O papel dos pais na educação dos filhos. Por Natanael Oliveira

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O papel dos pais na educação dos filhos. Por Natanael Oliveira

O mês de fevereiro é costumeiramente lembrado pelo Carnaval – a festa mais popular do Brasil. Mas fevereiro é também quando começam as atividades do ano letivo em grande parte das escolas brasileiras.

Natanael Oliveira (*)

É sempre um tempo de recomeço e de criação de novos laços entre alunos, professores, diretores e equipe pedagógica. E, junto com toda a comunidade escolar, há também o papel funda mental dos pais, que devem motivar seus filhos para esse reinício, mostrando-lhes como a escola poderá ser um grande elemento transformador em suas vidas.

Hoje, diversas pesquisas mostram que escolas em que há participação ativa dos pais tendem a registrar melhor desempenho acadêmico dos alunos e a reduzir os níveis de indisciplina e de violência.

Como pai e educador, diria aos pais que não deixem de se interessar pelos estudos de seus filhos. É preciso ter a Educação como um valor familiar – acompanhar as atividades deles pode contribuir não só para melhorar o desempenho em termos de notas, mas também seu desenvolvimento pessoal e social.

 

Quando a criança percebe que seus pais estão em uma aliança com a escola,
ela se sente muito mais protegida, conforme afirma com propriedade a professora Heloisa Zymanski, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Há muitas formas práticas de acompanhar o cotidiano escolar dos filhos, como visitar a escola sempre que possível, conversar com os professores e comparecer às reuniões. Em casa, é importante conversar com eles sobre o que mais gostam nas aulas, entender suas dificuldades, saber como anda a relação com professores e colegas, checar se estão fazendo as lições de casa.

Além disso, é também importante oferecer um lugar com tranquilidade
e iluminação adequada para que possam se concentrar enquanto sem educação, não haverá futuro estiverem fazendo as lições de casa e, sempre que possível, criar oportunidades de ampliar o repertório esportivo e cultural deles – por exemplo: fazer atividades ao ar livre em família e acompanhá-los à biblioteca pública para que se acostumem a frequentá-la,
para que façam isso sozinhos quando tiverem autonomia para se locomover do bairro onde residem.

Apesar de parecerem tarefas simples, a pesquisa “Atitudes pela Educação”, divulgada em 2014 pelo movimento Todos Pela Educação, mostrou que ainda é muito pequeno – em torno de 12% – o grupo de pais e responsáveis realmente comprometidos com a vida escolar das crianças e dos jovens.

Esse percentual é representado por aqueles indivíduos que realmente buscam informações sobre a escola, promovem o diálogo e a parceria com outros pais e professores, acompanham e apoiam os filhos na rotina escolar.

Os gestores escolares também têm um importante papel nesse processo de aproximação dos pais com a escola. Entre outras atitudes, eles podem:

1 – apresentar a escola aos pais, especialmente no início do ano letivo; 2 – criar uma “Escola de Pais” com palestras e debates, como um espaço de construção no processo educativo mais amplo; e 3 – Fortalecer a Associação de Pais e Mestres (APM), dando luz ao projeto político-pedagógico da escola.

Portanto, há diversas possibilidades para esse desejável processo de aproximação dos pais com a vida escolar dos filhos.

Em Santa Catarina, em função da mobilização do movimento Santa Catarina pela Educação, foi instituído por lei o Dia da Família na Escola. O objetivo é estimular a participação da família na vida escolar dos alunos.

 

Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, líder do movimento, pode parecer pouco, mas a presença dos pais na escola, mesmo que apenas em um final de semana, fará muita diferença e mostrará aos estudantes a importância do envolvimento da família com a Educação.

Desde 2016, o terceiro final de semana de cada mês de abril tem recebido um número cada vez maior de pais visitando as escolas de seus filhos.

Há um sábio provérbio africano que diz que, para educar uma criança, é preciso toda uma aldeia. Não terceirizem a Educação de seus filhos. Sobre isso, o papa Francisco é enfático: “Chegou a hora de os pais e as mães voltarem de seu exílio – porque se autoexilaram da Educação dos próprios filhos – e recuperarem suas funções educativas, reapropriando-se de seus papéis insubstituíveis”.

O tempo é único e não volta. Portanto, pais, façam sua parte, educando, acompanhando a vida escolar e cuidando bem de seus filhos.

P.S.: Texto elaborado com base no artigo publicado na IstoÉ on-line de 8/2/2017.


— * Natanael Oliveira é consultor educacional, sócio diretor do Instituto N, coordenador acadêmico polo FAEL em Terra Santa (PA).

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