Jeso Carneiro

Poetas amazônicos

Unanimidade

Emudeço umedecido
E me desço adormecido
E me decido pela noite fria
De teus lençóis…

Te aqueço com meu frio
Enrijeço teu apreço
E obedeço ao teu preço
No calafrio dos arrebóis…

Amanheço tuas noites
Com açoites em tua languidez
Escorrego em tua tez
E me transbordo
À tua bordo

E me rebordo
De bombordo à estibordo
Dessa tua insensatez…
Nau desgovernada, desfaçatez
De corpos intumescidos
Sudorese divina, embriaguez…

Unânime “anima” na umidade!

E, despudorado, exploro tua nudez
Com ardor enfurecido
Obedeço teu começo
Mas me esqueço do meu fim…

Emudecido umedeço
Até o céu de tua boca
Esmaecer enternecido
Da umidade do meu prazer…

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De Jota Ninos, poeta amazônico nascido em Belém (Pará) e naturalizado santareno.

Leia também dele:
Intertexto.
S.O.S.
Soneto de um filósofo armagurado.
Simbioese.

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