Jeso Carneiro

Solução para inundação da avenida Tapajós

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por David Marinho (*)

Na década de 70, foi construído pelo governo militar, via DNOS (Departamento Nacional de Obras e Saneamento), uma estrutura para contenção das enchentes em frente à cidade de Santarém, denominada de “Cais de Arrimo”. Foi erguida, porém, em dois pontos baixos e considerados críticos da orla da cidade.

Foram também instalados dois conjuntos de potentes bombas de alta vazão para que na época das grandes enchentes fossem bombeados o excesso de água que inundavam a avenida Tapajós. Com o passar do tempo, essas bombas foram desativadas e retiradas, fato que culminou com que as águas do rio Tapajós inundassem novamente esses dois trechos críticos dessa avenida.

Diante desse evento previsível, não vemos preocupação dos gestores de Santarém em resolvê-lo em definitivo, o que na época do inverno amazônico provoca transtornos e prejuízos aos santarenos de uma forma geral.

Hoje, se alugam bombas e se gasta muito combustível para minorar o problema. Esses custos operacionais recorrentes já teriam dado para comprar bombas definitivas.

Com essa improvisação, se faz um trabalho de Sísifo, personagem da mitologia grega que, por castigo, faz um serviço que nunca acaba. No caso santareno, jogam a água por cima do cais e ela retorna por baixo. Fecharam os bueiros com sacos de areia, o que represa as águas da chuva alagando a avenida.

Enquanto não se constrói as etapas previstas da nova orla, tecnicamente visualizamos duas alternativas para a solução desse problema. A primeira seria reinstalar outras bombas potentes nos lugares das que foram retiradas indevidamente, podendo-se acrescentar uma galeria de drenagem para captar com antecedência a água de surgência, inclusive utilizando-se “ponteiras de drenagem” interligadas a um tubo coletor, técnica usada para sugar água dos lençóis freáticos por bombeamento.

A segunda seria elevar o “greide” da avenida Tapajós com aterro compactado e reasfaltado, o que daria solução definitiva ao problema.

Seguem dois “perfis geométricos” sugerindo como as estruturas poderiam ser implantadas. Mas para o funcionamento do sistema, seria necessário contemplar todos os componentes funcionais, como, galeria de drenagem com lastro de britas e ponteiras de drenagem, bombas com acionamento de boias automáticas, esgoto pluvial com válvula de retenção em seus terminais para evitar a penetração da água do rio para as caixas de passagens, aterro compactado em nível planejado acima da enchente máxima, contido por muretas de concreto armado e sarjetas pluviais.

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* Santareno, é projetista e gestor ambiental. Escreve regularmente neste blog.

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