Ganhe quem ganhar, ninguém fará nenhum absurdo. O povo quer seguir caminhando, e não retroceder. No entanto, não vejo a possibilidade de que [o PT] perca as eleições.
Lula, presidente brasileiro, em entrevista que circulou ontem no jornal El Pais, da Espanha.
Farra da companheirada. Artigo publicado na Revista Época desta semana. Vejam:
A República Sindicalista se instituiu na era Lula graças, em larga medida, a um instrumento excepcional de poder concentrado nas mãos do presidente da República e de ministros: a possibilidade de eles nomearem, sem muitas limitações, um enorme contingente de pessoas para a máquina pública. Existe hoje só na administração direta do Executivo federal uma monumental cota de 20.578 cargos de confiança política. São as famosas funções de Direção e Assessoramento Superior (DAS), como são conhecidas no jargão da burocracia brasiliense. Quase 7 mil desses cargos podem ser ocupados por pessoas que não prestaram concurso para entrar no serviço público. Essa conta – subestimada, porque não inclui os cargos de confiança nas empresas estatais, cujo número ninguém consegue precisar – é muito além do desejável para a administração pública, como mostra a comparação com os países mais desenvolvidos. Nos Estados Unidos, que têm uma população de funcionários públicos quase três vezes maior que a do Brasil (2,7 milhões de funcionários lá, contra 1,1 milhão aqui), o presidente pode nomear livremente apenas 979 funcionários na administração pública. Na França, esse número gira em torno de 500.
A determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio de liminar na sexta-feira à noite, de que o PT não poderia repetir na TV inserções publicitárias de promoção da pré-candidata Dilma Rousseff e de comparação do governo Lula com o anterior, não impediu o partido de repetir a dose no sábado.
A oposição já prepara novas ações contra o PT e Dilma, pedindo que a candidata seja multada. Nesta terça, o PT volta a veicular dois comerciais de 30 segundos cada, e o programa nacional de 30 minutos está previsto para ir ao ar dia 13, quinta-feira. Nesta terça à noite, o TSE julga se esse programa de quinta-feira será mantido.
Como as inserções consideradas ilegais já foram ao ar, e tendo em vista a reincidência do partido, a oposição aposta numa decisão do TSE favorável a uma ação impetrada pelo DEM e pelo PSDB. A ação é contra o programa do PT levado ao ar em dezembro, considerado ilegal pela oposição. Se o TSE concordar com a alegada ilegalidade, poderá suspender a veiculação do programa de terça-feira.
– Desrespeitaram a decisão do ministro (do TSE) Aldir Passarinho Júnior, e a peça de sábado deve ser impugnada. As inserções do PT são aperitivo do que vem por aí. Com certeza, vão infringir a lei no programa do dia 13 – reclamou Afonso Ribeiro, advogado do PSDB.
A liminar concedida por Passarinho levou em consideração duas inserções do PT na quinta-feira.
O partido dos talebãs continua a desrespeitar o Poder Judiciário Eleitoral. Leiam
Numa delas, Dilma aparece dizendo que é fundamental continuar o caminho traçado pelo governo Lula.
Em outra, um locutor cita números sobre distribuição de renda e acesso dos pobres à classe média, enquanto uma montanha russa é exibida. Quando o carrinho começa a despencar, ele indaga sobre quem teria mais condições de continuar a política de Lula: alguém que fez parte do governo ou quem fez oposição.
No sábado, em peças publicitárias semelhantes, mas falando sobre a queda do desemprego, o locutor faz a mesma pergunta. Para o ministro Passarinho, há, nas mensagens, uma ideia de continuismo, o que configura propaganda antecipada em favor de Dilma Rousseff.
Os petralhas estão desenvolvendo uma sofisticada rede de disseminação de mentiras. O nome provisório do sistema é MENTENET. Farão uso da extraordinária experiência que acumularam ao longo da existência do PT no campo da mentira, da falácia e da impostura. O MENTENET é considerada a mais poderosa arma que Dilma poderá usar para ganhar a eleição. Como a exist~encia e uso desse programa ainda está mantido a sete chaves, peço a quem dele tomar conhecimento que guarde o mais absoluto sigilo.
O Presidente fala em retrocesso, em continuidade, e afirma peremptoriamente que a sua aliança sairá vencedora das eleições, já combinaram com os russos.
Ora presidente, suas ilações não passam de meras ficções eleitoreiras amplamente repisadas. O povo sabe que diante de tantos ilícitos praticados em seu governo – mensalão, dinheiro na cueca, secretário de justiça associado ao crime organizado chinês -, e na falta de uma cartilha de campanha que possa sobrepujar as atrocidades governamentais ocorridas em sua gestão, não só lhe resta outro caminho ao não ser ficar por ai vagando às custas do erário público vendendo ilusões, mentiras semvergonhamente fantasiosas; inaugurando obras inacabadas, com fez no esqueleto de um navio da transpetro esta semana no Porto de Suape em Recife; querendo realizar obras faraônicas destituídas de estudos ajuizados e convincentes de impacto ambiental e de viabilidade socioeconômica; fazer ressuscitar uma estatal sabidamente deficitária a fim de implantar um serviço que a cargo do governo ficará caro e inoperante; enfim, em respeito aos brasileiros, e em especial aos seus eleitores, leve o Brasil a sério, deixe suas alucinações e mentiras de lado pelo menos nessa fase de mutação política que iremos vivenciar, mantenha-se como um verdadeiro dirigente republicano, seja responsável com os problemas da nação, e deixe de lado a incansável e ardente busca pelo poder; afinal, V. Excelência ainda é presidente do Brasil, é precisa mais do que todo mundo mostrar-se afinado com os ditames éticos e constitucionais de uma republica que observa detidamente os direitos individuais e político de cada um cidadão-contribuinte.