é legal, é moral.

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* É geólogo e professor.

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10 Comentários em Oligarquias democráticas, por Mário Guerreiro

  • Realmente uma reflexão muito forte e sábia. Que possamos entender a politica que está e a que vem nos proximos meses para que não coloquemos esses sanguesugas que vai de pai a neto a frente dos nossos governos.

  • O prefeito de Óbidos, é um homem muito justo e honesto: Demitiu as sobrinhas por nepotismo e contrata dois advogados sem notoriedade e onera os cofres públicos por pura irresposabilidade e rabo preso com as manobras ilícitas da política. Prefeito Chico, por quê vossa excelência não pede pra KH e some? Não aguentamos mais outro Alibaba na PMO. QUE DEUS TE CASTIGUE.

  • Jeso.
    Vc tem contribuído muito com informações a nossa sociedade. E este artigo reflete a pura realidade que vivemos. Infelizmente ainda tem que tangencie a reflexão e não quer entender. Mas corajosa e real aa colocações. Aqui na minha cidade esta prática existe. Terra da bauxita.

  • Infelizmente esta é a realidade politica do nosso Estado do Pará. Vamos certificar mas uma vez isso. Pai, mãe, concubinas, filhos, netos e sobrinhos e mas os laranjas testa de ferro estarão concorrendo e fechando o cerco. Uma figurinha robótica cria do pai já se credencia de novo. Cuidado. Muita cede ao pote quebra a rodilha. Nos livre. Filho de peixe nasce robalo.

  • Parabéns pela reflexão corajosa.
    Conheço várias oligarquias dessas, dos Astecas aos MAIAS Santarenos.

  • Parabéns Mário, suas colocações representam o sentimento do povo brasileiro, composto de 75% de sua população composta de analfabetos e semi analfabetos, que não conseguem se expressar.

    1. Um jovem vaidoso que deseja a imortalidade entre os ilustres obidenses. Me parece que está longe de você consegui tal feito. Seja mais humilde e menos espalhafatoso. Seus colegas bem sabem de suas vaidades e sandices.

  • Ótima reflexão da realidade. Que a carapuça caia sobre a cabeça que couber.
    Mário. Parabens!

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