Papai Noel malvadão: os 3 nomes a prefeito que ele nos deu. Por Paulo Cidmil

Mais um ano que se vai levando a folhinha do calendário. Novo ano inicia nos trazendo novidades, velhas e novas as temos, todos os dias. O homem inventou o tempo como medida, as revoluções e o capitalismo inventaram as datas festivas. Nesse momento, eu e as crianças aguardamos Papai Noel.

E o bom e sagaz velhinho nos traz em seu saco infinito, um presente personalizado, pessoal, intransferível. Ao recebê-lo e exercê-lo como um direito, torna-se um presente coletivo. Vamos escolher o prefeito.

No novo ano, esse será o assunto. Já iniciaram as pesquisas, começou a temporada das fake news, os endinheirados se movimentam. Nessas horas, seus privilégios e os bons negócios tem um preço. No momento, decidem em qual cavalo colocam suas fichas. Costumam se dividir em grupos, apostando naqueles mais cotados, cercando-os pelos sete lados.

• Leia também de Paulo Cidmil: O juridiquês e ânsia por holofotes na cultura.

• E ainda: A gambiarra deu ruim.

Papai Noel vem com tudo, malvadão mesmo, nos dando de presente três nomes que, não fosse ele, o bondoso velhinho, diria que está malinando com a gente. Despontam três cavalos com pose de alazão; na minha opinião, os três são de direita. Há a “direita meu pirão”, a “direita travestida” e a “direita volver!”

Mais importante que os candidatos e suas promessas, precisamos observar quem está em volta de cada um deles. É gente gulosa, com suas predileções. Temos, por exemplo, o Lira Maia, um apaixonado pela pasta da Educação. Há as que possuem orçamento gordo, muito cobiçadas; existem as com potencial para arrecadar. Até as patinho feio como Cultura, Esporte e Turismo são alvo da gula partidária.

José Maria Tapajós é político profissional de muitos mandatos e pouca expressão. Será a candidatura da continuidade de Lira Maia, como foi Von e Nélio. Terá as máquinas do Estado e Município remando a favor. Se eleito, Nélio será sua sombra. Mas o povo sabe: tirando as obras do estado, a administração Nélio tem muito pouco a mostrar. Foi um desastre na saúde, no transporte público, urbanismo, no meio ambiente e nas políticas sociais e culturais.

Depois de vender o slogan “Por todo o Pará”, Helder criou regiões administrativas sem poder de gestão, apenas com a função de convocar o povo para inaugurações promovidas pelo estado. Espécie de geopolítica regional divisionista, visando implodir anseios legítimos como a criação do Estado do Tapajós.

Não ouvimos um pio dos políticos locais sobre essa estratégia que divide o Tapajós em dois. Todos querendo sair nas fotos, em dias de inauguração.

É pequena a chance de Helder empenhar-se em apoio a uma futura administração José Maria Tapajós, engajado que está em ganhar visibilidade nacional, de carona na COP30. No momento, lança sua nova varinha mágica “por toda Amazônia”, ansiando liderar a região.

Maria do Carmo, considera-se a melhor prefeita que Santarém já teve. Pode ter razão, Santarém só teve uma prefeita. Poderia ter feito algo a mais, teve os governos do Estado e Federal ao seu lado. Sempre que me lembro dela penso no loteamento Buriti e no aglomerado de casas mal construídas, sem nenhum projeto urbanístico, no hoje bairro Salvação, obras que estão na origem do desastre ambiental que se abateu sobre o lago do Juá.

Talvez com o empenho pessoal de Lula, vindo a Santarém, subindo em seu palanque, jurando fazer os nove anéis viários prometido por Nélio e garantido fazer uma linha VLT para levar o povo até o Centro de Convenções, quem sabe haja alguma chance de seu retorno à prefeitura.

Quem acredita que o PT é de esquerda são seus adversários, é provável que nem seus militantes acreditem mais nisso. Partido constituído por grupos ou tendências, assistimos ao pragmatismo de resultado o transformar numa espécie de centrão disfarçado.

Existe a pauta das lutas sociais para as torcidas organizadas e a prática política na direção contrária. Em Santarém, diria que a tendência de Maria está à direita do centrão do PT. Parafraseando uma antiga cantiga de carimbó, “A tendência de Maria faz papai mamãe chorar”. Lula é um partido à parte a caminho da social democracia.

Há um fenômeno que não é novo na política nacional. Personagens que saem dos meios de comunicação para se tornarem políticos bem sucedidos no legislativo e executivo. Agora, a novidade, são os que brotam da internet.

JK toca seu barco conforme a maré. Há pouco tempo, era do Partido Comunista do Brasil, depois ganhou plumagem e se tornou tucano, elegendo-se vereador, agora anuncia pouso no PL.

Anda posando ao lado de Eder Mauro e Delegado Caveira. Deveria verificar a votação desses elementos em nosso município, o apoio do PL e Avante dará robustez à sua campanha, mas personagens que cultuam o Estado/Violência não se dão bem por aqui.

JK caiu nas graças do povo por desempenhar um papel excepcional como vereador, sua atuação é pedagógica ao demonstrar para população qual o papel de um vereador no pamonhal que se transformou a casa legislativa. Sua pré-candidatura a prefeito é uma realidade, a adesão popular é fato inconteste.

• Negócios em família: Cartel na Semed: Maria José Maia assinou os contratos milionários da DPV, operada pelo sobrinho.

Ele, que já acreditou e reproduziu em suas redes tanta mentira criada pela maquina de fake news bolsonarista, agora será alvo dessa forma abjeta de fazer política. Será bom que comece a verbalizar suas propostas de governo. Quem diz que é a favor da família, da moral, dos bons costumes e defende o homem de bem não tem propostas.

Papai Noel não aliviou e já trouxe seus presentinhos. Se São Sebastião não operar um milagre em janeiro, se São Jorge com sua lança justiceira não nos trouxer novidades em abril e se o Divino Espírito Santo não iluminar nossos caminhos em junho, apresentando uma candidatura à altura de nossa Pérola maltratada, melhor torcer para que o eleito seja tocado pelo espírito público.

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