Do leitor e arquiteto Anísio Quincó, sobre o post Manaus e Belém: as piores em arborização no país:
Jeso, que situação engraçada: na quinta-feira fiz uma apresentação sobre Belém aqui na Universidade de Buenos Aires (também houve apresentação de alunos de Cáli, Caracas, Medellín), e os professores do ‘posgrado en proyecto urbano’ me fizeram a pergunta: por que um lugar tão quente e úmido, de solo não tão ruim, não é tão arborizado?
Com a apresentação pausada na foto aérea do bosque Rodrigues Alves, fiquei um tanto desconcertado com a indagação (justa) dos arquitetos argentinos.
Se fosse levada em consideração a disposição da ONU, de 12,5 m² de área verde por habitante, Belém necessita de 17,5 milhões de m² de área verde em área urbana. Será que essa estatística confere com a realidade?
Anísio, pensas numa maneira de se arborizar Santarém. Quem faria o projeto (sugiro vc), o preço da obra etc…inclusive do orto público para o plantio e conservação das espécies. Quem sabe com tudo projetado o município não encampa a idéia.
Boa ideia, José Ronaldo! Seria um prazer participar desse movimento de ‘projetar’ a cidade.
Há muitas maneiras de promover arborização num espaço urbano. A grande questão está em compatibilizar essa característica, com a (infra)estrutura da cidade e com um custo de implantação/manutenção condizente com a realidade financeira da máquina pública.
Vai aí um exemplo muito clássico: por que não há vegetação de grande porte na orla de Santarém (a parte construída na década passada)? Certamente porque há impossibilidade técnica, por conta das raízes serem um tanto profundas e podem afetar a estrutura da construção.
Outro ponto precursor à infraestrutura urbana e arborização, é o planejamento urbano, o qual nos dá bases para desenvolver a cidade por parâmetros pré-definidos. Assim, seria possível realizarmos projetos de áreas verdes, infraestrutura urbana, transportes, distribuição de equipamentos (escolas, postos de saúde) e construções privadas (uso do solo) todos de maneira compatibilizada e racional.
Por hora, creio que cada santareno (e os mocorongos por osmose também) poderia plantar em seu lote, uma árvore. Praticar gentileza ubana.
Abraços,