No Salto, Adriano Carvalho, o menino que virou Borboleta

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No Salto, Adriano Carvalho, o menino que virou Borboleta, borbo3Adriano Carvalho, o Borboleta, entrevistado por Núbia Pereira

 

por Núbia Pereira

Ele é queridinho das socialites, não leva desaforo pra casa, é parceiro e adora moda.

Não tem medo da morte, mas avisa que quer viver muito e muito bem acompanhado. É vaidoso, ninguém pega no cabelo dele porque senão da choque.

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É carismático, e divide o high society com o povo, onde também é super benquisto. Não teme o preconceito, é rancoroso, amigo e roda a baiana diante de alguma injustiça. Tem uma criatividade incrível…

Sabe lidar com qualquer situação. Há menos de um ano ficou órfão de mãe, e isso mexeu ainda mais com a sensibilidade e com a vontade de ajudar, cada vez mais, as pessoas menos favorecidas.

Perdeu a primeira eleição para a Câmara de Vereadores, mas ganhou conhecimento e uma força de vontade maior para encarar a política de frente.

É solidário e o seu figurino precisa está sempre No Salto. A entrevista desta nova temporada você vai conhecer um pouquinho sobre o menino que virou borboleta.

Quem é Adriano Carvalho?
Annnn…Eu sou um rapaz que está sempre procurando inovações para tentar ser e fazer o “diferencial” no dia a dia. Sou trabalhador, com sede em mudanças em todos os aspectos, inclusive no que se refere ao homossexualismo.

E qual foi tua primeira mudança?
Foi quando eu assumi o lado que eu já havia descoberto, mas que ainda ficava muito só pra mim. Eu abri para a sociedade, quem eu era e do jeito que eu queria e precisava ser, sem pudor, sem que as pessoas me discriminassem ou rejeitassem.

E qual foi a primeira reação que você sentiu das pessoas?
Olha, foi um momento único porque eu vi que todos me aceitaram. E tudo foi muito importante porque eu trabalhei muito o meu psicológico para tentar mostrar para as pessoas que eu sou uma pessoa normal e é sempre assim que eu quero que todos me vejam, mesmo sendo gay.

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O que você considera diferencial?
Principalmente na parte estética: tenho um cabelo longo, me cuido pra caramba, sou estiloso, procuro está na moda. Eu gosto disso, sigo um estilo que é bem peculiar. Tenho um estilo próprio, que sigo naturalmente, mas gosto muito do período carnavalesco porque eu sou a fantasia pura.

Teu cabelo sempre foi um item marcante né? Da muito trabalho cuidar da cabeleira?
Dááááááá.. muito. Ele é minha marca registrada né? Então, estou sempre cuidando, fazendo hidratação, pintando… Tenho essa vaidade.

Como você descobriu ser gay?
Olha, todo gay já nasce gay. E, desde criancinha, os meninos já mexiam comigo, então era porque eu já passava todo o jeitinho, né? Na verdade, eu nem tinha noção do que era gay, mas os meninos já falavam. O certo é que, quando eu tinha 7 anos ou 8 anos, eu já sabia que gostava de menino.

Você sofreu algum preconceito?
Nunca, porque eu sempre lidei direitinho com todos os segmentos da sociedade. Sempre atento para não atrair situações desagradáveis e nem ser desagradável com ninguém. Acho que isso é muito importante. Embora, há sempre algo dentro da gente que não da pra disfarçar uma certa tristeza, principalmente quando alguém me olha de um jeito diferente, tentando fazer com que eu me sinta anormal…

E teus pais, aceitaram na boa?
Kkkkkkk… Acreditas que eu nunca contei para os meus pais? Na verdade, eles foram convivendo com o meu jeito e aceitando aos poucos. Não foi nada fácil, porque de alguma forma eu sentia uma espécie de vergonha e de medo de chegar e falar para eles. Minha família é do tipo conservadora, sabe. Do lado paterno, há muitos homens, grande parte jogador de futebol, então eu sempre ficava imaginando, como chegar e dizer que gostava de meninos? Optei por um lado bem estrategista do tipo de quando muitos querem sair da barra da saia da mãe e procura independência financeira. Deu certo! hahahhaha Eu fui me desenvolvendo e ocupando espaços na sociedade e em casa. E então, o fato de eu ser independente financeiramente, acabou camuflando essa parte do preconceito dentro de casa. E acabou não precisando dizer…Meus pais foram convivendo, aceitando… sei dizer a ou b… rs rs

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Você tem duas irmãs, quando elas souberam que o único irmão delas era gay, qual foi a reação delas?
A reação delas não foi diferente da dos meus pais, ou de outros membros da família, ou seja, nunca demonstraram nada. É tudo muito normal, inclusive eu tenho quatro sobrinhos que me tratam como uma pessoa normal, porque é assim que sou. Tenho uma sobrinha de 11 anos que demonstra nenhuma diferença em mim. Eles me respeitam muito. Me chamam de tio. rs rs

Elas te auxiliam no teu guarda-roupa?
Nãooo! Eu sempre tive um estilo bem diferente do delas. Elas também nunca foram minhas “concorrentes”…hahahahha Se bem que, uma vez ou outras, elas pegam algum acessório ou roupa pra elas usarem. rs rs

Na sua infância, você chegou a vestir roupas ou calçar sapatos da tua mãe?
Hahaha… Simmmm. Desde criança, as coisas femininas sempre me atraíram, sejam roupas, sapatos, acessórios. Sempre achei o máximo sapato com salto e diga-se de passagem sei andar muito bem No Salto. Rebolo no salto alto e deixo a mulherada louca de “inveja”… hahahahah

Qual tua religião?
Eu sou católico. Tenho devoção por Nossa Senhora da Conceição. Em casa tem altar onde faço minhas orações e pedidos de proteção à Maria.

Na igreja te aceitam sem discriminação?
Eu ainda percebo que o preconceito contra o homossexual está dentro da igreja. A gente sente isso. Na sociedade nós somos aceitos, hoje, de forma muito comum, mas na igreja não! E falo da igreja católica mesmo, infelizmente. Mas, isso nunca me afastou de Deus e nem impediu que eu me afastasse da Igreja. Pelo contrário, eu até vou além, faço trabalhos sociais, sou funcionário público e me envolvo em várias ações em prol da sociedade.

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Recentemente o papa pediu para a Igreja acolher os homossexuais, você acha que falta muito para a Igreja aceitar os gays como “normais”?
Tipo, não é questão de não aceitar, na verdade, é assim, a Igreja não aceita porque é uma questão bíblica, porque está escrito que o correto é ser Homem e ser Mulher, mas o papa vem para acabar com esse digamos “preconceito”, quando ele diz onde há amor, Deus está ali, porque não tem maus olhos para Deus. O que eu vi nessas palavras do papa foi uma forma de dizer nem que sim, nem que não, mas eu concordo na parte que ele diz onde tá o respeito, onde tá o amor, tem que ser encarado no normalidade. A sociedade ainda não consegue enxergar assim, mas sabemos que tudo que é diferente, no início, se torna difícil, mas depois se acostuma.

Como te falei, eu quebrei muitos tabus. Não sofri preconceito, mas era difícil, porque as pessoas olham diferente. Hoje, tá mais fácil sair do armário hahahaha. Se a gente perceber, atualmente, 80 ou 90 por cento da população tem algum parente gay na família. Já tá tão normal, que digamos que já tá uma coisa banal já… kkkkk

E Borboleta? Por que esse apelido?
Hahahah… Foi bem por acaso e eu já tava virando moda no mundo high society kkkkkk. Eu trabalhava numa boutique, no centro da cidade e a dona do espaço me achava muito “espevitada”, muito engraçada, igual uma borboletinha. Acho até que a palavra “borboletinha”, naquela época era dado para algum “gayzinho”, e ela achou que era a minha cara. Hahahahhaha. Foi uma espécie de febre que nunca passou. As pessoas até esqueceram meu nome de batismo e passaram a me chamar só de Borboleta. Hoje, já sou Adriano Borboleta, o “Borba”, o “Borbinho”… Hahahah

Me falaram que tu és daquele tipo brigão…
Hahaha… Sou mesmo! Mas tipo, eu brigo pelo que eu acredito que seja certo, mas que estão fazendo errado. Eu rodo a baiana mesmo! Sou muito exigente! Sou, também, rancoroso. Essa minha cara diz tudo né? Não vem com oitenta pra cima de mim, se for apenas 8. Se eu passo na rua e aquele amigo do Facebook, por exemplo, não falar comigo, eu acesso a internet só pra excluir aquele “falso amigo”… Ora, não quer ser no real, então não faço questão de amigo virtual.

KKKKKKKKKKKKK…Gargalhadas #pirapaz
Ou é ou não é! Ou você gosta de mim ou não gosta, não tem nada que ficar mantendo a aparência, porque eu não mantenho! Kkkkkkkkkkkkkkkkk…

Você não esconde a sua homossexualidade, oculta algum amor?
Kkkkkkkkkkkkkkk Olha, olha… Tem que falar?

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Pufavô hahha…..
Então, eu tenho um amor que oculto sim, há 15 anos…

Annn???? Namorado?
Foi um namoradinho, mas que depois resolveu casar.

Ele nunca assumiu a homossexualidade?
Não! A gente não pode obrigar, né?

E…
Ah, a gente vive assim, ele lá, eu aqui, e as vezes, nós dois no mesmo lugar. Kkkkkkkkkkkkkk…

Como assim?
A gente se gosta, eu sei disso e ele sabe também, mas ele não coloca pra fora esse amor. Não assume, de corpo e alma.

O romance nunca acabou então??
É ruim quando a gente gosta, né? kkkkkkkkkkk

Quem é?
Te conto no ouvido porque ainda penso em casar antes de morrer. hahaahahahah

KKKKKKKK… vou te poupar desse fato! Rsrs

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Você faz programa ‘sexual”?
Nuncaaaa fiz. Na verdade, nunca tive essa necessidade. Sempre gostei de transar por amor mesmo.

Já foi pra cama com alguma mulher?
Nãaaooo!

Nem namorou?
Olha, no início até tentei namorar uma menina, mas só para despistar os meus pais. Não deu certo! Hahahaha

Teve beijinho?
Kkkkk… Teve sim, mas não gostei, não! Hahahaha

É diferente?
É! Talvez por ter sido meio forçado.

E teus pais?
Kkkkkkkkkkkkkk.. Talvez fingiam que não viam nada. Mas, meu pai hoje aceita na boa. Ele percebeu que não adiantaria ficar com raiva de mim, não gostar do meu jeito, até porque só ele teria esse problema porque as pessoas todas me aceitam, me curtem, me tratam bem… Há raras exceções, mas eu não ligo. Depois de um tempo, meu pai parou de me “encher o saco” hahahhaha

Então ele pegava no teu pé?
Oh! Como todo pai, mas eu sempre fui muito esperto. Eu sabia quem eu era e como eu queria. Hoje parece ter sido fácil para eu poder viver assim solto, independente, mas teve tanta história. Foram inúmeras vezes que precisei me esconder para me diverti e ser eu mesmo.

Onde, por exemplo?
Nos carnavais da vida. O fato do meu pai trabalhar em TV me deixava muito preso dentro de mim. Na adolescência, quando tudo era muito camuflado, todos sabiam que eu era gay, mas em casa o assunto não vinha à tona, então eu saia de casa para ir pra casa de algumas “amigas”, na verdade eu ia pra festa, ia brincar carnaval que é uma das minhas grandes paixões.

Uma vez eu tava num carnaval de Alter do Chão e eu sempre fui atração por onde eu chegava. Nesse dia eu era a atração do trio elétrico. Tava todo vestido de “diabinha”. Era um domingo, eu havia saído de casa cedo, não imagina que naquele dia meu pai estaria trabalhando, ai subir no trio e comecei a rebolar.

Tinha uma galera que animava a turma na parte de baixo, enquanto eu fazia a festa em cima do trio. Teve um momento que uma amiga viu que meu pai tava se aproximando e começava a acenar com as mãos, pedindo para eu me abaixar. Eu entendia que era pra rebolar então eu ia até em baixo, rebolando feito uma louca…eu me soltava mesmo, até perceber que aquela altura meu pai tava filmando. E então segurei a franga. Kkkkk…

Ele ainda tinha dúvida depois disso?
Bom, era tudo carnaval… homem se veste de mulher, a folia toma conta… kkkkk Mas, quando chegava em casa, me tirava o couro. Hahahhah Abriu o berreiro até o próximo carnaval hahahahahhahahh…

Antes de assumir tua homossexualidade, você fez muita coisa escondida dos teus pais então?
Eu fazia tudo escondido. E no carnaval eu ficava louco da vida porque eu queria me montar toda pra ir curtir a folia. Como meus pais não sabiam eu fazia tudo escondido. Enfrentava uma barra porque como o meu pai trabalhada na imprensa em todos os eventos ele tava.
Eu era muito fã da “lacraia” e em um show do Mc Serginho eu fui toda vestida de lacraia. Nesta noite eu nunca poderia imaginar que meu pai estaria lá trabalhando.

Veja só eu naquela performance toda fui até chamado para subir no palco. Kkkkkkkk

Tive que participar de um concurso de rebolado. Rolou piri piri e tudo…Eu não consegui mexer a perna de tanto medo porque meu pai tava filmando e eu tinha receio dele me reconhecer. Acabei sendo desclassificado. Aquelas alturas eu preferia pegar vaia do que uma surra do papai. Hahahahaha…

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Ele não te viu?
Não! Eram vários concorrentes juntos e eu tava toda caracterizada. Se viu, nunca me falou nada. Hahhahaha…

Esse meu pai foi uma espécie de pedra no período da minha “libertação homo” kkkkkkk …Uma vez numa micareta, eu saia de casa todo homem. De bermudão e camisa normal, para ir pular na pipoca com uma turma de amigos. Dentro da bolsa, ia todos os artefatos que eu chegaria na avenida. Shortinho, e uma blusinha pra lacrar! Chegava pra curtir a micareta bem arretado. Arrasando no meio da multidão. Teve uma noite que fui me exibir, me requebrando todo perto da corda de isolamento para a pipoca e dei de cara com o papai… kkkkkkkkkk
Quando ele me viu, claro que mudou de cor né? Não entrou na pipoca porque eu sai “voado” e me perdi no meio do povo. A reação dele para os colegas foi de que eu estava apenas me divertindo. rs rs..

E quando chegou em casa??
Dessa vez eu peguei um baita de um tapa…

Parou de se exibir?
Kkkkkk Não, né? Depois eu me transformei na borboleta. Mas, eu esperava meu pai terminar o serviço para poder eu me rasgar no carnaval. Hahahaha…

Teve um momento que ele chegou e te chamou pra falar sobre o assunto?
Sim, foi no Natal de um ano que não recordo agora. Ele me chamou e disse que me amava do mesmo jeito que amava minhas duas irmãs. Foi muito legal e comovente.

Bora falar de seqsú… Como é o Borbo na cama?
Eita, os parceiros me acham fogoso…

Sério? E de onde vem esse fogo todo?
KKKKKKKKK desde o início das minhas transas eu sempre fui muito elogiado.

És super dotado?
Kkkkkkkkk… Nunca ninguém reclamou não! Olha, tens uns “caras” que dizem que sou muita areia para o caminhão deles, porque eu quero tá transado toda hora, tenho muito pique, tá meu bem? Kkkkkk

Você tá namorando?
Não…

Não? Por quê?
Hoje, para manter uma relação tá muito difícil, principalmente por falta de confiança. Se para casais heteros essa situação é complicada, imagina para homossexual, porque as vezes tem a questão familiar. Sou uma pessoa muito conhecida, há quem tenha medo de se expor… Ficar namorando escondido, não é pra mim, não! Tem que me assumir.

Você pensa em casar, ter filhos?
Penso em casar sim, mas filhos não! Sou muito romântico. Quero ter um companheiro para dividir meu dia a dia. Não quero ter “um amigo”, porque amigos eu tenho bastante… quero um parceiro, para dormir, acordar, fazer as coisas que um casal faz normalmente e sem nenhum pudor.

Falando em amigos, os maridos das tuas amigas não sentem ciúme de ti, não?
Haahahhaha Não! Todos eles gostam de mim, com exceção, claro! Tem um que não vai com a minha cara, mas isso é problema dele. Kkkkkkkk…

Tem, também, os que pensam que o gay leva sempre a mulher para o “mal caminho”, né? Comigo não rola isso não! Tenho amigas de todos os jeitos, as que trocam confidências, as colegas, as clientes… sou cheio de amizades… hahaha

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As mulheres gostam muito da opinião do gay, né, principalmente na hora de se vestir… Você é do tipo que fala que tá feio ou engana muita gente?
Nãoooo engano não. Eu falo a realidade, até porque eu quero que a cliente volte sempre! Como trabalho no ramo de moda, eu acho que a mulher tem que se vestir bem, ela tem que tá bem o tempo todo… rs rs O homem também! Sou do tipo que elogia uma mulher quando ela tá bem vestida, agora quando eu vejo que ela não tá bem, eu fico caladinho. rs rs…

Os gays são unidos?
Não, infelizmente, e isso é muito evidente quando a gente percebe que uns são bem sucedidos e outros menos. Mas, não é porque o gay é metido. Não tolero alguém dizer que o gay faz um programa, vive em baixo de um viaduto, pega chuva, por opção. Não vejo dessa forma e muito menos como necessidade, é mais por costume, por cultura, por preguiça. Temos oportunidades e as portas de emprego não são fechadas para um gay… tá difícil para todo mundo, mas isso não é motivo para prostituição, por exemplo. Tem muitos que vão para o viaduto, mas são muito bem instruídos e podem muito bem ter uma profissão como qualquer pessoa homo, hetero, bi…

Existe muita trairagem no mundo “colorido”?
Existeee sim. Na verdade em qualquer mundo, em qualquer setor, em qualquer coisa que você esteja envolvido sempre tem algum diferencial, então no mundo colorido não é diferente não. Um gay não acha legal o outro por causa do cabelo, ou por causa da posição social, ou pelo modo de vestir, sempre tem trairagem sim, como em todo lugar, com todo mundo.

Bora falar de política, sua primeira candidatura à Câmara Municipal não teve sucesso, o que faltou?
Olha, o sucesso se não veio porque, primeiro, foi uma campanha muito curta, eu não tive estrutura para trabalhar. Faltou experiência. Entrei na campanha com muita vontade, arregacei as mangas, fui para as casas das pessoas apresentar minhas propostas e pedir voto, sim, mas não deu. Sinceramente, para um marinheiro de primeira viagem, considero que fiz uma excelente votação. Fiquei na frente de veteranos e de candidatos que gastaram dinheiro, então isso me deu um certo ânimo de continuar nessa caminhada, tentando na próxima.

2020 então… rs
Estarei firme e forte e com todo o meu estilo que foi um grande diferencial na campanha passada. Vou trabalhar para triplicar os 663 votos de pessoas que confiam em mim.

Se você tivesse sido eleito, seria “parecido” com o ex-deputado Clodovil (in memorian)?

Não…hahahah Porque o estilo dele para a época era muito difícil ser um político polêmico. Era tudo novidade, né? Hoje, já temos várias candidaturas de candidatos gays, como por exemplo o Jean Wyllys, que por sinal, é completamente diferente de mim. Infelizmente, as pessoas ligam muito a figura de um gay ao do Jean e isso é preciso ser esclarecido. Nem todos são iguais a ele, nem todos pensam como ele. Se eu tivesse sido eleito, eu jamais agiria como o deputado Jean age. Eu não tenho a minha personalidade, os meus conceitos. Eu sou normal, sou o Adriano da população, não quero mudar isso.

Tua mãe morreu de câncer?
A perda da minha mãe foi muito rápida, ela faleceu de câncer. Na verdade quando ela descobriu já tinha virado metástase. E, embora ainda tenha corrido atrás de socorro médico, não teve mais jeito. Com três meses, após a descoberta ela faleceu. Conseguiu ainda fazer quimioterapia, lembro que era uma segunda-feira, mas, infelizmente na sexta-feira da mesma semana ela faleceu.

E como tem sido conviver sem a presença dela?
Olha, hoje, após um ano e sete meses, é que parece cair a ficha. Eu sinto muita falta dela. É muito difícil perder, de forma tão rápida, uma mãe, ainda mais ela que sempre foi uma grande amiga, meu braço direito.

Se ela tivesse viva, você acha que ela estaria orgulhosa em te ver hoje?
Sem dúvida! Minha mãe sempre foi minha fortaleza, aquele tipo de apoio necessário. Me repreendia sempre que achava que eu tava exagerando e isso me fez ter a clareza que eu precisava sempre seguir um caminho sem fazer mal para os outros. Ela teve sim muito orgulho do filho que ela teve, assim como das minhas irmãs. Os últimos momentos que passamos juntos ela pôde comprovar o amor que sempre senti por ela. Ela partiu sabendo que a única mulher que eu ia amar nesta vida era ela.

O que tá faltando para o Adriano?
Um parceiro! Uma pessoa leal, que pudesse viver comigo e caminhar até a velhice. Antes de morrer quero casar e compartilhar todos os momentos felizes dignos de um casal que se ama. Quero partir “desta” para melhor, tendo sido bem acompanhado antes. hahahah

O que tu não aceitas?
Não gosto quando tentam forçar algumas situações. Tipo, alguém me convidar para algo que eu não curto.

Por exemplo?
Não gosto de ninguém me pressionando para fazer vendas dessas empresas de pirâmides… lance de reunião para isso, para aquilo, não rola comigo! Não suporto ser pressionado. Se eu tiver a fim nem precisa me convidar duas vezes.

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Hoje, com a facilidade nas cirurgias plásticas e até mesmo muitos gays já fazem mudança de sexo, por exemplo, como você encara isso? Toparia?
Não, não. Isso não passa pela minha cabeça. Teve uma época que eu apelei para o feminismo, tipo me vestia igual mulher mesmo, mas tudo para testar a reação das pessoas. Deu certo, mas percebi que a minha sexualidade seria aceita da forma que eu quisesse expor, por conta do carisma e do jeito que eu lido com a sociedade no dia a dia. Mas, de fato, nunca quis colocar silicone no peito ou fazer outra cirurgia, porque estou feliz com “corpicho” que tenho. Eu gosto de ser amado do jeito que eu sou e não quero forçar nenhuma situação. Uma vez eu tive uma relação com uma pessoa e eu não queria mostrar volume, então escondi meu “pinto”…hahahhah

Você usa drogas?
Nunca! Não fumo também, mas antes de você em fumo. Eu sempre me divirto de forma saudável. Eu bebo, fico porre, mas nada que abale minha estrutura ou a de outra pessoa.

Uma vez uns nudes seus foram parar nas redes sociais…
Kkkkkkkkkk você viu? Foram nudes artísticos. Eu fui tachado de velho e sem graça e, então, resolvi mostrar para o despeitado que eu estou com tudo em cima, sim! E ai enviei uns nudes que acabaram parando nas redes sociais.

Rendeu processo?
Que nada! Fiz foi gostar. Fiquei famoso e mesmo tendo acontecido tudo isso em plena campanha eleitoral, não me prejudicou em casa. Pelo contrário, aumentou meu ibope. Hahahahahah

Me diz ai um lugar exótico que você já fez amor mais de uma vez….
Kkkkkkk olha, eu sou tarado por lugares escuros.
Sou do tipo que se eu tiver vontade, eu peço pra parar o carro e faço amor ali mesmo… hahahah

E o lugar preferido?
Ah, já fiz muito na frente do museu, de madrugada. Kkkkkk (deleta isso aiiii) hahahahhahahaha

Foi um prazer imenso abrir essa temporada de entrevistas com uma personalidade como você, que não tem medo de falar o que é e nem o que pensa. Obrigada pela sua disponibilidade e sua atenção com a gente.

Eu que agradeço. Foi muito legal poder contar, de forma tão espontânea, um pouco de mim, de como eu vivo, do que gosto. Esse teu jeito de deixar a gente a vontade acaba levando a gente na conversa… hahahahah… Gostei muito e espero que as pessoas também gostem de me conhecer um pouquinho mais.


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