Garça da orla vira música de carimbó, inspirada no sucesso do Pitiú

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Garça da orla vira música de carimbó, inspirada no sucesso do Pitiú, Garças na orla de Santarém
Garças na orla já fazem parte da paisagem

A garça Gisele, que virou atração pop na orla de Santarém, virou música de carimbó por arte & engenho do cantor e compositor regional santareno Paulinho Barreto, 55 anos.

A ‘Garça Mocorongou’ agora também faz parte do mercado musical, com execução em rádios e redes sociais. Ganhou até um vídeo clipe caseiro no Youtube, com fotos da estrela branca em flagrantes diversos.

O estalo para criação da música se deu há cerca de um ano, numa cena protagonizada pelo servidor público e fotógrafo amador Nilson Vieira.

“Quando vi o Nilson numa sessão de fotos perseguindo a garça pela orla, fui pra pesquisa e apurei a importância daquela personagem para o ambiente sócio-cultural mocorongo” – relembra Paulinho Barreto.

“Depois do vídeo do [No Meio do] Pitiú, da diva Dona Onete, a composição tomou forma definitiva e serviu de parâmetro para as brincadeiras, as críticas, as comparações e insinuações diretas aos personagens que quis homenagear na canção”.

Abaixo, a entrevista do artista ao site Jeso Carneiro sobre a sua mais nova cria.

Quando ocorreu o start para a música?

Paulo Barreto: Há pouco mais de um ano, quando percebi o carinho da população pela garça, especialmente na Feira do Tablado e a divisão de foco entre ela e os botos.

Como se deu o processo de criação da letra?

Paulo Barreto: Minhas composições são muito imediatas. Numa das minhas voltas da feira, a letra estava pronta, mas não era está da gravação. A que fiz na ocasião se transformou num samba que ainda vou gravar. Essa foi quase que 100% alterada quando vi o Nilson [Vieira] numa sessão de fotos perseguindo a garça pela orla. A partir daquela cena, fui pra pesquisa e apurei a importância daquela personagem para o ambiente sócio-cultural mocorongo.

Quanto tempo demorou esse processo?

Paulo Barreto: Depois do vídeo do Pitiú, da diva Dona Onete, a composição tomou forma definitiva e serviu de parâmetro para as brincadeiras, as críticas, as comparações e insinuações diretas aos personagens que quis homenagear na canção. Quanto mais compreendia o vídeo, mais a letra se alterava e se definia. Portanto, 60 dias para fechamento e gravação.

Qual na tua opinião a grande sacada dessa música?

Paulo Barreto: Hoje me defino como compositor regional e toda brasa que consigo é pra acender minha fogueira tapajoara. O estereótipo do urubu malandro já tomava conta dessas bandas e se fortalecia. Imaginei que com a aceitação da garça vadia, preguiçosa e despretensiosa, esta seria um personagem forte e que, através do carimbó, a mesma linguagem do Pitiú, poderia ser uma referência tapajoara. A sacada maior é criar nosso heroína do carimbó tapajoara, divertir e fazer o povo pensar nas diferenças que a letra estabelece.

Paulinho Barreto
Paulinho Barreto, 55 anos, mergulhou há 3 anos na música autoral regional e MPP, Música Popular do Pará

O que a tua música tem de ‘No Meio do Pitiú’?

Paulo Barreto: Além da contextualização rítmica do carimbó, tem a simplicidade da linguagem paraense, os pormenores culturais e perfis da região oestina e aquela pitada de orgulho de estar deste lado do mapa. Não a considero resposta ao Pitiú, seria muita pretensão, pois a composição não pergunta nada, apenas insinua… rsrs.

Quantas músicas você já tem no teu catálogo autoral?

Paulo Barreto: Aproximadamente 30 composições gravadas e umas 150 escritas com melodias em andamento. Componho por motivação e muito pouco por inspiração. Sou temático ao escrever, meu foco musical hoje é estritamente regional, aí fica fácil com tanta natureza ao redor.

Como tem sido a receptividade da Gisele pelo público?

Paulo Barreto: Tem sido crescente, oportuna, caindo no gosto e curiosidade popular, as pessoas querendo entender a mensagem, comparando com o Pitiú… rsrs. Fico muito feliz, pelo reconhecimento, dos retratistas produzindo vídeos temáticos, músicos que ligam pra parabenizar os arranjos, além de algumas emissoras de rádio pedindo pra tocar em seus programas. Sem vaidade, mas muita alegria e estímulo pra gravar logo o samba da Butchen Santarena… rsrs.

Um detalhe: um samba vai tratar também da polêmica social que a garça Gisele provoca com relação aos pros e contras sua existência no cenário urbano da cidade e, principalmente, fortalecer a personagem, tornando-a figura típica santarena. Aguardem!

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