Jeso Carneiro

“Nunca vi tanta leviandade em um post só”

Contraponto do professor e jornalista Samuel Lima ao post “Marina acabará com a pajelança lulo-dilmista”, da lavra do advogado Ismaelino Valente:

Caro Jeso,

Li e reli perplexo esse libelo do advogado Ismaelino Valente. Uma das conquistas (das muitas consagradas há 25 anos) da Constituição Federal é a presunção de inocência. Ao acusador cabe o ônus da prova.

Valente comete pelo menos três crimes de opinião: acusa o ex-presidente Lula de falsidade ideológica/fraude (se auto-mutilou para não trabalhar) e enriquecimento ilícito. Não satisfeito, supõe algum nível de conluio e corrupção envolvendo a decisão do TSE (por 6 votos dos ministros contra UM – do venerável Gilmar Mendes), contrário à criação da Rede.

Nunca vi tanta leviandade em um post só.

Todos nós sabemos que Ismaelino Valente tem capacidade e estatura intelectual para fazer oposição ao governo Dilma, criticar – com fundamentos, convicções e valores democráticos – o ex-presidente Lula, o PT e quem mais ele entender que deve. Seria democrático, absolutamente normal dentro do atual Estado de Direito duramente reconquistado e consagrado na atual Carta Constitucional.

Ao contrário disso, o ex-operador do Judiciário, que deveria dar o bom exemplo de como se pautar num debate público (sim, porque teu blog é um espaço público dos mais importantes em Santarém, na Amazônia e com nível de acesso em todo país e fora dele), optou pelo caminho do achincalhe, da vilania e da leviandade.

Ao trocar a razão política pelo “fígado” o doutor dá um péssimo exemplo de postura e falta de civilidade, sobretudo aos jovens leitores do blog.

Talvez esteja se candidatando à colunista de uma certa revista semanal, cuja marca é a oposição sem princípios aos mesmos opositores de Valente. Bem, nesse caso, sugiro que ele atente para o fato de que nem essa revista da Abril, tampouco o Reinaldo Azevedo (seu colunista mais conservador) foram tão longe no exercício verbal reacionário e acusatório – sem provas.

Por último, admiro e respeito profundamente a história de vida de Marina Silva, não sua trajetória política, sobretudo suas escolhas presentes.

Saudações democráticas.

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