Poetas amazônicos – Medidas

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Latitudes

Traço um traço equidistante
Entre teu ser e o meu instante
Passo um passo na régua do compasso
Entre o meu coração escasso e teu olhar brilhante
Há uma longitude entre tua atitude
E o meu ser vacilante

Meço cada palmo do meu começo
Para encontrar teu avesso no quadrante do meu fim
Corro mais adiante revirando minha virtude
Na busca da altitude do teu ego delirante

Atravesso a transversal do teu universo
E encontro no meu verso a tua variante
Não há paralelas entre tua perpendicular
E minha reta que eu não suplante
Porque na geografia do teu corpo
Encontro um ponto de equilíbrio
Entre meu sorriso e o teu semblante
Entre o teu prazer limítrofe e minha estrofe
Entre a magnitude do teu espaço
E a latitude do meu ser carente…

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De Jota Ninos, poeta amazônico naturalizado tapajônico.

Leia também dele:
Soneto macarrônico.
Diálogos de mim mesmo.
Corpoesia.


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6 Responses to Poetas amazônicos – Medidas

  • Permita-me, J. Ninos, apenas uma observação – que torço para que esteja errada e seja apenas uma impressão equivocada e única (uma idiossincrasia, talvez!), sem ainda valor algum. Leio esse poema e confesso ver nele um trabalho criativo com a linguagem, aspectos lúdicos serem postos para nossa apreciação, uma extensão bem empregada da linguagem, mas (e aqui apresento minha observação!) o excesso de jogo verbal pode se tornar algo maçante. Às vezes, vêm-me à lembrança os adoráveis filmes de Jacques Tati.
    No mais, é apenas uma observação que talvez ainda lhe sirva como inspiração para continuar firme na bela produção que nos oferece. Ainda: criticar parece ser sempre mais fácil, portanto faço as vezes de um observador chato para, de alguma forma, contribuir com a sua produção.

    1. Muito bem-vinda sua opinião. Eu também quando terminei o poema tive essa impressão. Mesmo assim a publico, como exercício do jogo de palavras. Grato.

  • Continuo sem saber quem é a musa, agora esse livro, sai ou não hiem….rsss

    O meu ser, também muito vacilante, aqui não vacilou. Adorei.

    Telma

    1. Já disse outro dia, em um comentário por aqui: minha musa é etérea, Telma. o livro deve sair este ano.Assim espero.

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