
por Jeso Carneiro (*)
Uma nova traição, depois da manobra ser aplicada com êxito pela facção cipoalense no final da gestão de Alexandre Von (2013-2016), sempre foi vista como uma espada afiada suspensa sobre a cabeça do atual prefeito Nélio Aguiar, de Santarém (PA).
Principalmente porque essa é uma praxe da facção — desde a sua concepção, no ventre de Ronaldo Campos, até os dias atuais, o que acabou até virando marca própria na sua trajetória de poder.
A 500 dias da próxima eleição, com possibilidades de novos cenários até lá, a traição contra Nélio não está descartada. Pode ser novamente engatada sim — é do DNA da facção, estúpido!
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Mas existe pelo menos 4 razões para acreditar que ela não deve se repetir agora, quase 4 anos depois de vitimar Von.
Vejamos:
— 1ª) Razão Henderson Pinto: o nome preparado pela facção para suceder Nélio não para de descer a ladeira. Derrotado em 2018 para deputado federal, apesar da campanha milionária, agora luta nas cordas contra a Perfuga. Dificilmente escapará de uma, ou até duas condenações, se o padrão das sentenças contra envolvidos na operação não mudar. É carta fora do baralho para prefeito em 2020.
— 2ª) Razão Maria José Maia: a irmã equilibrada do capo do grupo não decolou na Câmara de Vereadores. Com atuação apagada, não é páreo para destronar Nélio.
— 3ª) Razão Lira Maia: o multicondenado em pelo menos 5 processos em primeira instância respira politicamente apenas nos bastidores. Se a prisão em segunda instância não for revogada pelo STF, em 2020 ele deve fazer história atrás das grades.
— 4ª) Razão Helder Barbalho: o governador já deu o recado, em público inclusive, e que a facção já tratou de assimilar e reverberar no recente encontro do DEM: Nélio Aguiar é hoje o seu candidato a prefeito em Santarém. MDB e partidos aliados a Helder que também tratem de assimilar o recado.
–* É repórter e editor do blog.
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