Jeso Carneiro

Esquerda carece de estadista: paralelo entre Mandela, Lula e Ciro

Esquerda carece de estadista: paralelo entre Mandela, Lula e Ciro
Lula: prisioneiro do ego. Foto: Divulgação

por Válber Pires (*)

Mandela passou 27 na prisão e, quando saiu, comandou um pacto de reconciliação nacional entre negros e brancos, amigos e inimigos políticos. A atitude de Mandela evitou que a África do Sul mergulhasse numa guerra civil e sedimentou o nascimento de uma nação multiétnica.

Válber *

Lula passou 1 ano e 7 meses na prisão e, quando saiu, ficou prisioneiro de seu ego, exigindo pedidos de perdão dos seus inimigos pelas injustiças cometidas contra ele.

Ciro Gomes nunca foi preso, mas não consegue se libertar de uma arrogância infantil que prejudica a confiança e a ampliação de uma aliança de esquerda em torno de sua pessoa.

Mandela entendeu que o homem de poder, principalmente aquele que se põe em defesa dos despossuídos, deve estar preparado para sofrer todo tipo de injustiça. Sua redenção não vem pelo pedido de perdão dos canalhas que o injustiçaram, mas pelas penas da História.

Ao grande homem de poder, ao estadista, cabe agir por sobre os interesses menores, particulares, a fim de unir sua nação em defesa de interesses e necessidades maiores, que tem a ver com a sobrevivência e o fortalecimento da própria nação, do Estado, da sociedade e suas instituições.

Nem Ciro nem Lula atingiram esta grandeza política, moral e psicológica. Comportam-se como líderes provincianos, representantes de clube de fãs. Principal problema da esquerda brasileira hoje é falta de um estadista.


— * Válber Pires é professor universitário, doutor em Sociologia, com pós-doutorado em Socioeconomia e Sustentabilidade.

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