Ponto fraco
Minas são minhas
Meninas
No dorso do meu cavalgar
Sandália do tempo
De outrora
De u’a outra aurora
Que não vou suportar…
Tantas e quantas são as mortes
Que eu hei de carregar
Por entre todas as penas
Do meu calcanhar?
Quantos são os meus medos
Que os meus segredos
Hão de recordar?
Todas as horas não valem
Mais que um segundo
E o fim do mundo
Não dura mais que um luar…
E haverei de ser
O que diz a garganta,
Mas nessa guerra santa
Hei de chegar ao meu lugar!
No teu colo moreno,
Morena de atormentar,
Hei de morrer d’uma flecha
Que um dia atravessará
Meu caminho…
Mas haverei de deixar uma brecha
Nas muralhas do meu guerrear!
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Porque sou a alma da terra,
E o meu sangue prospera
E revela meu altar…
Sou o herói reprimido,
O vilão e bandido
De tanto apanhar!
Sou como aqueles
Cujo nome prefiro impronunciar,
Mas meu possante gemido
É a força do mito incontido
Pra todo o sempre se fazer ecoar…
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De Jota Ninos, poeta amazônico naturalizado santareno.
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