Jeso Carneiro

No raso com… Anísio Quincó

Fotos: Daniel Conde
Anísio Quincó, urbanista e arquiteto santareno

Anísio Quincó é urbanista e arquiteto santareno. Mora na Argentina, onde faz pós-graduação em ‘Proyecto Urbano’, pela Universidad de Buenos Aires.

O curso, segundo ele, trata de projetos na escala da cidade, de planos de transporte, de desenvolvimento, de requalificações de áreas degradadas, enfim, rever os conceitos da cidade.

“Além de gerir a parte projetual, temos que estar preparados para conversar com os diversos setores da sociedade com os quais o projeto tenha relação”, explica.

Ele é o 2º protagonista da nova seção do blog denominada No raso, cuja estreia ocorreu na semana passada com a jornalista Márcia Reis.

Depois do curso, não sabe ao certo o que vai fazer. Mas acalenta uma certeza: “Quero voltar ao Brasil e colocar o que aprendi em prática”.

Nome: Anísio Lima Quincó

Idade: Vinte e poucos anos.

Natural de … Santarém!

Decidiu que seria arquiteto quando…. Aos 10 anos, fiz um ‘plano’ (pueril) de vida: sair de casa, mudar de cidade, cursar arquitetura. Tinha que perpetuar aquilo que gostava de fazer desde os cinco, que era desenhar, dar uma ‘cara’ melhor às coisas.

Um projeto arquitetônico que marcou sua vida: E urbanístico também: Brasília. Um lugar cheio de história do país, e fruto de políticas de interiorização do desenvolvimento, saído das pranchetas de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, e que hoje ainda pulsa, respira e inspira arquitetura e urbanismo.

Um herói: Todos aqueles que ajudaram no caminho. Mãe, família, amigos, chefes… Todo mundo é um pouco herói da vida do outro.

Livro favorito: Steve Jobs (escrito por Walter Isaacson). Sempre tive uma admiração pela figura dele, por suas apresentações, pela busca da perfeição formal do que produzia. Ainda mais quando soube que ele não quis ler o que foi publicado, para seus filhos saberem o que aconteceu na vida do pai. Sem censuras.

Uma viagem marcante: A última, quando fui à Santarém. Foi uma emoção inenarrável voltar para casa, pela primeira vez, com o título de arquiteto.

Lugar para descansar: De molho nas águas do Tapajós. Tem coisa melhor?

Fugiria para... Perto do que traz felicidade e desperte paixão.

Um momento que gostaria de reviver: O que acontece por esses tempos: o folclore do Dom Amando. Era o máximo ir às comunidades do interior, pesquisar, conversar com os moradores e, depois, reproduzir tudo na área do colégio. Na época, não tinha muito a noção de quanto aquilo era importante para a vida. Havia interdisciplinaridade (envolvendo história, geografia, física etc.), algo que deveria ser o objetivo/ferramenta da educação formal.

O presente mais legal que já recebeu? A oportunidade de estudar e realizar sonhos. Um dia também quero ter a oportunidade de dar presentes como esse.

Não sai de casa sem… Uma câmera. Seja a de celular, ou tradicional. As melhores fotos são aquelas do cotidiano.

Especialidade na cozinha: Uma suculenta… farofa de ovo. Ok, não sei cozinhar nada além disso.

Sempre visita na internet: Fontes de informações de diversas opiniões (de Santarém, Pará, Brasil e Argentina); blogs de arquitetura/design/urbanismo; portfólios de notáveis escritórios de arquitetura e, ultimamente, sites de economia (conceitos de importação, exportação, inflação…).

O melhor de Santarém: As belezas naturais! Não posso deixar de citá-las… Mas algo que chama mais a atenção, é ver um povo que, mesmo em meio às dificuldades, se mantém esperançoso. Nós santarenos, quando defendemos o Estado do Tapajós, temos algo muito parecido com o patriotismo dos argentinos.

Com quem gostaria de fazer um projeto arquitetônico: Com um mestre. Meu eterno professor e chefe, o arquiteto Aurélio Meira.

Sempre na torcida… De fazer tudo aquilo que esteja ao alcance.

O que seria se não fosse arquiteto: Publicitário ou comandante de barco. Não necessariamente nessa ordem.

Um recado curto e elegante: Gostaria nessa época de eleições municipais, que houvesse candidatos preocupados com o desenvolvimento através do planejamento de médio e longo prazo. Uma pessoa, ou um grupo, que estivesse intimamente ligado ao zelo da cidade e da região. Alguém se habilita?

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