Bombeiros, incêndios e PM

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De Brasília, Gervásio de Carvalho faz contraponto ao post Fogo amigo:

É com extrema preocupação que vejo um policial militar se manifestar sobre o modus operandi dos heróis do fogo. E vou além: não há nenhum contraponto de algum membro do CBMPA em relação as opinões do policial. Imagino que a corporação avaliou como mais uma crítica de uma pessoa da comunidade em relação a atuação dos bombeiros em um incêndio ocorrido recentemente por essas bandas.

Jeso, nesse caso não tenho procuração para defender a corporação dos bombeiros paraenses. Vou opinar aqui como paraense, santareno e oficial do Corpo de Bombeiros de Militar do Distrito Federal e leitor do seu blog.

Foi uma infelicidade muito grande do nobre oficial da PM em entrar em uma seara que não é a dele, na minha opinião. A opinião do nobre militar deveria se pautar na ações de policia ostensivas, abordagens e repreensão a delitos; PM é repreensão, Corpo de Bombeiros é prevenção.

No meu ponto de vista, criticar uma corporação de atividade distinta da sua é falta de conhecimento amiúde de sua atuação. As atividades de PM são totalmente diferente de atividades de Bombeiros. E por isso, o que dá certo na PM nem sempre dá certo no Corpo de Bombeiros.

Incêndios ocorrem desde que o mundo é mundo. Nossos históricos nos remontam desde o império chinês a Roma antiga. Esses povos já contavam com grupos organizados para debelar as chamas dos incêndios.

Os Corpos de Bombeiros não têm mecanismo legal para que a população seja obrigada a instalar dispositivos de segurança de modo a proteger individualmente seu patrimônio (no caso suas casas), reitero não há proteção unifamiliar. O que existe são normas de segurança contra-incêndio e pânico que são adotadas pelas corporações para proteger as edificações multifamiliares e seus usuários contra sinistros.

O que o os Corpos de Bombeiros fazem é trabalhar a parceria com a população através de campanhas de prevenção de acidentes e sinistros. Mas as pessoas nem sempre se preocupam com as orientações dadas pelos bombeiros, o brasileiro não é muito apegado a prevenção, isso é cultural, nós achamos que somente a casa do vizinho pega fogo, a nossa nunca!

É cultural a gente trabalhar sempre com a parte corretiva em detrimento a preventiva. Todas as vezes que ocorrem grandes sinistros a população fica aflita principalmente quando há perdas de vidas e ocorrem grandes critícas quanto a atuação dos bombeiros, que no meu ponto de vista é o que está ocorrendo nesse momento.

É oportuna ainda uma reflexão sobre as ações do presente e a construção do futuro dos bombeiros, sobre o nosso lema ” VIDAS ALHEIAS E RIQUEZAS A SALVAR” que não é apenas uma missão, mas um grande orgulho para cada Bombeiro, em poder servir aqueles que em momentos difíceis necessitam de nosso socorro e apoio e muitas das vezes pode ser a última esperança da pessoa acidentada a mão amiga do bombeiro naquela hora.

Visamos sempre o aperfeiçoamento de nossas atividades, com dedicação, lealdade e compromisso, procurando sempre atingir o mais alto grau de profissionalismo em nossos objetivos.

Além do mais estamos sempre buscando atingir o perfeito cumprimento de nossa missão, não tão somente no combate, mas principalmente na prevenção dos acidentes e incêndios. Premissa de todo bombeiro, independe se é no Pará ou em qualquer outro lugar.


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5 Comentários em Bombeiros, incêndios e PM

  • Em resposta ao primeiro, até parece que vossa senhoria nunca reclamou do Dunga de não ter levado Neymar e CIA à copa, ou nunca reclamou que político x é corrupto. Quer dizer que pelo fato de alguém ser policial, não pode dar opinições a respeito dos Bombeiros, ou a repeito da Guarda Municipal ou Polícia civil, que seja?! Quanto ao último não diga que a PM é vizinha dos Bombeiros, Todos moram na mesma casa sob o mesmo teto que se chama Segurança Pública!
    Aos senhores que estão criticando, levados maliciosamente a este senso pelo Blog do Jeso que aparentemente não leu direito o comentário dos Coronel Costa Júnior, tenho a lhes informar que quanto mais instituições agregarem ao programa Segurança Cidadã, mais a coimunidade terá respaldo para desenvolver ações que corroborem a sua sensação de segurança na comunidade, como vem ocorrendo nas UPPs do Rio segundo o prórpio relato da Major Priscila qdo aqui em belém esteve no mês passado. Isso é a verdadeira inclusão social. Com a ida de bombeiros às comunidades para ensinar sobre segurança doméstica e prevenção a incêncios, menos catástrofes ocorrerão nas muitas favelas repletas de barracos velhos com instalações elétricas precárias e botijões e mangueias de gás propensas a acidentes que podem levar a explosões,.
    Ou será que vcs acham que isso no fim não afeta os outros órgãos do sistema de segurança??? Quando pega fogo numa favela e os moradores revoltados com a situação fecham a rua e tocam fogo em pneus… e aí quem vão ser acionados no final das contas???

  • Prezados,
    É de fato importeante que os Bombeiros tenham uma maior interação com a comunidade como sugeriu o Cel. Costa Jr?
    A interação comunitára não visa a punição ou repreensão, mas sim elevar ao nível da compreensão a necessidade de uma comunidade interagir com o órgão.
    Por exemplo, assim como a comunidade é orientada a comunicar à PM pessoas em atitudes suspeitas, a comunidade deve sim, ser orientada a realizar denúncias de condições potencialmente perigosas, como depósitos clandestinos de Gás ou fogos de artifício.
    Só para registro: na manhã da última quinta-feira eu estava nas dependências do Mercadinho Meu Mel (que incendiou-se na madrugada daquele mesmo dia) e assim que cheguei ao local, percebi muita fumaça saindo ainda do depósito. Os bombeiros já haviam deixado o local que visivelmente necessitava de uma operação de rescaldo. Diga-se de passagem, há muitos relatos de que demoraram muito a chegar ao local após o chamado. E não entraram de imediato no local do sinistro porque não disponibilizavam de máscaras e cilindros de oxigênio.
    Mas então, pela manhã, ao ver tanta fumaça saindo, liguei para o Batalhão e expliquei a situação a um Major que atendeu o telefonema (no comando) quando expliquei que a nossa comunidade estava preocupada com aquela situação. Somente 30 minutos depois, chegaram duas viaturas cujas equipes trabalharam ainda por mais duas horas no rescaldo.
    Ademais, como morador de Santarém desde 2006, não sei quem é hoje (nem mesmo o nome) o comandante dos bombeiros.
    São voluntários e candidatos constantes ao heroísmo, mas falta mesmo uma interação deles com a comunidade.
    Abraço a todos!
    Junior Chaves

  • Realmente, JOÃO, em nenhum momento falei em MODUS OPERANDI ULTRAPASSADO e o título “Fogo amigo” também é por conta do Jeso, que acabou tentando apagar o fogo com gasolina.
    Aumentou a audiência do seu blog. Mas, é bom retificar isso, pois tenho respeito aos amigos bombeiros, só acho que falta maior aproximação com o cidadão de meu bairro, por exemplo.
    Na PM, vivemos a mesma crise.
    Somos distantes da população, historicamente.
    Sou um cidadão indignado com essa nossa postura, que aos poucos vem sendo corrigida
    por nossos gestores.
    É um processo que tende a tomar conta das instituições de segurança pública no mundo.
    Um abraço a todos.

  • Caro amigo bombeiro tenho certeza que o coronel jamais teve a intenção de interferir no modus operandi dos bombeiros, pois vcs são muito competentes no que fazem porém, esta faltando aproximação com a sociedade

  • O nobre colega tem toda razão, sou policial militar e não sei o que deu na cabeça do digníssimo oficial para falar da corporação cor-irmã, tendo em vista que a capital Belém tá quase uma Bagdá. Incêndios de grandes proporções acontecem o que é inevitável prever, ainda mais em locais onde as residências são todas conjugadas. Lembro que há dias teve um incêndio de grandes proporções na Avenida Nazaré no centro de Belém prédio central do INSS, foi um caos e ao mesmo tempo vitorioso para os guardiões da vida, que conseguiram evitar o pior, assim como nesse último incêndio. No entanto qualquer lugar está passivo de fogo, independente do lugar. Moral de tudo, pra falar do vizinho tem que olhar primeiro a sua casa.

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