Inverossímil
Minto mais que omito,
Mais que o mito do meu íntimo ser
E desminto-me a cada entardecer…
Sinto que quando minto
Não minto pra mim, nem pra você
Minto mais pra parecer
Que a omissão da missão, de querer ser,
É a razão do meu querer
No infinito de cada anoitecer…
Não sei tecer as verdades
Que extraio do seu prazer
Mas sei que a mentira
Me tira a ira do seu enlouquecer
E resgata a veracidade
Que me traz a sua verdade
Na velocidade do nosso amanhecer…
Mas é nesse momento sublime
Quando toda paixão que me oprime
Me exprime a sua real realidade
Entre o mentir e o dizer a verdade
Fatalidade do nosso bem-querer
E é quando aprendo que mentir
É dizer a verdade que você tanto quer viver…
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De Jota Ninos, poeta e jornalista tapajônico.
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