Em pelo menos 4 municípios do oeste do Pará, a população já percebeu que elegeu lebre para prefeito, mas quem anda dando as cartas nesses 150 dias de mandato é gato.
Cidades como Monte Alegre, Rurópolis, Curuá e Faro os empossados no cargo em janeiro deste ano não ocupam o topo na hierarquia do poder municipal. Obedecem quase sempre a ordens superiores.
Em Monte Alegre, por exemplo, o todopoderoso é o “gato” Juca Monteiro, irmão do prefeito petista Sérgio Monteiro.
Com passagem em diversas prefeituras da região, entre as quais Vitória do Xingu, Juca é uma espécie de Everaldo Martins Filho em território pinta cuia. Manda e desmanda em todos os setores da esfera pública municipal.
— ARTIGOS RELACIONADOS
Em Rurópolis, o pai inelegível José Paulo Genuíno é que dá o norte (sul, leste e oeste) na gestão municipal.
O filho eleito nas urnas, Pablo Genuíno (PSDB), é mera figura decorativa. Tem tanto poder de decisão quanto a primeira-dama do município, Katyussy Bonami Genuíno. Ou seja, nenhum.
Em Curuá, o enredo pai e filho se repete. Só que lá, a lebre é filha (Adriana Pereira). O pai igualmente inelegível é o ex-prefeito Zé Preto. É ele que comanda o município.
Eleita com quase 62% dos votos, a prefeita Marinete Machado (PMDB) é a “Rainha da Inglaterra” em Faro. Os poderes do Executivo são exercidos de fato pelo marido Tenório Carvalho, ex-prefeito alvejado pela Lei da Ficha Limpa.
Lideranças comunitárias, políticas e similares se dirigem a ele quando se trata de resolver questões municipais.