Simbiose
Até onde posso te carregar,
Menina-flor,
Antes que arranques
Todas as tuas pétalas por mim?
Até onde devo te carregar,
Menina-flor,
Antes que tuas raízes
Não tenham onde se fixar?
Até onde quero te carregar,
Menina-flor,
Antes que eu encontre
A primavera que tanto procuro?
Não quero te ver murchar,
Menina-flor,
Mas não sei até quando viverei
À tua sombra,
Enquanto acreditas que meu caule
É teu jardim…
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De Jota Ninos, poeta amazônico nascido no Pará (Belém).
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Na tal idade.
Volúpia tropical.
MINHA FILHA MEU AMOR.
Minha menina CRESCEU,
E começou a tomar as rédeas de seu destino,
E sabiamente vai seguindo seu caminho…
Vai meu AMOR, ate onde teus sonhos te levarem,
Segue altaneira em tuas escolhas,
Que eu estarei aqui, a te aguardar se a casa um dia
Quiseres voltar…
Voas meu AMOR, ao infinito,
Ouses sonhar sonhos que não sonhei,
Ouse ser mais do que eu fui,
Bem mais do que eu te dei
E SEJA FELIZ SEMPRE em tuas vitorias,
E a mim, caberá ser feliz com tuas vitorias…
Minhas mãos trêmulas,
Meu corpo cansado,
E todas as minhas deficiências,
Não será nunca limites a minha alegria,
Nem a minha felicidade…
Hoje começas a trilhar teu caminho,
POR TEUS MÉRITOS, POR TUAS VITORIAS, POR TEUS ESFORÇOS…
Voa minha menina, que hoje se faz mulher,
VITORIOSA E GUERREIRA,
Vibra com tua alma, mas essa vitoria,
E SABERÁS ENTÃO QUE MEU AMOR,
E MEU CARINHO, ESTARÃO SEMPRE A TE ESPERAR,
A te proteger, a te amparar,
E mesmo que não precises mais de mim em tua vida,
Ainda assim, sabes que poderás contar comigo sempre…
Vai meu AMOR, siga a sua vida,
E SEJAS FELIZ SEMPRE…
PARABENS… EU TE AMO, MAIS E MAIS E MAIS AINDA…
NESSA VIDA, E POR TODAS AS OUTRAS VIDAS QUE TEREMOS…
E se o Grande Arquiteto do Universo, AMOR E BONDADE,
Quis-me aqui, é porque eu precisava viver esse momento.
QUE TUA ALEGRIA, não seja efêmera,
Que TUA VITORIA, seja sempre fruto de tua determinação e TRABALHO.
Quisera eu, poder demonstrar minha alegria,
Na grandeza do infinito AMOR QUE SUPLANTA O TEMPO,
E que eu sinto por ti…
Obrigado por seres em minha VIDA,
Esse PRESENTE DE DEUS…
EU TE AMO…
Teu pai de ALMA CABOCLA…
Belas metáforas, Jota.
Mais uma bela obra.
Floripa.
Há um viés Lolita (romance do russo Vladimir Nabokov,) bem visível neste poema de Jota Ninos.
O verso final (“Enquanto acreditas que meu caule/ É teu jardim…) respalda essa afirmação devido toda a sua carga de eroticidade nele fixada.
O eu-lírico se deslumbra com a jovialidade, com a formosura da menina, metaforizada em flor (pétalas, raízes, primavera…) numa modelo poemático muito próximo do cânon caraterístico da escola romântica.
Relembrando os velhos tempos de prof°, me senti na sala de aula agora.
Abraços prof°
Velhos tempos, bons tempos rsrrsrs, Morena. Abraços
Ótima análise professor, eu só acrescentaria que o eu-lírico do poeta demonstra que apesar da fragilidade da “menina-flor”, ele depende dela para sobreviver “Antes que eu encontre/A primavera que tanto procuro?” (uma alusão ao surgimento de outras flores, na explosão dessa estação, como se agora só houvesse ela para acalentá-lo em sua solidão na imensa floresta que é seu coração)..
Isso fica explícito no início do verso final “Mas não sei até quando viverei/ À tua sombra”, para concluir que a “menina-flor” se acha protegida em seu “caule’ (realmente um altíssimo grau de erotismo metafórico…), o que indica que ela não percebe o quanto ela significa para o atormentado eu-lírico, que vê o tempo passar sem saber como dar um novo rumo à sua pequena “menina-flor”…
Seu acréscimo, O Literato, enriqueceu ainda mais a análise. Parabéns!
Mais um acréscimo à análise que esqueci de citar: o título Simbiose é no mínimo sublime e define bem a relação da “menina-flor” com o eu-lírico do poeta, já que o termo designa “uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes”, segundo a Wikipedia, que diz ainda que “na relação simbiótica, os organismos agem ativamente (elemento que distingue “simbiose” de “comensalismo”) em conjunto para proveito mútuo, o que pode acarretar especializações funcionais de cada espécie envolvida”. Bonito, né?
Que o poeta consiga encontrar uma forma de encaminhar sua “menina-flor” para outro jardim e nos brinde com novas pérolas como essas quando encontrar sua primavera…
Mais um acréscimo à análise que esqueci de citar: o título Simbiose é no mínimo sublime e define bem a relação da “menina-flor” com o eu-lírico do poeta, já que o termo designa “uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes”, segundo a Wikipedia, que diz ainda que “na relação simbiótica, os organismos agem ativamente (elemento que distingue “simbiose” de “comensalismo”) em conjunto para proveito mútuo, o que pode acarretar especializações funcionais de cada espécie envolvida”. Bonito, né?
Que o poeta consiga encontrar uma forma de encaminhar sua “menina-flor” para outro jardim e nos brinde com novas pérolas como essas quando encontrar sua primavera…
Que bela poesia!
Ao que tudo indica inspirada em alguém, mas como o poeta não revela nem nome e nem sobrenome de sua Menina-Flor, só me resta dá-lhe os parabéns.
Não quero te ver murchar,
Menina-flor,
Mas não sei até quando viverei
À tua sombra,
Enquanto acreditas que meu caule
É teu jardim…
Linda poesia
Parabéns mais uma vez.
Com a competência de sempre