PSOL, doações e empresas

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Do leitor que se assina Cássio Marxista, sobre o post PSOL e a sacolinha eletrônica:

Que pena, o PSOL começou tão bem sua vida política e agora está repetindo os mesmos erros de sua nascente, o PT. Aliás, não seria coincidência chamá-lo de velho-novo PT.

Por que digo isso? Um partido político socialista, de fato, não aceita $$ das grandes empresas. Luciana Genro, em 2008, na campanha para a prefeitura de Porto Alegre-RS aceitou R$ 10.000,00 da empresa Gerdau. Em Macapá, o PSOL fez aliança com o PDT, um partido de aluguel da direita, também em 2008.

Ou seja, foi quebrado um dos princípios básicos de luta pelo socialismo. Se um partido é controlado financeiramente pelos empresários, nunca farão uma política de libertação para o socialismo (apesar dos argumentos serem para esse sistema). Agora, se ele for controlado pelo suor e financiamento dos trabalhadores é outra história.

Mas pode haver contestação, porque na notícia, diz: “Estarão proibidas doações de empresas. Apenas pessoas físicas poderão contribuir e o limite é o mesmo estipulado pelo TSE – 10% dos rendimentos no ano anterior às eleições.”. Quer dizer que se uma empresa não puder, formalmente, bancar a campanha, então, que o empresário fulano, dono da empresa tal, assim faça! Simples de ludibriar, não?

Por mais que se diga que é importante $$ para uma campanha, estou de acordo. Porém, não é de se aceitar que seja utilizado o discurso do socialismo, por um partido que se diz de libertário e socialista, para continuar a exploração capitalista que está levando o Brasil e o mundo para o abismo e para a barbárie.


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9 Responses to PSOL, doações e empresas

  • Companheiros,

    Hoje entrei pela primeira vez neste blog e vi esse diálogo entre os militantes do PSOL e Cássio. Gostaria apenas de afirmar que a Direção do PSTU em Santarém, está neste momento na responsabilidade minha e do camarada Cândido. Abraços fraternais.

    Gilson Costa

  • E por essas razões que o PSTU não representa nem 1 % da população do Brasil. Eles negam as taticas de flexibilização na luta de classes, não refletem sobre o que Trostki fez com os marinheiros, anarquistas e trabalhadores que queriam radicalizar a revolução russa.São anacronicos, esquematicos e dogmaticos em suas reflexões pois acreditam que todo trabalhador é potencialmente revolucionario e todo dono de mini box é burguês!!! Agora é muito cômodo desenvolver uma vida pequeno burguesa, vivendo do dinheiro do papai e mamãe, acreditando que é o super revolucionario por demarcar posição por dentro da esquerda e não se enfrentar com os verdadeiros inimigos do povo: latifundiarios, multinacionais e principalmente estar ao lado das lutas sociais!!!

  • Certo. Vamos polemizar. É importante esses debates, pois mostra a riqueza de discussões que existe, que não se vê há tempos em Santarém e é importante para a nossa Esquerda ver o que falta para se unificar de vez ou rever suas políticas.

    Em relação ao PSOL, eu me referi que o Plínio NÃO É a maior referência da Esquerda. Tanto que eu coloquei que ele merece respeito, em virtude da sua história na Luta da esquerda, como foi citado depois. Eu acredito que existem pessoas dentro do PSOL íntegras,de luta, que acreditam na Revolução. Pena que, quem os representa, não acompanha o que está no programa.Luciana, Ivan, entre outros representantes maiores do partido define a orientação do partido. Tanto é, que existe uma divergência muito grande dentro do PSOL, por causa da falta de diálogo desse pessoal com a base, como foi citado que o partido em RS fez duras críticas às atitudes tomadas por seus representantes.

    Em nenhum momento, me manifestei como PSTU. São vocês que estão colocando assim. É coincidência, nesse caso, meu posicionamento à respeito do comportamento do PSOL.

    Olha, estive presente no CONCLAT e percebi, que o PSTU, de fato, tinha maioria dos delegados. Mas isso não siginifica que ele estava sendo arbitrário nas decisões. Pelo contrário, o PSOL representado pela INTERSINDICAL, UNIDOS, MTL e entre outros.não aceitaram as decisões da base! Se a maioria escolheu proposta X, que essa fosse a escolha. Mas não. O setor ligado ao PSOL não aceita esse tipo de escolhas. Desprezam totalmente a linha Centralista Democrática do Bolchevismo e partem para o consenso entre as correntes. Estranho isso, não?

    Ou seja, preferem negociar as decisões, do que aceitar o que a base determina. Quando a INTERSINDICAL rompeu, no último dia, na última votação, mostrou desrespeito ao centralismo operário que funciona assim, há tempos. Tanto é, que foi pedido 20 minutos de pausa para continuar a votação do nome da Nova Central. EU VI, que a decisão da terceira proposta CONLUTAS-INTERSINDICAL foi MAIORIA! E que a INTERSINDICAL não aceitou, o que a base escolheu. Por isso a pausa acabou sendo por mais de 1 hora!!!

    Para terminar: Nós da CONLUTAS (aí sim, eu me identifico) fazemos o chamado à vocês do PSOL, que compõem o setor que rompeu, para somarem conosco novamente nas lutas nessa Nova Central, pois o nosso objetivo é o mesmo. Contra esse ataque aos trabalhadores e estudantes pelo governo Lula.

    Agora se o PSTU não é alternativa, alguém deste partido tem que explicar. Pois se o PSOL pensa em ser essa alternativa para o Brasil, tem que mudar, e logo!, essa política ordenada pelos parlamentares ao invés da base que, de fato, faz o movimento. E é assim também na CONLUTAS.

    *VAMOS REORGANIZAR O MOVIMENTO SINDICAL DO BRASIL!!!! BASTA AO PELEGUISMO DA CUT!

    *CONLUTAS-INTERSINDICAL: UMA ALTERNATIVA PARA O SINDICALISMO BRASILEIRO!

  • Tem toda a razão o comentário do Paulo de que o “Cássio Marxista” é o PSTU de Santarém. Dizer que o PSOL se retirou do CONCLAT por que não tem interesse na luta sindical é, no mínimo, falsear a realidade. Não apenas o PSOL, mas inúmeros grupos políticos se retiraram do CONCLAT devido ao sectarismo e hegemonismo do PSTU, que, devido possuir a maioria dos delegados, queria impor seus posicionamentos sem dialogar com os demais setores envolvidos.
    Resultado: ficou apenas o PSTU e MTL no CONCLAT. Até setores da CONLUTAS se retiraram do Congresso.
    Dizer que Plínio não é uma referência da esquerda é, no mínimo, desconhecer a história do Brasil, e a participação que teve ele em momento decisivos como as reformas de base do governo João Goulart, a fundação do PT na década de 80, a atuação da esquerda na Constituinte de 88, etc.
    Agora, gostaria que o tal Cássio algum “ponto importante” retirado do programa da Luciana em virtude da doação da Gerdau. Não houve. O programa continuou sendo o mesmo. Inclusive em 2009 o PSOL do RS denunciou esquemas de corrupção envolvendo a Gerdau no estado.
    No mais, não creio que um partido baseado no dogmatismo possa ser levado a sério pela população – daí ter virado piada na boca do povo o slogam “contra burguês, vote 16”. Por essas e por outras é que ninguém vê o PSTU como real alternativa para o Brasil.

  • Olá, pessoal. Olhem só:

    Quando eu disse que o PSOL está trilhando no mesmo caminho do seu ascendente, o PT, fui bem claro. O PSOL começou sua trajetória com um discurso de luta, independência política-financeira dos Governos, é Socialista, etc. e saiu para as ruas. Após algum tempo, ele começa a receber $$ da burguesia, do governo, e, principalmente, a “amenizar” os pontos de seu programa “revolucionário”. E essa flexibilização em seu programa, retirou pontos importantes do programa, que foi não receber os $$ já mencionados.

    Ora, é ou não é igual ao PT? Se Lula chegou ao poder, foi fazendo flexibilizações em seu programa. Tanto é, que o vice-presidente é um dos maiores empresários do Brasil. Para quem, no início do sindicalismo, anunciava em palanques, “romper com o FMI e a dívida pública” e hoje já diz que “é chique emprestar $$ pro FMI” é porque atingiu o ápice da falta de compromisso com a Luta Socialista.

    O PSOL está fazendo o “merminho”. A Luciana Genro aceitou os R$ 10.000,00 não por pressão, mas porque ela quis. Não é porque ela estava no Legislativo que teria de aceitar, pelo contrário. Se houvesse um pouquinho mais de compromisso com o Socialismo, faria um verdadeiro drible na Gerdau.

    Plínio Arruda, disse em uma entrevista, para a rede vida ano passado, que pagaria a auditoria da dívida externa… Meu Deus… como um socialista desse, pode dizer uma coisa dessas? O Brasil tem essa dívida sem nunca tê-la feito.
    E ele não é a maior figura da esquerda nesse país. Merece respeito? Merece. Mas não ao ponto de torná-lo uma referência para a Esquerda.

    Nesse sistema, NUNCA vão institucionalizar as campanhas eleitorais. Isso é bem óbvio, pois o Estado é burguês. Sendo assim, como a burguesia vai bancar uma campanha, independente do programa, socialista de rompimento com o capitalismo? JAMAIS.

    E é possível manter o “dogmatismo”(como mencionado no comentário) aproveitando a campanha eleitoral. Até porque, se a campanha for a alternativa para os trabalhadores, ela tem condições de crescer entre a massa, o que é importante.

    Enfim. Para terminar, se o PSOL estivesse mesmo interessado em avançar nas lutas nos sindicatos, por que eles decidiram romper no último dia, na última votação inclusive, abandonando o CONCLAT? Hã? Isso é Socialismo?

  • Luciana Genro recebeu dinheiro da GERDAU para sua campanha à Prefeitura de Porto Alegre em 2008. Mas não foi a única: todos os partidos com representação no legislativo do RS receberam doação da referida empresa.
    Porém isso não fez Luciana e o PSOL serem menos socialistas e muito menos representou uma “traição de classe”, como querem alguns grupos sectários da esquerda brasileira.
    A grande questão é a seguinte: a conjuntura política nacional, após a virada à direita de Lula e o PT, é extremamente desfavorável aos partidos da esquerda, de modo que estes precisam vencer o desafio de evitar o isolamento político. E as eleições são um momento fundamental para superar esse isolamento.
    O problema é que o sistema eleitoral brasileiro é bastante complicado no que tange ao financiamento das candidaturas. Enquanto não instituirmos o financiamento público integral das campanhas eleitorais, as elites políticas e econômicas sempre estarão anos luz à frente das candidaturas alternativas.
    Isso é sentido na pele pelo PSOL, que possui em todo o país lideranças sérias e capacitadas, com potencial de disputar os espaços de poder da nossa capenga democracia. Porém, quase sempre, essas lideranças não conseguem espaço e recursos suficientes para apresentar seu programa à população – vide o caso de Plínio Arruda Sampaio, candidato à Presidência este ano, um dos quadros mais preparados da esquerda brasileira, que sofre um boicote orquestrado da grande mídia.
    Assim temos diante de nós um dilema: manter a “coerência” doutrinária do socialismo (leia-se dogmatismo) ou aproveitar as oportunidades e contradições do sistema para dinamizar e ampliar a luta socialista, inclusive nas eleições, desde que se pautando pela ética e pela independência político-programática.
    Diante disso, é forçoso concluir que o socialismo não pode ser construído com base em dogmas, mas sim a partir das lutas diárias nos sindicatos, nos movimentos sociais e, também, nas eleições. É a isso que o PSOL se propõe.

  • Em 2008, o PSOL de Macapá não se aliou ao PDT: pelo contrário, foi ao PSB. O PDT era o partido que liderava o outro polo. A disputa foi muito acirrada – mesmo saindo na frente, a chapa Camilo Capiberibe (PSB) / Randolfe Rodrigues (PSOL) perdeu por bem pouco, no segundo turno, para a chapa Roberto Góes (PDT) / Helena Guerra (DEM).
    .
    Mas não se preocupe, marxista, neste ano o Randolfe é candidato a senador: logo, não tem a menor chance de ganhar, do jeito que você quer. Ver possíveis esquerdistas longes do Estado.

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