General candidato a vice vira uma bomba no colo de Jair Bolsonaro

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General candidato a vice vira uma bomba no colo de Jair Bolsonaro, General Mourão
Mourão, vice problemático

Ainda internado após a facada em Juiz de Fora, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, tem recebido sinais de que tem mais problemas entre seus aliados que com os adversários.

O maior deles é o general aposentado Hamilton Mourão, vice na sua chapa, que, diferentemente da tradição militar, parece mais sujeito à insubordinação. E, como fogo amigo, é uma metralhadora.

Na quarta-feira, 26, Mourão proferiu uma palestra a empresários gaúchos, a convite da Câmara de Dirigentes Lojistas de Uruguaiana. Ali, criticou o pagamento do 13º salário e do adicional de férias.

 “Temos algumas jabuticabas que a gente sabe que é uma mochila nas costas de todo empresário”, disse ele. “Jabuticabas brasileiras; 13º salario. se a gente arrecada 12, como é que pode pagar 13?”

A declaração imediatamente foi explorada pelos adversários. na propaganda eleitoral, Geraldo Alckmin atacou. “Ele, não. 13º salário, sim”, afirmou, usando o bordão da hashtag antibolsonarista.

PLEBISCITO

Mourão já tinha sido podado por Bolsonaro após declarar que gostaria de substituir a Constituição durante o próximo governo por meio de um grupo de “notáveis” escolhidos pelo próprio presidente.

O novo texto da Constituição seria referendado pela população com um sim ou não, mediante plebiscito. Deixou claro que a ideia, com todo o perfume de golpe, era dele, e não representava o pensamento de Bolsonaro. 

Declarou ainda que filhos criados por mães e avós seriam “desajustados” e chamou de “mulambada” os países latino-americanos e africanos com quem o Brasil mantém relações diplomáticas e comerciais.

Além de ter a língua solta, o general se mostra muito propositivo.

“[Vamos fazer] a implementação séria da reforma trabalhista”, declarou aos gaúchos. Vai virando um explosivo no colo de Bolsonaro, quase comparado ao atentado no Rio Centro, onde uma bomba explodiu no colo de seus perpetradores, um par de oficiais militares.

O ex-capitão teve de reaparecer novamente para desmentir e repreender o general, que, de uma penada, colocou em risco o voto do eleitorado cioso daquele dinheirinho tão necessário no final de ano.

OFENSA

Bolsonaro afirmou ao jornal Folha de São Paulo que está saindo do hospital nesta sexta-feira para “tomar pé” da campanha.

Em nota à imprensa, lembrou que o 13º salário “está previsto no art. 7º da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas”.

E disparou contra o general como se fosse um adversário. “Criticá-lo, além de uma ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”, anotou.

Em outra nota, o PSL informou que Mourão “não terá mais agenda pública de campanha a partir desta sexta-feira, 28, até a data do primeiro turno, em 7 de outubro.”

Por enquanto, o general vai sendo enquadrado. Porém, todos começam a se perguntar o que ele diria – e faria – se estivesse mesmo no governo.

A começar pelo próprio Bolsonaro, que parece estar trazendo o germe do golpismo para dentro de sua própria casa.

Com informações do site A República

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