Volúpia tropical
Teus contornos apetitosos
Despertam toda paixão em meu ser
Quase exalando o odor sensual
Da volúpia de te querer comer…
Minha boca mareja de amores
E minhas retinas, em ti esbugalhadas,
Desenham o côncavo de minha gula
No convexo de tuas formas aveludadas
Rendo-me ao olhar do teu voyeur
Ó, manjar dos deuses amazônicos!
Desejo tuas faces risonhas e rosas
Em semitons amarelados e daltônicos…
Porque és doce maçã dos trópicos
Pecado que lembra a terra do meu deleite
Onde reinas em ruas enlouquecidas
E em lendas de não misturar-se ao leite!
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Porque te multiplicas na bandeja,
Como ofertada por uma Salomé ensandecida?
E te ofereces-me da casca ao caroço,
Aos fiapos nos dentes de minha vida?
Sugo-te até o fim de tua alma
Sorvo-te o orvalho que de ti sangra
E que anuncia o eterno frescor matinal,
Despudorado, da mais agridoce MANGA…
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De Jota Ninos, poeta paraense nascido no Pará (Belém). O poema acima foi inspirado nesta foto AQUI.
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Palavras.
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