por Joaquim Onésimo F. Barbosa (*)
Talvez não haja, depois da festa de Ano Novo, uma que mais mexa com o bolso e com a emoção das pessoas, do que o Natal. Ele mistura poder econômico e misticismo religioso. Mas essa data, em que se comemora o nascimento de Jesus Cristo, não é realmente o que dizem que é, e nunca foi.
O Natal não começou com a comemoração do nascimento de Jesus. Sua origem remonta de muitos séculos. Começa com o Natalis Solis Invict, o Nascimento do Sol Invencível, que, como se pode ver, não era Jesus, mas o deus persa Mitra, popular em Roma, e uma das divindades celebradas pelos pagãos, principalmente pelos soldados e pelas populações das zonas de fronteira.
A grande Festa do Sol, na mesma data, tinha a característica de integrar as religiões das diversas populações europeias sob o domínio do vasto império romano. Quase todas elas celebravam a 25 de dezembro o solstício de inverno. A festa era muito parecida às atuais celebrações do Natal cristão, com ritos coletivos e festas familiares.
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As homenagens a Mitra aconteciam durante o solstício de inverno, entre 22 a 25 dezembro.
Para teólogos e estudiosos da religião, é pouco provável que Jesus tenha nascido em 25 de dezembro, como nos fazem crer.
Nesse período, no Oriente Médio, o clima é/era frio, com neve intensa, o que impede/impediria que pastores fiquem/ficasse no campo, ou que grande multidão se desloque/deslocasse de um lugar para o outro, como se descreve no Novo Testamento, Evangelho de Lucas, período de um recenseamento ordenado pelo imperador romano Cesar Augusto.
A própria Bíblia não cita, em versículo algum, a data do nascimento de Jesus, o que impede de se afirmar com certidão que 25 de dezembro é a data do Nascimento de Jesus.
O Natal surge como uma forma de conter os cultos pagãos, uma vez que a igreja cristã crescia, mas deparava-se com os rituais pagãos, de séculos. E uma das formas de conter o avanço dos rituais pagãos na Europa e Oriente Médio seria estabelecer uma data para comemorar o nascimento de Cristo, para que, assim, o povo abandonasse as práticas pagãs, o que não surtiu tanto efeito.
Pregadores cristãos do ocidente e do oriente próximo protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se celebrava o nascimento de Cristo, enquanto os cristãos da Mesopotâmia acusavam a seus irmãos ocidentais de idolatria e de culto ao sol por aceitar como cristã essa festividade pagã .
De início, as comemorações tinham datas variadas: 6 de janeiro, 25 de março, 10 de abril, 29 de maio. Mas a igreja decidiu estabelecer 6 de janeiro, que era a data em que os gregos celebravam a aparição do deus Dionísio.
Mais tarde, decretou-se, definitivamente, 25 de dezembro como a data para a comemoração do nascimento de Cristo, e assim, celebrar, também, o nascimento do Sol.
A origem pagã da festa de Natal é reconhecida inclusive por Santo Agostinho, que exortava seus irmãos cristãos a não celebrarem o Sol naquele dia solene, como faziam os pagãos, e sim celebrarem “Aquele que tinha criado o Sol”.
Assim como a data de comemoração do Natal, incorporaram-se ao calendário cristão as datas de comemoração da Páscoa, festas juninas, festa dos Mortos, e tantas outras celebradas pela igreja católica.
Por volta do ano 1100, o Natal se tornara a festa religiosa mais importante em toda a Europa. Sua popularidade cresceu até a Reforma, quando muitos cristãos começaram a considerá-lo uma festa pagã. Na Inglaterra e em algumas colônias americanas, foi inclusive considerada manifestação uma festa fora da lei. Mas isso durou pouco. Logo o Natal reconquistou o primeiro posto entre as celebrações cristãs, sendo até hoje a festa mais celebrada.
Antes do Natal cristão, acontecia a Festa do Fogo e a do Sol, pois essa época do ano é a do solstício de inverno, ou seja, o dia mais curto do ano no hemisfério norte. A partir dessa data (ao redor do dia 22 de dezembro) as horas de luz começam a ser mais longas a cada dia.
Em Roma Antiga, festejavam-se as Saturnálias em homenagem a Saturno, deus da agricultura. Era um período de paz e de recolhimento (meio do inverno), quando as pessoas trocavam presentes, e amigos e familiares se reuniam em suntuosos banquetes. Os celtas, outra etnia majoritária na Europa naqueles tempos, festejavam por seu lado o próprio solstício de inverno.
No ano 274, por decreto do imperador Aureliano, decidiu-se que no dia 25 de dezembro fosse festejado o Sol. Disso deriva a tradição do “tronco natalício”, grande pedaço de madeira que, nas casas, deveria queimar durante 12 dias consecutivos e deveria ser preferivelmente de carvalho, madeira propiciatória. Dependendo do modo como ela queimava, os romanos faziam presságios para o futuro. Nos dias de hoje, o tronco natalício se transformou nas luzes e velas que enfeitam e iluminam as casas, árvores e ruas.
Daí também a origem pagã das famosas árvores de Natal, que eram erguidas em homenagem ao deus Odin. Odin era um deus da mitologia germânica, chamado também de Wotan.Tinha dois irmãos, Vili e Vé.
Segundo a lenda, Odin e seus irmãos mataram o gigante Ymir e de sua carne formaram o mar; dos ossos, criaram as montanhas; dos cabelos, fizeram as árvores; e do seu crânio, a abóbada celeste. Fizeram, ainda, de dois troncos de árvore, o primeiro par humano, Ak e Embla.
A principal função “divina” de Odin era a de deus da guerra; trazia na mão a lança Gungir, cujo golpe nenhuma força poderia conter, e montava o cavalo Sleipnir, que tinha oito patas, e no qual cavalgou até Yggdrasill, árvore onde se sacrificou, para si mesmo, pendurado por uma lança nesta “Árvore do Mundo” (ou “Grande Árvore”).
Em homenagem a Odin, passaram a adornar um carvalho, também chamado de “o carvalho sagrado de Odin”, com tochas que representavam as estrelas, a lua e o sol. Em torno desta árvore, os germânicos bailavam e cantavam adorando ao seu deus.
Contam que São Bonifácio, evangelizador da Alemanha, derrubou a árvore que representava o deus Odin, e no mesmo lugar plantou outro pinheiro, símbolo do amor perene de Deus e o adornou com maçãs e velas, dando-lhe um simbolismo cristão: as maçãs representavam as tentações, o pecado original e os pecados dos homens; as velas representavam Cristo, a luz do mundo e a graça que recebem os homens que aceitam Jesus como Salvador.
Passados séculos de comemoração, ninguém percebe que ainda se remontam a celebrações pagãs em plena modernidade. Celebra-se o Natal como a festa da Renovação, da Conciliação, a Festa do Nascimento, a Festa da Vida.
Astuto com a grande atenção dada à data, o comércio segue no trenó das comemorações pagãs e cristãs. Seduzida pelo apelo natalino, a população, como nas épocas remotas do paganismo, embebe-se nas dívidas e na fantasia da solidariedade e uma meia-noite.
Se, por um lado, a Igreja católica adaptou a festa pagã aos costumes cristãos, por outro, o povo desvia-se do verdadeiro sentido do Natal e acaba endividando-se, celebrando a gastança e a farra da comida e da bebida, aquém do verdadeiro sentido que se pode ter do Natal.
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* Santareno, é professor e mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia. Escreve regularmente neste blog.
Não conheço esse Senhor (Professor e mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia), mas vamos lá…Já que tem tal formação, devia pelo menos, apresentar um artigo bem menos pronto (internet) e com total imparcialidade, e o principal, menos preconceituoso (festa pagã). Não precisar se “expert” em religião para saber que a data 25 de dezembro não é a data real do nascimento de Jesus, é apenas uma data simbólica.
A única parte que concordo (em parte, pois o texto generaliza), é que muitas pessoas esquecem o verdadeiro sentido da data, e só preocupam-se em com os presentes, comida, bebida, festa e presentes…Para as pessoas ignorantes e fúteis, esse sim é o verdadeiro sentido da data.
A minha opinião final é: Esse texto está totalmente obsoleto, ultrapassado mesmo.
É por isso que eu me considero ignorante. E digo mais: minha ignorância não é especializada com títulos disso e daquilo. Concordo com os comentários anteriores.
Artigo ultrapassado e fraquinho. É incrível como nesse período aparecem esses intelectuais de plantão para fazerem esse tipo de artigo, metade da Internet, já que nem deve conhecer a fundo o que ele se propôs escrever Lamentável, a outra parte reescreveu com suas palavras.. Acompanhe os dois comentários anteriores.
As Igrejas (Católica, evangélicas, ortodoxas e outras Cristãs de modo geral) nunca falaram que esta é a data exata do nascimento. Sempre foi esclarecido que é apenas uma data escolhida para lembrarmos. E acho estranho você taxar uma festa como “pagã”. Falando assim soa como um ar preconceituoso de que tudo que não é cristão é errado. Devemos respeitar todas as manifestações culturais e religiosas independente de sua origem.
Prof Joaquim, hoje também não é dia 30 de dezembro de 2013 do nascimento de Jesus, apesar de terem escolhido o ano do seu nascimento como “zero”. o dia 25 é para lembrar-nos que Ele um dia nasceu e andou entre nós.