Infocentros: pesquisa acadêmica

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O post Navegapará à deriva em Santarém suscitou o comentário abaixo, da leitora Creuza Andréa Santos:

Em 2012 fiz uma pesquisa (acadêmica, no âmbito da Ufopa) sobre os infocentros em Santarém enquanto política pública, estudei 4 Infocentros: Casa Brasil de Santarém, Pontão de Cultura Digital do Tapajós, a Colônia de Pescadores Z-20 de Santarém e o Pontão de Cultura da Oca, em Alter do Chão.

navegaparaEsse trabalho acadêmico me possibilitou compreender com mais clareza a dinâmica cotidiana do trabalho, das ações, dos projetos e das dificuldades das instituições que possuem um infocentro instalado mantê-lo funcionando. Infelizmente, não conseguir agendar uma entrevista com Paulo Lima, mas sim com Sr. Tarcísio Silva e outros atores dos demais locais pesquisados que me mostraram como os infocentros de fato funcionam diante das graves falhas governamentais.

Num termo denominado por mim de uma “Rede solidária” é que se dá a manutenção dos mesmos, pois pude identificar ações conjuntas e individuais entre esses atores, instituições e/ou conselhos comunitários dos bairros.

Essas ações reúne diversas iniciativas em que se atua com o tema da cultura, educação, conhecimento livre e inclusão digital em diversos lugares da Amazônia, ou seja, é uma política social.

Do lado governamental, Mônica Braga, coordenadora do Navegapará na SECTI, falava na realização de estudos técnicos para subsidiar as ações da secretaria e dizia: “Nossas equipes foram a campo para desvendar a situação dos infocentros no Estado. Descobrimos alguns sem links de internet, com problemas técnicos relativos a antenas e até infocentros que foram abertos sem estudo técnico. Criamos um plano de trabalho que ainda está em andamento. O Navega é prioridade está na agenda mínima da gestão, ele deixou de ser um projeto e agora é um programa de governo”.

Imagina se não fosse um Programa de Governo.

Em Santarém, há infocentros que contam com incentivo da prefeitura e outros não.

Por fim, o estudo lançou duas análises sobre a atuação dos agentes e do Governo:

A pro-atividade dos agentes locais foi identificada como grande sustentadora dos Infocentros, demonstrado que movimentos e agentes sociais conscientes de seus direitos, detentores dos meios de acesso e politicamente articulados, são capazes de amplificar os efeitos dos investimentos públicos ampliando o alcance e a sustentabilidade dos mesmos.

O estudo também indica ao Estado, a necessidade de um constante processo de avaliação do Programa, de discussão permanente com a sociedade e a reformulação desta política pública, para que de fato, se ofereçam iguais oportunidades de acesso a uma sociedade que demanda um acelerado processo de informatização com qualidade, equidade e eficiência para todos, diminuindo as desigualdades.

Também é demonstrado como necessário aumentar os investimentos nas áreas de ciência e tecnologia, que resultem no barateando seus custos, na adequação dos sistemas e das políticas públicas às necessidades da sociedade.

Paulo Lima tem toda razão já passou da hora de se debater com a sociedade os rumos do Navegapará em Santarém e deixar de vez que as resoluções de dê entre os setores técnicos e a política pública seja colocada de forma vertical.


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