Tapajós: vai começar errado de novo?

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Do professor universitário Paulo Lima, sobre o post Ações pró-Tapajós serão retomadas dia 26:

Jeso,

Sobre o Estado do Tapajós, é preciso revitalizar o movimento e não só concentrar as forças no PLIP. Precisamos rever as estratégias, debater publicamente as características do Estado do Tapajós que queremos. Ou novamente vamos à reboque de uma iniciativa do agronegócio de Carajás?

Precisamos avaliar o resultado do plebiscito. Avaliar essas atuais lideranças. Abrir espaços para outras lideranças de outros municípios. Buscar atrair lideranças populares, de sindicatos de trabalhadores e de movimentos sociais. Prestar contas dos recursos do ano passado. Mostrar que temos capacidade de gestão e somos pela transparência no uso de recursos públicos.

É como se todos estivessem de acordo com uma coisa que não foi debatida, não foi validada, como a inclusão de Altamira no Estado do Tapajós.

Será que vai começar errado de novo?


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10 Comentários em Tapajós: vai começar errado de novo?

  • Estava em belem no domingo quando houve a carreata do “SIM”, e o nosso representante Lira Maia só apareceu na segunda, o professor da 5a URE, um mês ante do blebiscito desapareceu, o dono dos barcos ficou mudo. É estes que representam a nossa força política, os quais se rendem ao poder econômico?

  • O estado do Tapajós continua sendo um sonho do povo do oeste do Pará, mas a necessidade de fazermos um debate sobre o formato queremos, é fundamental, pois aqui temos uma agricultura rica e uma cultura maravilhosa, que esta correndo o risco de ser estuprada com os frequentes investimentos dos grandes projetos nesta região, com a chegada de povos de regiões dos grandes centros do Brasil.
    Assim como é importante tambem fazermos um dabate mais regionalizado sobre os grandes projetos que envolve as mineradoras, pois assim como a monocultura, as mineradoras tbm centralizam riquezas e tambem destroem a nossa cultura, pois enfraquecemos a agricultura familiar e perdemos a oportunidade de aproveitar com sustentabilidade o nosso espaço geografico.
    Estou me referindo ao processo exclusivista que se implanta nesta região, deixando de fora a participação da sociedade organizada.

  • Paulo Lima, como eu, participamos ativamente do ICPET e vimos que aquela estrutura não difere dos antigos comitês que já atuaram na linha de frente desta luta mais que secular. Apesar dos bons propósitos da maioria das pessoas que atuam junto ao ICPET, na hora das decisões não houve autonomia da instituição em relação a algumas lideranças partidárias, que só quiseram se utilizar do movimento em prol de seus objetivos específicos.

    A população nunca se sentiu representava pelo ICPET ou pelos outros comitês criados desde a década de 1980, criando a aura de uma organização elitizada, muito embora as principais lideranças destes grupos sempre contestem essa versão alegando que “as entidades populares foram convocadas a participar, mas não vieram”.

    Um movimento de cunho popular não se forma através da simples emissão de ofícios ou memorandos convidando entidades. O ICPET e outros comitês do gênero tiveram sua importância, enquanto instituição articuladora institucional, mantendo a ligação com prefeituras e câmaras municipais da região, bem como com as chamadas “lideranças do setor produtivo”, os empresários. Mas faltou, sempre, o viés mais social, muito embora durante o plebiscito muitas destas entidades tenham participado dos eventos gerados pelo ICPET. Paulo Lima viu nascer também um movimento paralelo chamado Articulação Popular Pró-Tapajós, que tentava organizar ONGs populares que discordavam da forma como era conduzido o ICPET.

    Acho que o ICPET continuará com sua tarefa de articulação interinstitucional, e precisará rever algumas das posturas adotada durante o plebiscito, que atenderam muito mais às necessidades do futuro Estado do Carajás. Respeito aquele movimento do sul do Pará, bem mais organizado que o nosso e com maior suporte financeiro, a ponto de nos tornar reféns dessa estrutura, principalmente no momento de definir as estratégias de comunicação.

    E, Paulo Lima e outros colegas da área de comunicação – que trabalhamos na articulação dos profissionais da área, questionamos por várias vezes a definição de uma linguagem comunicativa única, como se os dois projetos fossem um só. Isso ajudou os defensores do NÃO a combater de forma única os dois projetos e confundir parte da população de Belém, que poderia até ser simpática á nossa causa, em detrimento da causa sulista.

    Volto a dizer que sou favorável aos dois estados, mas é preciso repensar a relação entre os dois movimentos, e ao que parece, o ICPET prossegue com a mesma estratégia de defender um projeto que já vem discutido pelas lideranças do Carajás. Se não tivermos autonomia, estaremos fadados a um novo fracasso, como foi no caso da inclusão da área do Xingu (Altamira) alterando o projeto original da configuração territorial que todos nós conhecíamos, pelo senador Mozarildo Cavalcante, e que NENHUMA LIDERANÇA DOS COMITÊS ANTERIORES QUESTIONOU.

    Quando percebi que o ICPET sofria forte influência do deputado federal Lira Maia (DEM), que tornou-se “de repente” defensor da causa e passou a querer ser o “pai da criança”, comecei a me afastar das atividades e depois do plebiscito, defendi a criação de um novo movimento chamado “Tapajós Sempre”, que chegou a realizar algumas reuniões, mas que suspendeu as atividades por conta do período eleitoral, pois não acredito que qualquer movimento em prol da criação do novo estado, tenha sucesso se houver motivação político-partidária. Isso não quer dizer que políticos não possam participar dela, mas essa liderança não pode atender apenas aos interesses desse líder ou de seu partido.

    E o ICPET foi contaminado exatamente pela influência maior de Lira Maia, e em menor grau do vereador Reginaldo Campos (PSB), que apesar de parecer ter bons propósitos, demonstrou que pretendia se utilizar dessa estrutura para seu objetivos partidários (na campanha para Câmara Municipal, o presidente do ICPET, professor Edvaldo Bernardo presidente do ICPET, filiado ao PSB, foi à TV pedir votos para Reginaldo e ressaltou sua importância para a continuidade do movimento).

    Concordo com Paulo Lima: precisamos antes de discutir PLIPs ou o que quer que seja, QUE ESTADO QUEREMOS? Uma cópia do que já existe ou algo que faça a diferença na Amazônia?

    1. Ninos, comungo da tua ideia.

      Mais: acho que o professor Edivaldo Bernardo não reúne mais condições de ser presidente do ICPET, dado exatamente por ter ido à TV pedir votos ao vereador Reginaldo Campos, como se o parlamentar do PSB – só ele – tivesse lutado em favor da criação da nova unidade federativa.

      Foi essa mensagem que a ICPET, que Edivaldo representa, passou aos eleitores e eleitoras santarenas.

      1. É bom lembrar, Jeso, que o maior cacife político que o professor Edivaldo Bernardo tinha à frente de todo o movimento, era justamente estar acima dos partidos.

        Prezo muito seu empenho estes anos, e não se pode desconsiderar todo o esforço que fez na condução tanto do Comitê Pró-Novo Estado, quanto no seu sucessor ICPET – Instituto Cidadania Pró-Estado do Tapajós.

        Entretanto, ao se envolver diretamente na campanha municipal deste ano, realmente, como você diz, Bernardo perdeu seu principal cacife que era a isenção partidária.

  • Caro ilustre professor Paulo Lima: acho que o senhor deveria juntar-se a luta pela criação do Tapajós e não ficar chutando a canela daqueles que tanto lutaram! Eu parabenizo todos que direta ou indiretamente lutaram e continuam a lutar pelo tão sonhado Estado do Tapjós. Dizer que o processo vai começar errado de novo, o senhor tá afirmando que antes já foi feito tudo errado! Acho que o senhor ainda não sabe o resultado do plebiscito. Desculpe o atraso: foi 99% a favor – só não foi 100% por que seria burrice, segundo Nelson Rodrigues.

    1. Prezado José Sales,

      Em minha opinião, o processo deve ser revisto e as opiniões, sugestões e críticas devem ser consideradas, afinal quem quer fazer algo acontecer tem que ter a sensibilidade para ouvi até mais do que falar.
      O percentual foi expressivo, mas o resultado final deixou claro que não gerou o impacto esperado. O que ficou claro para muitas pessoas é que muitas pessoas fizeram parte do processo que ocorreu visando crescer políticamente, não falo em ser um político de expressão para nos ajudar, isso ficou claro quando alguns dos principais líderes do movimento aqui abraçaram o governo do estado que tanto nos prejudicou. E não foram poucos não!!
      O Professor Paulo Lima expressou a opinião dele, mas garanto que ele não está só neste pensamento.
      Se os atuais “líderes” do movimento querem levar isso em frente, deve, se abrir para ouvir os demais interessados no processo e avaliar as falhas ocorridas no processo passado e selecionar bem os objetivos percebendo que não é para um grupo e sim para uma grande região.

      Fica aqui mais uma forma de pensar sobre o Movimento pelo novo estado.

    2. Prezado José Sales,

      Eu sugiro o mesmo ao senhor. Caso tivesse tido participado no processo certamente teríamos convergido na luta, pois eu estava lá… De toda forma em qualquer luta eu sigo crítico e não submisso à lideranças artificiais.

      Saudações,

      Paulo Lima

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