Desembargador que afirmou em vídeo que iria ‘comer juízas’ será alvo do CNJ

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Desembargador que afirmou em vídeo que iria ‘comer juízas’ será alvo do CNJ, comer as juízas
O desembargador Jaime Júnior e o cantor Leonardo

A Corregedoria Nacional de Justiça vai apurar a conduta do desembargador Jaime Machado Júnior, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que aparece em vídeo ao lado do cantor Leonardo usando linguagem de baixo calão em referência a juízas.

O corregedor, Humberto Martins, quer saber se está configurado no caso possível infração disciplinar. O ministro deu prazo de 15 dias para que o magistrado apresente explicações.

Para o ministro Humberto Martins, há indicações de que o ato do desembargador, em tese, caracteriza conduta que viola os deveres dos magistrados.

“Determino a instauração de pedido de providências, que deverá tramitar nesta Corregedoria Nacional de Justiça, a fim de esclarecer os fatos”, decidiu Martins.

A corregedoria foi provocada pela conselheira Iracema Vale, que apresentou manifestação do grupo de trabalho criado pela Resolução CNJ 255, que institui a Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário, bem como de um ofício enviado pela conselheira Maria Tereza Uille Gomes.

Em um vídeo gravado no domingo, em um restaurante, o desembargador aparece ao lado do cantor Leonardo e menciona nome das juízas.

Na sequência, o artista manda cumprimentos às magistradas, mas é cortado pela intervenção do magistrado dizendo: “Nós vamos aí comer vocês”. Enquanto o cantor ri, Jaime Machado dispara: “ele segura e eu como”.

Após a divulgação das imagens, o magistrado pediu desculpas.

 

“Tratou-se de um vídeo para um grupo social privado, ao qual pertenço, e com juízas amigas. E até seria uma forma de homenageá-las. Não houve nenhum cunho, de forma alguma, depreciativo, ofensivo. Eu sou espontâneo, sou extrovertido, e talvez isso, essa interpretação é que possa, em público, ter outro cunho. Se alguém se sentiu ofendido ou ofendida, eu peço escusa. Não era esse o propósito, eu jamais faria isso”, afirmou.

“O magistrado foi autor de palavras profanas e protagonista de registro audiovisual que avigora a objetivação da mulher e acirra a desigualdade de gênero, o que vai de encontro às políticas de proteção, assistência e combate à violência contra a mulher, que vem sendo desenvolvidas pelo CNJ”, afirma Maria Tereza Uille no documento.

Com informações do site Jota

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