Justiça decreta prisão dos 13 policiais envolvidos na chacina de Pau D’Arco

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Justiça decreta prisão dos 13 policiais envolvidos na chacina de Pau D'Arco, Chacina de Pau D'Arco

A Justiça Estadual do Pará aceitou o pedido de prisão temporária dos 13 policiais envolvidos na morte de dez trabalhadores rurais sem-terra na Fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco (867 km ao sul de Belém), em maio deste ano.

A decisão pela prisão foi tomada na última sexta-feira (7) pelo juiz Haroldo Silva da Fonseca, da comarca de Redenção (PA), a partir de pedido do Ministério Público do Estado do Pará.

O pedido foi acolhido no mesmo dia em que Rosenilton Pereira de Almeida, 44, uma das lideranças do assentamento, foi assassinado em Rio Maria, cidade a 60 km de Pau D’Arco.

Os 13 policiais – 11 militares e dois civis – já se apresentaram à polícia.

As prisões têm prazo de cinco dias, mas pode serem prorrogadas por mais cinco.

ASSENTAMENTO

As prisões foram efetuadas 45 dias após a após a ação conjunta das polícias Militar e Civil do Pará que resultou em dez mortos, todos eles camponeses, no episódio de disputa agrária mais violento desde Eldorado dos Carajás, também no Pará, em 1996.

As mortes em Pau d’Arco ocorreram na manhã de 24 de maio após um grupo de 29 policiais ter ido ao assentamento cumprir três mandados de prisão de camponeses suspeitos de matar um segurança da fazenda.

O caso está analisado em quatro frentes de investigação: Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Federal e corregedorias das polícias Civil e Militar. Nenhum dos inquéritos foi concluído.

A polícia afirma que houve um confronto entre com os camponeses e troca de tiros –hipótese descartada pelo Ministério Público do Pará.

RECONSTITUIÇÃO

Os promotores destacam quem não houve nenhum baleado entre os policiais que participaram da operação nem marca das de tiros nos veículos dos policiais.

Também afirmam que dois seguranças particulares da fazenda participaram da operação policial de forma irregular.

Na última semana, Polícia Civil e Polícia Federal fizeram uma reconstituição da operação em Pau D’Arco que durou três dias.

A Polícia Civil informou que ouviu cerca de 50 pessoas entre policiais, testemunhas e sobreviventes. A Polícia Miliar não vai se pronunciar até a conclusão das investigações.

OS ALVOS

Os mandados foram contra os seguintes policiais:
– Carlos Kened Gonçalves de Souza – coronel da PM;
– Rômulo Neves de Azevedo – Tenente da PM;
– Cristiano Fernando da Silva – cabo da PM;

– Rodrigo Matias de Souza – Soldado da PM;
– Advone Vitorino da Silva 2º sargento da PM;
– Jonatas Pereira e Silva – Soldado da PM;

– Neuily Sousa da Silva – Soldado da PM;
– Welington da Silva Lira – soldado da PM;
– Orlando Cunha de Sousa – 3º sargento da PM;

– Ronaldo Silva Lima – sargento da PM;
– Ricardo Moreira da Costa Dutra – Cabo da PM;
– Douglas Eduardo da Silva Luz – Escrivão da Polícia Civil; e
– Euclides da Silva Lima Junior – Investigador da Polícia Civil.

Com informações da Folha de S. Paulo e Portal Para News

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