Pensata do professor universitário Válber Almeida (foto), residente em Belém, sobre o post “Deprimido”, juiz diz que recebe sem trabalhar:
Juízes e promotores, no Brasil, são portadores de privilégios e rendimentos faraônicos, e isso não somente para os padrões de uma sociedade como a nossa, mas para os padrões de qualquer sociedade: um juiz ganha o equivalente a 15 vezes mais que a média nacional no Brasil, enquanto que, nos EUA, essa relação é de 3,6 vezes.
Em países escandinavos, por sua vez, esta relação é equiparável.
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Isso, contando apenas o salário limpo, mas quando se inclui, aí, todos os benefícios ou vantagens, que chegam a elevar de 40 a até 150 mil reais por mês seus dividendos, a coisa fica muito mais escandalosa.
Trocando em miúdos, nos países desenvolvidos esta realidade denota o caráter isonômico alcançado pelos regimes democráticos entre as diversas funções desenvolvidas pelos diferentes estratos profissionais.
No Brasil, reflete o caráter hobbesiano e monárquico do Estado, onde os mais espertos amealharam para si a concentração de poder e se autodelegaram as mais elevadas benesses deste poder: elevadíssimos salários, adocicadas jornadas de trabalho, férias a perder de vista, blindagens legais sobre seus cargos, privilégios e mordomias em forma de benefícios (alimentação, transporte, moradia, segurança, diárias escandalosas e até auxílio paletó e gravata, entre outros).
Os salários e benefícios dados a juízes não diferenciam daqueles recebidos por promotores Brasil a fora, e o que vale para estes vale, também, para a cúpula do legislativo e do executivo: vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, ministros, diretores e secretários executivos.
É uma verdadeira casta parasitária que, em conjunto, representa, anualmente, um desfalque bilionário aos cofres públicos.
Amparados em uma legislação que lhes outorga direitos diferenciados e excepcionais -fóruns privilegiados, cujo nome já diz tudo, e outras blindagens excepcionais-, estas castas são, para lembrar o lendário Rogério Magri, “imexíveis”, o que significa dizer que os seus membros são reis dentro de seus feudos, neles impõem suas próprias leis e neles fazem o que bem entendem, sem qualquer temor de que a sociedade possa fazer alguma coisa contra eles, porque eles sabem que ela não pode.
Mesmo que a sociedade acione os precários mecanismos de controle externo sobre estes feudos, quem julga os membros destes são exatamente os seus próprios membros, prenhes de elevados sentimentos e valores corporativistas, que, quando punem, são punições que mais parecem recompensas.
Para estas castas, aqueles que estão nos estratos sociais mais baixos só podem parecer, de fato, idiotas, que pagam tantos privilégios a elas para que possam, simplesmente, viver de mordomias, porque os retorno que dão à sociedade é, na maioria quase absoluta das vezes, negativo. Muitos dos membros destas castas são psicopatas, que nutrem uma personalidade sádica derivada de uma cultura ancestral e presente das elites pátrias.
Para eles, quanto mais o povo puder sangrar, melhor, mais divertido. É nessa direção que a brincadeira do juiz “deprimido” deve ser analisada: é um psicopata, sádico, que se diverte sangrando os valores e os recursos das pessoas honestas. O nosso judiciário é, em si, uma fraude. Já até sei o que poderá acontecer com este juiz: será punido com aposentadoria compulsória, ganhando 24 mil reais, é claro, porque 22 mil está abaixo do teto. Quer punição mais terrível que esta? Para a sociedade, é claro.