Memória: 40 anos do festival

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Num dia como hoje, há 40 anos (1970), era dado início em Santarém ao 1º Festival de Música Popular do Baixo Amazonas.

O evento foi realizado no antigo cinema Olímpia, ao lado da igreja de N. S. da Conceição, centro da cidade.

O corpo de jurados, do qual fazia parte, entre outros o maestro Wilson Fonseca, foi maestro Waldemar Henrique, que veio de Belém especialmente para o festival, encerrado no dia 19.


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16 Responses to Memória: 40 anos do festival

  • Iris Fonna ganhou o segundo lugar com a música Iemanjá. Ganhou também como a melhor intérprete junto com João Silvio.

  • Boa lembrança, estive lá, foi muito legal. Obrigado Jeso pela lembrança, essa foto então.

  • Amigos da Terra Querida

    Uirapuru de Ouro, salvo engano denominação do premio.
    Gostaria de ter a letra de uma das canções concorrentes: Corina. Pois tenho uma sobrinha com este nome. Eu lembro, da musica, porém pouco sei da letra.

    Corina menina
    Dos olhos verdes sem iguais

    ……..
    ???????????????

    João Guilherme
    motajoao@terra.com.br

  • Resgatar o passado é algo que nos comove muito, uma sociedade sem passado é uma sociedade sem futuro. As lembranças irão sempre ficar em nossos corações e nos motivar a fazer um presente brilhante para que no futuro sejamos orgulho ao menos de nossos amigos e família. Parabéns a todos aqueles que fizeram história para Santarém, o que nos entristece hoje a falta de investimento e apoio a cultura local.

    abcs.

  • Jeso, voltando ao assunto, quem pode te dar muita informação é o Carlos Meschede, pois me parece que ele foi um dos concorrentes.

  • Que saudade, do Olimpia e do festival, que assisti e ao mesmo tempo gravei (em k7) direto da Radio Rural que transmitiu o festival. Infelizmente essa fita foi perdida com minha mudança para Manaus.

  • A lembrança deixa uma pergunta: porquê não se reeditaram mais os Festivais? Óbvio é que a cidade tem uma forte vocação musical e muitos talentos sem espaço para ganhar confiança e apostar em sua carreira.

  • Olá, Jeso:
    Parabéns pelo registro sobre os 40 anos do 1º Festival de Música Popular do Baixo Amazonas, realizado em Santarém (1970):
    https://www.jesocarneiro.com.br/memoria/memoria-40-anos-do-festival.html#respond
    De fato, fui o Presidente da Comissão Organizadora e Membro da Comissão Julgadora do 1º Festival da Música Popular do Baixo-Amazonas, realizado em Santarém (PA), no ano de 1970.
    Nessa época, universitário do Curso de Direito, eu já residia em Belém (PA). Aqui, eu fiz contatos com as autoridades governamentais, com a imprensa e musicistas da Capital do Estado. Conseguiu apoio financeiro, publicidade e alguns integrantes do júri, dentre os quais o Maestro Waldemar Henrique, para a realização da etapa final do evento, realizada no Cinema Olímpia, de Santarém, com enorme sucesso e com a participação de numeroso público que lotou literalmente as dependências daquela casa (dezembro/1970).
    Mais de 240 músicas foram inscritas nesse Festival.
    Foi nessa ocasião que Wilson Fonseca (Maestro Isoca) conheceu, pessoalmente, o Maestro Waldemar Henrique, que viajou para Santarém a fim de presidir a Comissão Julgadora do Festival.
    Waldemar Henrique era, então, Diretor do Theatro da Paz, em Belém.
    A respeito do histórico e bem sucedido Festival existe farto material registrado, com ilustrações fotográficas, no livro Meu Baú Mocorongo (p. 749-777, volume 3), de Wilson Fonseca, impresso por RR Donnelley Moore (SP) e editado pelo Governo do Estado do Pará (Secretaria Especial de Promoção Social, Secretaria Executiva de Cultura e Secretaria Executiva de Educação), parte do Projeto Nossos Autores, coordenado pelo Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares (SIEBE), lançado em Santarém (PA), em 17 de novembro de 2006.
    Ali também está transcrita a entrevista que eu concedi à jornalista Lana, publicada em sua página literária denominada “Lana em Tom Maior”, na edição de 22/23 de março de 1970 do jornal “A Província do Pará” (Belém-PA).
    Recomendo a leitura desse material para que se tenha conhecimento do importante evento, que neste 2010 completa 40 anos.
    Oportunamente, poderei escrever um artigo sobre o assunto.
    Estou em Santarém, terra querida, onde foi realizado um Curso de Atualização Jurídica, promovido pela Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, sob minha coordenação, como conselheiro da Escola Judicial, com a participação de vários conferencistas, inclusive magistrados trabalhistas de Campinas e Paraíba. O evento foi realizado na sede a Subseção da OAB, em Santarém.
    Ainda tive a honra e o privilégio de receber, em minha terra querida, no último dia 10 (6ª feira), ao lado de outras oito personalidades, a comenda Gente Destaque 2010 (área jurídica), tradicional evento promovido pela jornalista Graça Gonçalves (Jornal Gazeta de Santarém), realizado no Salão Curuá-Una do Barrudada Tropical Hotel. Foram também homenageados o Ministro de Estado Chefe da Secretaria das Relações Institucionais Alexandre Padilha, o Grupo Rama Flores (Adriano Ramalheiro), o médico cirurgião plástico Euler Amaral Júnior e outros.
    Abraços mocorongos e cordiais,
    Vicente Malheiros da Fonseca.

  • Jeso, tenta resgatar todos os detalhes do festival: participantes, corpo de jurados e vencedores. Acho que o João Otaviano tem esses detalhes. Valeu a lembrança.

    1. Leitor do blog, o Vicente Fonseca, desembargador e compositor santareno, poderia nos informar por aqui também vários desses detalhes, já que ele participou da comissão organizadora do evento, se não estou enganado.

    2. O resgate cultural de 350 anos

      Além do registro no blog de um fato como esse (festivais de música), é preciso que se vá mais a fundo na tentativa de resgatar parte de nossa memória cultural. Em 40 anos de festivais, não se tem sequer um registro fonográfico de músicas que participaram de dezenas de festivais, ao passo que aqui próximo, outros municípios já foram mais longe que Santarém nesse ponto.! Como isso é possível?

      Eu pessoalmente, já tive vontade de enfrentar essa tarefa de resgatar pelo menos a história dos festivais de música, até por ter participado dos bastidores de alguns deles, seja como compositor, seja como jurado, mas por ser hercúlea e pela falta de tempo, abortei a idéia. Creio que seria um ótimo trabalho a ser liderado pela nossa Academia de Letras e Artes de Santarém (ALAS), a instituição de uma comissão específica que pudesse pesquisar não só os festivais de música, como os de folclore, de poesia, de teatro e outros eventos históricos da cultura local.

      Logicamente que o poder público, através de sua Secretaria de Cultura e de seu Conselho Municipal de Cultura, precisariam participar desse esforço concentrado. Para isso, é preciso que a nossa Secretaria de Cultura tenha também uma política cultural e não apenas uma política de eventos. E que o Conselho Municipal REALMENTE funcione e não seja apenas um espaço para debates ideológicos, político-partidários ou simplesmente uma fogueira de vaidades.

      Há muito tempo vivemos apenas de um calendário de eventos que são realizados muitas vezes com parcos recursos e quando conseguem ser efetivados, têm a marca de meia dúzia de abnegados, como é o caso nos últimos anos do jornalista Ednaldo Rodrigues, alma e cérebro da atual gestão da secretaria de cultura.

      Aí deve entrar também o interesse de outra Academia: a das universidades e faculdades locais, que deveriam também se preocupar em participar desse processo de resgate cultural. A FIT, por exemplo, já deu um grande passo com o projeto de memória arquitetônica. A Ufopa e a Ulbra poderia contribuir nesse resgate através de seus acadêmicos de Letras, assim como acadêmicos de história de outras faculdades, como a UVA, teriam muito a contribuir. Enfim, cada instituição dessas poderia ser convocada para que, em 2011, possamos pelo menos começar esse trabalho. Mas por que 2011?

      Durante as festividades de aniversário de Santarém, em junho deste ano, sugeri à prefeita Maria do Carmo instituir uma comissão para preparar com antecedência não só a festa dos 350 anos da fundação de Santarém, que serão comemorados em junho de 2011, como também um livro que resgatasse esses 350 anos de forma resumida. Não seria um livro de história. Este poderia ser um evento importante para marcar uma linha divisória entre o nosso passado e o nosso futuro, aproveitando a simbologia do número redondo.

      Três séculos e meio de história precisam ser consolidados com uma nova política que evidencie a Santarém do novo milênio, a Santarém que quer ser capital, para que não sejamos simplesmente invadidos por outras culturas de migrações do centro-oeste e sul (como já vem acontecendo de certa forma), mas que estas culturas sejam incorporadas às nossas tradições seculares, assim como a cultura nordestina já é parte integrante do nosso dia-à-dia.

      Até me dispus liderar esse esforço concentrado, mas temi assumir um encargo sem que haja o respaldo dos organismos que lidam com a cultura em Santarém. Afinal, não precisamos depender dos esforços concentrados de apenas uma pessoa. Não precisamos de heróis num momento como esse e sim de um compromisso concentrado de todos que acreditam que a cultura é um bem a ser preservado para as futuras gerações.

      Fica a sugestão ao recém-eleito presidente da ALAS, o poeta Eduardo Fonseca, que comece a pensar na possibilidade de liderar a criação de uma comissão que possa resgatar, através de testemunhos ainda não coletados de pessoas que vivenciaram estes momentos do passado e pesquisas em acervos como o da hemeroteca e da videoteca de Cristóvão Sena (ICBS), por exemplo, para que todo o esforço realizado por ele em acondicionar jornais e livros antigos, possa ser socializado. O jornalista Lúcio Flávio Pinto, foi um dos poucos a se debruçar sobre nosso jornais antigos e produzir um livro com o resumo dessa pesquisa, que já vinha sendo publicada em um semanário local.

      Alguém já disse que povo sem memória, sem cultura e sem história é povo que não existe.

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