Poetas amazônicos – Menina-flor

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Simbiose

Até onde posso te carregar,
Menina-flor,
Antes que arranques
Todas as tuas pétalas por mim?

Até onde devo te carregar,
Menina-flor,
Antes que tuas raízes
Não tenham onde se fixar?

Até onde quero te carregar,
Menina-flor,
Antes que eu encontre
A primavera que tanto procuro?

Não quero te ver murchar,
Menina-flor,
Mas não sei até quando viverei
À tua sombra,
Enquanto acreditas que meu caule
É teu jardim…

————————————————

De Jota Ninos, poeta amazônico nascido no Pará (Belém).

Leia também dele:
Na tal idade.
Volúpia tropical.


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11 Responses to Poetas amazônicos – Menina-flor

  • MINHA FILHA MEU AMOR.

    Minha menina CRESCEU,
    E começou a tomar as rédeas de seu destino,
    E sabiamente vai seguindo seu caminho…
    Vai meu AMOR, ate onde teus sonhos te levarem,
    Segue altaneira em tuas escolhas,
    Que eu estarei aqui, a te aguardar se a casa um dia
    Quiseres voltar…

    Voas meu AMOR, ao infinito,
    Ouses sonhar sonhos que não sonhei,
    Ouse ser mais do que eu fui,
    Bem mais do que eu te dei
    E SEJA FELIZ SEMPRE em tuas vitorias,
    E a mim, caberá ser feliz com tuas vitorias…

    Minhas mãos trêmulas,
    Meu corpo cansado,
    E todas as minhas deficiências,
    Não será nunca limites a minha alegria,
    Nem a minha felicidade…
    Hoje começas a trilhar teu caminho,
    POR TEUS MÉRITOS, POR TUAS VITORIAS, POR TEUS ESFORÇOS…

    Voa minha menina, que hoje se faz mulher,
    VITORIOSA E GUERREIRA,
    Vibra com tua alma, mas essa vitoria,
    E SABERÁS ENTÃO QUE MEU AMOR,
    E MEU CARINHO, ESTARÃO SEMPRE A TE ESPERAR,
    A te proteger, a te amparar,
    E mesmo que não precises mais de mim em tua vida,
    Ainda assim, sabes que poderás contar comigo sempre…

    Vai meu AMOR, siga a sua vida,
    E SEJAS FELIZ SEMPRE…
    PARABENS… EU TE AMO, MAIS E MAIS E MAIS AINDA…
    NESSA VIDA, E POR TODAS AS OUTRAS VIDAS QUE TEREMOS…
    E se o Grande Arquiteto do Universo, AMOR E BONDADE,
    Quis-me aqui, é porque eu precisava viver esse momento.
    QUE TUA ALEGRIA, não seja efêmera,
    Que TUA VITORIA, seja sempre fruto de tua determinação e TRABALHO.

    Quisera eu, poder demonstrar minha alegria,
    Na grandeza do infinito AMOR QUE SUPLANTA O TEMPO,
    E que eu sinto por ti…
    Obrigado por seres em minha VIDA,
    Esse PRESENTE DE DEUS…
    EU TE AMO…

    Teu pai de ALMA CABOCLA…

  • Há um viés Lolita (romance do russo Vladimir Nabokov,) bem visível neste poema de Jota Ninos.

    O verso final (“Enquanto acreditas que meu caule/ É teu jardim…) respalda essa afirmação devido toda a sua carga de eroticidade nele fixada.

    O eu-lírico se deslumbra com a jovialidade, com a formosura da menina, metaforizada em flor (pétalas, raízes, primavera…) numa modelo poemático muito próximo do cânon caraterístico da escola romântica.

    1. Ótima análise professor, eu só acrescentaria que o eu-lírico do poeta demonstra que apesar da fragilidade da “menina-flor”, ele depende dela para sobreviver “Antes que eu encontre/A primavera que tanto procuro?” (uma alusão ao surgimento de outras flores, na explosão dessa estação, como se agora só houvesse ela para acalentá-lo em sua solidão na imensa floresta que é seu coração)..

      Isso fica explícito no início do verso final “Mas não sei até quando viverei/ À tua sombra”, para concluir que a “menina-flor” se acha protegida em seu “caule’ (realmente um altíssimo grau de erotismo metafórico…), o que indica que ela não percebe o quanto ela significa para o atormentado eu-lírico, que vê o tempo passar sem saber como dar um novo rumo à sua pequena “menina-flor”…

        1. Mais um acréscimo à análise que esqueci de citar: o título Simbiose é no mínimo sublime e define bem a relação da “menina-flor” com o eu-lírico do poeta, já que o termo designa “uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes”, segundo a Wikipedia, que diz ainda que “na relação simbiótica, os organismos agem ativamente (elemento que distingue “simbiose” de “comensalismo”) em conjunto para proveito mútuo, o que pode acarretar especializações funcionais de cada espécie envolvida”. Bonito, né?

          Que o poeta consiga encontrar uma forma de encaminhar sua “menina-flor” para outro jardim e nos brinde com novas pérolas como essas quando encontrar sua primavera…

        2. Mais um acréscimo à análise que esqueci de citar: o título Simbiose é no mínimo sublime e define bem a relação da “menina-flor” com o eu-lírico do poeta, já que o termo designa “uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes”, segundo a Wikipedia, que diz ainda que “na relação simbiótica, os organismos agem ativamente (elemento que distingue “simbiose” de “comensalismo”) em conjunto para proveito mútuo, o que pode acarretar especializações funcionais de cada espécie envolvida”. Bonito, né?

          Que o poeta consiga encontrar uma forma de encaminhar sua “menina-flor” para outro jardim e nos brinde com novas pérolas como essas quando encontrar sua primavera…

  • Que bela poesia!

    Ao que tudo indica inspirada em alguém, mas como o poeta não revela nem nome e nem sobrenome de sua Menina-Flor, só me resta dá-lhe os parabéns.

    Não quero te ver murchar,
    Menina-flor,
    Mas não sei até quando viverei
    À tua sombra,
    Enquanto acreditas que meu caule
    É teu jardim…

    Linda poesia
    Parabéns mais uma vez.

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