por Tiberio Alloggio (*)
Ser governados pelo dinheiro organizado é tão perigoso quanto ser governados pelo crime organizado (Franklin Delano Roosevelt).
O surgimento do sistema capitalista, apesar de injusto e concentrador, se caracterizou historicamente pelo “crescimento econômico”. Com ele, a produção de bens materiais e tecnológicos nunca foi tão abundante, uma revolução que mudou radicalmente o estilo de vida e as perspectivas de futuro das pessoas.
Havia sim, no capitalismo, um talão de aquiles: as crises econômicas, mas no auge do capitalismo industrial, ela só ocorriam a cada 30-50 anos. Ou seja, apesar do sistema desigual, gerações inteiras de pessoas, nem sabiam o que fosse uma crise, e curtiam (entre uma guerra e outra) os “tempos dourados” do crescimento e a ilusão de um futuro promissor.
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Já nos dias de hoje, o cenário não é mais o mesmo. O capitalismo industrial emigrou para a China e outros países asiáticos e quem tomou conta do sistema foi o capitalismo financeiro, que nos proporciona uma média de uma (e até duas) crise econômicas por década.
O fato é que as crises econômicas vem encurtando seus ciclos, a tal ponto que já estão se tornando o dia dia, do sistema capitalista. Uma inversão de fatores, onde o que era uma eventualidade, a “situação de crise”, tornou-se uma “normalidade”. Uma involução, que nos deixa crer, que os tempos dourados do capitalismo estão se esgotando.
Nos dias de hoje, o que mais cresce no sistema, além das crises, são as dívidas. O sinal mais evidente é a aparição de um novo sujeito social: “o homem endividado”, uma especie de vírus que contaminou o sistema de tal forma que se poder falar hoje em “sociedades endividadas”.
Um “endividamento geral” que aponta o dedo para um grande culpado: o dinheiro!
O dinheiro vem sendo apontado como a razão principal de todos os males, numa relação constante de amor e ódio com a sociedade, que nos últimos tempos está cada vez mais virada em favor do ódio. Seria então o dinheiro a mãe de todas as epidemias? Seria ele a ruína da humanidade? Não, não é.
Primeiro: porque o dinheiro é apenas um meio para alcançar um fim. Segundo: porque o fenômeno da dívida não se reduz apenas às suas manifestações econômicas.
Uma sociedade é formada por instituições politicas, religiosas, de classes etc. Todas elas com um sistema de valores definidos. Ao sermos criados na sociedade, abraçamos seus valores e educamos nossos filhos dentro do seu sistema de crenças, o que nos faz sentir parte integrante dessa sociedade.
É através deste mecanismo que as estruturas sociais se perpetuam, exercendo suas influencias sobre a nossa consciência e a nossa compreensão. A “cultura da divida” é justamente um produto desse contexto.
A cultura da dívida tem uma moral própria, que se baseia no “sentimento” das pessoas de ter que “honrar” suas dívidas e na “culpa” de tê-las contraídas. Estamos falando de comportamento humano, algo determinado pelo ambiente e pela cultura social.
Primariamente isso ocorre no plano “moral”, através da função desenvolvida pelas instituições religiosas.
É uma especie de “teologia da divida”, segundo a qual, nos humanos já nascemos “devendo”. Uma suposta “divida espiritual”, contraída pelos nossos antepassados (Adão e Eva), que só poderá ser paga ao longo de toda nossa vida terrena.
Um sentimento de “culpa” que, desde crianças, nos acompanha a vida toda e que só poderá ser resgatado, após uma existência baseada no “sistema de crenças” ditado pelas instituições religiosas. Um caminho que não deixa escolha.
Enquanto as instituições religiosas cuidam da nossa alma, as demais instituições cuidam do nosso corpo, e sobretudo do nosso bolso, pois o “dogma da divida” é a base do sistema financeiro.
O versículo mais rezado pela “bíblia financeira” é o seguinte: “o dinheiro é dívida e dívida é dinheiro”. Ou seja, é o “culto da divida” que rege os nossos sistemas financeiros, tomando proporções religiosas.
Como o dinheiro é criado, as politicas que o governam e como ele afeta a nossa sociedade continuam fora da compreensão da grande maioria da população.
Mas, esta suposta complexidade, associada à religiosidade do sistema econômico financeiro, é somente uma mascara, criada para ocultar uma das estruturas mais opressoras que a humanidade já tolerou.
Entender a logica dessas instituições é essencial para entender porque gastamos nossas existências para pagar dividas.
O único modo de o dinheiro passar a existir é através de empréstimos, se não houvesse dívidas, não haveria dinheiro. O dinheiro (sempre criado entorno de uma divida) é o sangue que corre nas veias de todas as instituições (religiosas ou não).
Se todos pudessem pagar suas dívidas, principalmente os governos, não haveria um único centavo em circulação. Ou melhor, não haveria essa imensa pilha de papeis e de títulos da divida, que hoje representa o 90% de uma suposta riqueza mundial. Uma riqueza que não existe.
Por isso, o estouro da bolha da dívida é inevitável. O colapso do sistema já não é apenas uma possibilidade, é uma grande probabilidade.
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* Sociólogo, reside em Santarém. Escreve regularmente neste blog.
Leia também dele:
O grid de largada da eleição 2012.
Gostei do parágrafo…Entender a logica dessas instituições é essencial para entender porque gastamos nossas existências para pagar dividas. Interessante reflexão!!!!!
A ULTIMA VEZ QUE LADRÃO ENTROU NA MINHA CASA SE FU….. PÔ ESSE CARA SÓ TEM LONG PLAYS UM ELETROLA E LIVROS PRÁ CARA!!!!!! QUA !!! QUA !!! QUA !!!!!! O ABESTADO TINHA UM TESOURO PRÁ ROUBAR E NÃO SABIA DE NADA !!! ENTRE OS LONG PLAYS TINHA O ABBEY ROAD DOS BEATLES !!! EXILE ON MAIN STREET DOS STONES E TODA A COLEÇÃO DOS ROQUEIROS DOS ANOS 50 E 60 !!! DE BUDDY KNOX ATÉ ELVIS PRESLEY !!! ETA LADRÃO ABESTADO !!!! MAS POR PREUCAÇÃO MADEI COLOCAR TRANCA DE MANSARADUBA NA PORTA E JANELAS DO BARRACO !! PREVENIR É MELHOR QUE REMEDIAR !! DE REPENTE ´PINTA UM LADÃO COM CURSO UNIVERSITÁRIO AI EU TÔ FERRADO !!! QUA !!! QUA !!! QUA !!! COMO DIZ O CABOCO DE ORIXIMINÁ : EU QUERO É ME DEVERTIR !!! É DEVERTIR MESMO !!! NÃO É ERRO DE DIGITAÇÃO !!!!
ÓTIMO !!! O LULA E O PETRALHAS INCENTIVAVAM O CRÉDITO CONSIGNADO DA PATULEIA O IOF DOS BANCOS AJUDAVA A QUADRILHA MONTADA PELO ZÉ DIRCEU E TODOS FICAVAM FELIZES !!! MAS UM DIA A CASA CAI CUMPADI !!!
NUNCA TANTOS DEVERAM TANTO A TÃO POUCOS !!! A PATULÉIA TÁ ATÉ O PESCOÇO NA MÃO DE MEIA DÚZIA DE BANQUEIROS !!! AINDA BEM QUE O MEU BANCO É O DA PRAÇA BATISTA CAMPOS !!! A PRAÇA MAIS LINDA DO MUNDO !!!!!
O grande problema financeiro do Páis é que a população brasileira não foi preparada para gastar(consumir), o Seu Presidnte, Ti Ti Ti, facilitou realmente este consumo, o podre passou a ter as coisas, televisores de qualidade, geladeiras que mais pareciam avioes, e outros a classe méia conseguiu comprar carrões, motos de cilindradas cavalares e outro, os ricos por sua vez ficaram mais ricos a industria nunca tinha faturado tanto, isso tudo porque o compromisso do Lula foi na verdade com esses barões da industria criando assim uma ilusão de a pobreza tinha acabado no país, por outro lado aqueles que se individaram, mais cedo ou mais tarde vão se ferrar, volto a dizer tudo por causa da falta de preparo para a gastança. Quer saber mais, o Governo do PT aquí foi avalista de todo os funcionários temporários e estão todos devendo no Banco do Brasil, o PT perde a eleição aquí em Santarém, sabe o que vai acontecer? o funcionalismo vai ficar igual fio de amarrar pato, além de sujo, enrrolado. Seremos no futuro Uma GRécia da vida.
Apresente dados para o que você afirma, suas informações estão vagas, está como se o PT fosse o grande vilão dos males econômicos do Brasil, o que sabemos que não é verdade!
Consumir.consumir:de um modo desnfreado esse é um dos motivos das dívidas da maioria e por isso podemos ter a falência do sistema capitalista que rege nossas vidas desde que nascemos.mas fazer o que? O dinheiro esta aí pra gastar e consumir