Morreu na segunda-feira (19), no Rio de Janeiro, o fotógrafo paraense Paulo Jares. Estava com 51 anos.
A revista Veja, onde Jares trabalhou, escreveu um obituário sobre o jornalista. Confira abaixo:
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O fotógrafo paraense Paulo Jares foi um dos mais ecléticos jornalistas da revista Veja – capaz de registrar a delicadeza de grandes personalidades do mundo artístico do Brasil, como Baden Powell, Tom Jobim, Zeca Pagodinho e Paulo Coelho e, simultaneamente, mostrar os dramas dos índios amazônicos, a violência dos crimes contra a floresta, a ocupação desenfreada do norte do país, por meio de mineradoras e madeireiras.
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Esse olhar amazônico, típico de um repórter investigativo, talvez tenha sido a grande marca de sua carreira – e poucos profissionais fizeram relato histórico tão minucioso dos problemas daquela região nos anos 1990 e 2000 quanto ele.
Em 1989, enviado pelo jornal A Província do Pará a Altamira, para o Primeiro Encontro das Nações Indígenas do Xingu, ele fez um dos mais conhecidos registros daqueles anos de confronto – a de uma índia caiapó ameaçando com um facão o diretor da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopez, durante protesto contra a criação da hidrelétrica de Kakarao, atual Belo Monte.
Cenas icônicas
Mesmo depois de deixar Belém, a caminho de Veja e, depois, do Jornal do Brasil, Jares nunca abandonou esse olhar que parecia correr em suas veias, filho de suas origens. A força das fotos, sempre muito bem enquadradas, e posteriormente de cores vivíssimas, em um tempo anterior ao exagero dos atuais tratamentos com programas de edição, parecia se contrapor ao jeito simples, afável e sempre cordato com que ele desfilava no cotidiano.
Para Paulo Santos, curador da obra de Jares, ele “esteve presente como fotojornalista em grandes momentos da história da Amazônia; desbravando a realidade amazônica, que mistura as cidades e as florestas sempre tão próximas, conseguiu cenas icônicas enquadradas por suas lentes”.
Jares morreu na segunda-feira, 19, no Rio de Janeiro, aos 51 anos.”
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Jares imortalizou uma imagem profética, todas aquelas mazelas previstas pela india Caiapó tornaram-se reais. Altamira tornou-se de uma cidade pacata a uma das mais violentas do país.