Jeso Carneiro

Como atrair médicos para o oeste do Pará

Sugestões do médico Karlisson Eder da Cunha Lima para combater a falta de médicos no oeste do Pará, a propósito do post Combate à falta de médicos: 7 itens:

Jeso, sinceramente, como profissional médico que sente na pele o exercício da medicina no oeste do Pará, vejo que existem SIM 7 itens FUNDAMENTAIS para combater a falta de médicos na nossa região:

1) Valorização do Médico de Família e Comunidade. Essa especialidade médica reconhecida pelo CFM/AMB é visto hoje com pouquissimo interesse pelos estudantes de medicina, já que a remuneração é PÉSSIMA e qualquer recém-formado que esta esperando passar na residência pode ” exercer ” essa área.

2) Estruturar as equipes de ESF e as unidades Basícas de Saúde. Nenhum médico quer trabalhar em um lugar que falte medicamentos, exames e uma equipe multiprofissional comprometida com a atenção primaria em saúde

3) Remunerar justamente não somente os médicos, mas sim os enfemeiros, técnicos, ACSs e demas profissões. Não existe interiorização sem um salário justo e atrativo. Se é pra ganhar “X” em Belém, porque vou ganhar os mesmo “X” em Faro?

4) Criar um plano de Carreira semelheantes aos juízes para os médicos. Incentivar a interiorização com subsídios e atrativos futuros, que permita o médico seguir trajetória naquela região.

5) Oferecer capacitação e atualização gratuita aos médicos e profissionais interiorizados, obrigando eles a irem nos congressos, estudar por livros e protoclos , fazerem reciclagens e etc. É muito comum ver colegas com somente a graduação e trabalhando a anos sem uma mínima atualização.

6) Precisamos ter um sistema de regulação em Saúde mais eficiente, permitindo uma integralidade das referências especializadas, com agilidade nos emcaminhamentos. Nenhum médico quer trabalhar em uma rede onde o encaminhamento pro oftalmologista demore 6 meses.

7) Colocar na cabeça de alguns gestores que médico não é igual ao sal de cozinha, ou seja… branco, barato e se encontra em qualquer esquina. Médico é uma profissão de altíssima responsabilidade, que precisa ter acesso a recursos minimos para realizar um trabalho digno e de qualidade. Sem esses recursos, o profissional médico jamais vai sair dos priviegios de sua capital, deixando o oeste do Pará cada vez mais esquecido, isolado e doente.

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