Em viagem pelo Baixo Amazonas, assim anota em seu diário Gastão Cruls, escritor brasileiro do século XX: “Duas coisas nos fazem saltar em Oriximiná: conseguir um pouco de pão, de que andamos saudosíssimos, e visitar a igreja em que jazem os restos do Padre Nicolino. Esta está em ruínas e já não é mais a ermida que, no dizer de Gonçalves Tocantins, “se avista de longe como uma bonina”. Contudo, chegamos até os seus escombros e, sob um altar velho, abaixando-nos com grande dificuldade, podemos divisar uma lápide de cuja inscrição só conseguimos ler o Souza. Quase às dezenove horas, já em águas do Amazonas, bate-me fortemente o coração, quando vejo, a certa distância, um pontilhado de luzes, que nascem à beira d’água e sobem tremulando pela encosta. É Óbidos, a Cidade que ainda há quatro meses me parecia tão humilde e pequenina e agora avulta aos meus olhos como um grande centro de civilização”.