Cinzas de jornalista são lançadas no encontro das águas do Tapajós e Amazonas, em Santarém

Publicado em por em Memória, Obituário, Pará, Santarém

Cinzas de jornalista são lançadas no encontro das águas do Tapajós e Amazonas, em Santarém
Cinzas de Dutra lançadas ao rio pelo filho e esposa. Fotos: reprodução

As cinzas do jornalista e professor universitário Manuel Dutra foram lançadas no encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas, em frente a Santarém (PA), na manhã desta segunda-feira (22). A solenidade, realizada a bordo de uma embarcação, reuniu um grupo restrito de 15 pessoas, composto por familiares e amigos próximos, para homenagear o santareno que faleceu há 7 meses em Belém.

A escolha do local para a despedida final foi motivada por um desejo expresso por Dutra à sua esposa, a desembargadora federal Zuíla Dutra. Segundo a magistrada, o jornalista planejava retornar à sua cidade natal após a aposentadoria da esposa.

“Quando você se aposentar, quero voltar a morar em Santarém para poder ver todos os dias o encontro das águas, até morrer”, teria afirmado Dutra.

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Em declaração durante o ato, Zuíla explicou a decisão tomada em conjunto com os filhos: “Me lembrei disso e decidi com os meus filhos que traríamos suas cinzas para ele ficar eternamente nas águas do rio que sempre amou e defendeu”.

Detalhes da cerimônia

O ato contou com a participação de dom Jacinto Brito, arcebispo emérito da arquidiocese de Teresina (PI). Amigo de Dutra desde a juventude e celebrante do casamento do jornalista, o religioso viajou para acompanhar a solenidade na embarcação que levou o grupo até o meio do rio.

Além da viúva e do arcebispo, estiveram presentes os filhos do casal, Moisés e Sofia, os netos Luis e Júlia, a irmã de Dutra, Maria José, além de sobrinhos, cunhados e amigos próximos, incluindo os jornalistas Jota Ninos e Rosa Rodrigues e o fotógrafo Nilson Vieira.

Dom Jacinto Brito e a desembargadora Zuíla Dutra

Falecimento e trajetória

Manuel Dutra faleceu na madrugada de 11 de maio de 2025, aos 79 anos, em Belém, onde residia. O jornalista estava hospitalizado para tratamento contra um câncer no pâncreas e fígado, o qual não chegou a ser iniciado devido a outras complicações de saúde.

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Na ocasião de sua morte, a família já havia comunicado a intenção de realizar a cremação e transladar as cinzas para o rio Tapajós, descrito pela esposa como “alvo de diversas grandes reportagens dele”.

Natural de Santarém, Dutra formou-se em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco em 1972 e atuou como professor no curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Sua carreira foi marcada pela dedicação à temática amazônica, tanto no jornalismo quanto na academia, tendo conquistado três Prêmios Esso Região Norte. Dutra possuía doutorado em Ciências Socioambientais pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPA) e mestrado em Planejamento do Desenvolvimento.

Amigos e familiares de Manuel Dutra presentes no ato de lançamento das cinzas no encontro das águas em Santarém

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