O ICPET está contaminado, denuncia jornalista

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O post Tapajós: vai começar errado de novo? suscitou o comentário a seguir, da lavra do jornalista Jota Ninos:

Paulo Lima, como eu, participamos ativamente do ICPET e vimos que aquela estrutura não difere dos antigos comitês que já atuaram na linha de frente desta luta mais que secular.

Apesar dos bons propósitos da maioria das pessoas que atuam junto ao ICPET, na hora das decisões não houve autonomia da instituição em relação a algumas lideranças partidárias, que só quiseram se utilizar do movimento em prol de seus objetivos específicos.

A população nunca se sentiu representava pelo ICPET ou pelos outros comitês criados desde a década de 1980, criando a aura de uma organização elitizada, muito embora as principais lideranças destes grupos sempre contestem essa versão alegando que “as entidades populares foram convocadas a participar, mas não vieram”.

Um movimento de cunho popular não se forma através da simples emissão de ofícios ou memorandos convidando entidades. O ICPET e outros comitês do gênero tiveram sua importância, enquanto instituição articuladora institucional, mantendo a ligação com prefeituras e câmaras municipais da região, bem como com as chamadas “lideranças do setor produtivo”, os empresários. Mas faltou, sempre, o viés mais social, muito embora durante o plebiscito muitas destas entidades tenham participado dos eventos gerados pelo ICPET.

Paulo Lima viu nascer também um movimento paralelo chamado Articulação Popular Pró-Tapajós, que tentava organizar ONGs populares que discordavam da forma como era conduzido o ICPET.

Acho que o ICPET continuará com sua tarefa de articulação interinstitucional, e precisará rever algumas das posturas adotada durante o plebiscito, que atenderam muito mais às necessidades do futuro Estado do Carajás.

Respeito aquele movimento do sul do Pará, bem mais organizado que o nosso e com maior suporte financeiro, a ponto de nos tornar reféns dessa estrutura, principalmente no momento de definir as estratégias de comunicação.

E, Paulo Lima e outros colegas da área de comunicação – que trabalhamos na articulação dos profissionais da área, questionamos por várias vezes a definição de uma linguagem comunicativa única, como se os dois projetos fossem um só. Isso ajudou os defensores do NÃO a combater de forma única os dois projetos e confundir parte da população de Belém, que poderia até ser simpática à nossa causa, em detrimento da causa sulista.

Volto a dizer que sou favorável aos dois estados, mas é preciso repensar a relação entre os dois movimentos, e ao que parece, o ICPET prossegue com a mesma estratégia de defender um projeto que já vem discutido pelas lideranças do Carajás.

Se não tivermos autonomia, estaremos fadados a um novo fracasso, como foi no caso da inclusão da área do Xingu (Altamira) alterando o projeto original da configuração territorial que todos nós conhecíamos, pelo senador Mozarildo Cavalcante, e que NENHUMA LIDERANÇA DOS COMITÊS ANTERIORES QUESTIONOU.

Quando percebi que o ICPET sofria forte influência do deputado federal Lira Maia (DEM), que tornou-se “de repente” defensor da causa e passou a querer ser o “pai da criança”, comecei a me afastar das atividades e depois do plebiscito, defendi a criação de um novo movimento chamado “Tapajós Sempre”, que chegou a realizar algumas reuniões, mas que suspendeu as atividades por conta do período eleitoral, pois não acredito que qualquer movimento em prol da criação do novo estado, tenha sucesso se houver motivação político-partidária.

Isso não quer dizer que políticos não possam participar dela, mas essa liderança não pode atender apenas aos interesses desse líder ou de seu partido.

E o ICPET foi contaminado exatamente pela influência maior de Lira Maia, e em menor grau do vereador Reginaldo Campos (PSB), que apesar de parecer ter bons propósitos, demonstrou que pretendia se utilizar dessa estrutura para seu objetivos partidários (na campanha para Câmara Municipal, o presidente do ICPET, professor Edvaldo Bernardo presidente do ICPET, filiado ao PSB, foi à TV pedir votos para Reginaldo e ressaltou sua importância para a continuidade do movimento).

Concordo com Paulo Lima: precisamos antes de discutir PLIPs ou o que quer que seja, QUE ESTADO QUEREMOS? Uma cópia do que já existe ou algo que faça a diferença na Amazônia?


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10 Responses to O ICPET está contaminado, denuncia jornalista

  • Jorge Moraes, Calma. Realmente, só tu e a “CAPITAR” para se acharem superiores eternizando bandidos na política. Agora me diga: quem são mesmo os colonos e os fracassados?
    Tapajós seeeeeeeeempre!!!!

  • Estamos retomando as ações que visam desencadear uma nova frente de batalha pela criação do ESTADO DO TAPAJÓS.
    Sua participação e muito importante está luta e nossa não tem dono!

    Luiz Correa Azevedo
    Comitê Pro Criação do Estado do Tapajós

  • O que vejo são muitos críticos, apontando erros, todavia me pergunto, porque que os críticos não aparecem nas reuniões e expõem suas ideias , defendendo os pontos que consideram certos!
    Criticar e fácil, difícil e assumir uma posição e depois receber as pedradas!
    Amigos as portas do movimento estão abertas para todos, venham e vamos enfrentar juntos os políticos mau caráter que estão se utilizando do movimento para propósitos pessoais!

  • UM POVO QUE ELEGE UM DOS MAIORES DEFENSORES DO NÃO QUE É O VON PARA PREFEITO MERECE SER COLONIZADO SEMPPRE POR NÓS DA “CAPITAR”” !!!!!

    1. jorge moraes esse seu pensamento é desprezível, o povo não é bobo, ao contrário de você. Já o J. Ninos pra mim nen jornalista não é, pois prega no peito uma bandeira partidária. um profissional de jornalismo não faz isso. Agora pra ele o Reginaldo Campos não presta, e antes?

    2. Deixe de ser alienado, ou você acha que a Ana Júlia Carepa, se eleita, seria a favor do sim.

      Políticos de Belém (sem exceção de partido) são a favor da NÃO divisão.

      Acorda, Jorge SONOLENTO Moraes!

  • fracasso !!! fracasso !! fracasso !!! fracasso outra vez afinal por te querer tanto bem e te fazer tanto mal…. os mocorongos tão mais perdidos nesta luta que c achorro de pobre em dia de mudança !!!!! vão ficar igual aos argentinos eternamentes imersos na cultura do fracasso , isolamento e depressão !!! enquanto isso altamira respira progresso alegria e desenvolvimento !!!! viva altamira !!!! abaixo os mocorongos traíras !!!!!

  • Boa materia, mas tirando o fato que ICPET tenha atendido as necessidades de Carajás, pois foi ao contrário, carajás que vem desde o plebiscito atendendo as necessidades do Tapajós com ações juridicas e institucionais, para que possamos realizar o nosso sonho de ver criados o Estado do Tapajós e Carajás, mas em partes concordo com o Sr. Paulo Lima quando ele diz que o ICPET está contaminado por politicos e falsos emancipacionistas ou diria aproveitadores do movimento, que acabam por manchar a imagem da luta perante o povo,. agora com relação a essa retomada da luta, vejo que precisamos levar alguns pontos importnates em consideração que estão sendo ignorados e farei questão de estar presente no Forum do dia 26 para esclarecer quais são esses pontos aos meus irmãos guerreiros de Santarém. Agente se ver por lá… Metal – Itaituba

  • Não perdemos o plebiscito para Belém e região metropolitana, perdemos para o STF. Daí a importancia do Plip, onde todos devemos participar, seja sociedade civil organizada ou não.

  • Caros amigos;

    É importante trazer aqui alguns informes, pra conhecimento dos leitores; Os PLIPs ( Projetos de Lei de Iniciativa Popular), serão só do estado do Tapajós, sendo que o principal pede a alteração da redação da lei 9.709 de 88 dando um novo texto aos artigos 7º e 10º, para que o plebiscito seja feito somente na área emancipanda…Outro será uma espécie de carta na manga pra uma negociação política no congresso em favor do Tapajós…O auto Xingú( Altamira, Vitória do Xingú, Senador José Porfírio e Porto de Moz) não farão mais parte desse projeto, respeitando a vontade deles expressa no plebiscito(60% disseram NÂO), será encaminhado um comunicado as prefeituras, câmaras, Associações comerciais e movimentos populares, para que os mesmos comuniquem a população…
    Acredito que precisamos de novos direcionamentos para o vislumbre de um novo rumo…É importante saber que é necessário alguma ação conjunta, o que não podemos e ficar olhando de longe enquanto podemos contribuir com mudanças, principalmente se essas forem pra melhor…Temos feito o que podemos, mas, é no conjunto de idéias que podem nascer movimentos de revolução…Daí a importância da participação de pessoas como o J. Ninos, Prof. Paulo Lima, prof. Jackson dentre outros tantos que podem nos ajudar na reformulação do movimento e na consequente apropriação desse capital social pele própria sociedade..Inclusive propondo fóruns e debates nas instituições de ensino e entidades sociais e de classes …O que não podemos é ficar olhando de longe e vendo as coisas indo de um jeito se podemos contribuir pra melhor.

    Acredito que esse dia será um espaço pra tais questionamentos….É importante a presença e a participação de todos nesse momento que se espera seja de democracia…
    Estamos vivendo um novo tempo e precisamos nos unir…
    Quem sabe faz a hora não espera acontecer!!!

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