por David Marinho (*)
Quando se fala de turismo em Santarém, só se pensa em praias e Alter do Chão, e esquecemos o potencial que existe nas várias formas do turismo, como o ecoturismo, seja ele científico, cultural, sazonal (de inverno), lúdico e recreativo, contemplação natural etc.
Visitando os lagos do Mapiri e Papucu, verifiquei que muito foi degradado desse bioma, quanto à vegetação nativa e aquática, que já foi mais rica em espécies e tamanhos, assim como na concentração por área.
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Infelizmente, no passado, ali ocorreu o uso criminoso das “bombas caseiras”, usadas por quase todos os pescadores artesanais da época na pesca, mesmo com acidentes graves que mataram e mutilaram várias pessoas.
Em consequência, grande parte da biodiversidade ali foi destruída, acredito pela contaminação da água pelos agentes químicos disseminados pelos artefatos explosivos.
Mas nem tudo está perdido.
Mapiri e Papucu resistiram aos impactos ambientais, mostrando a grande capacidade da natureza de se recompor na eterna luta pela manutenção da vida de animais e plantas, proporcionando nesses mananciais e berçários uma variedade de vidas, inclusive a do homem, seu maior dependente e o principal responsável pela sua destruição.
Nota-se, no entanto, a ocupação humana desses locais sem nenhum planejamento por parte do poder público. Porém, ainda há tempo para resgatar e preservar o que restou desses locais tão bonitos e agradáveis, com “projetos de ecoturismo”, que podem ser explorados pela comunidade da Grande Mapiri.
Como? A associação do bairro pode vender ao visitante ou turista uma série de serviços e produtos típicos da geografia local, como o turismo de contemplação dessa natureza excepcional, como se faz com Mangal das Garças, em Belém.
Aqui vai uma sugestão do que a comunidade pode gerenciar em benefício de seus membros: translado da orla do Mapiri para a praia do Maracanã, utilizando-se canoas (catraias) com salva-vidas, durante a enchente ou inverno.
Além de acompanharem visitantes e turistas para passeios aquáticos em barcos motorizados (ou canoas a remo) nos lagos do Mapiri e Papucu, proporcionando aos visitantes um ecoturismo de contemplação da natureza, com tiragem de fotos da flora e da fauna, dada a variedade de pássaros e anfíbios nos dois lagos.
Outra opção é levar turistas em caminhadas ecológicas pelas áreas secas dos dois lagos durante o verão.
E ainda: construir um barracão comunitário nas cabeceiras da passarela “TransMapiri” (Mapiri e Maracanã), onde podem ser comercializados lanches, comidas típicas e artesanatos do local. Conversar com o “caboclo do Mapiri” consertando sua tarrafa ou malhadeira, estrovando seus anzóis, sobre a cultura local com contos e lendas da região (boto, mãe d’água, cobra grande etc.).
Nesses barracões, podem ser negociadas guloseimas, petiscos e artesanatos típicos feitos pelos comunitários de forma sustentável, assim como a abertura um restaurante de comidas típicas.
A grande área alagada do Mapiri e Papucu destaca-se por sua beleza natural e por ser considerado berçário natural de diversas espécies de peixes da Amazônia, como o tucunaré, o jaraqui, charuto, caratinga e aracu, dentre outros. Além de ser local para a pesca artesanal e esportiva, essas área também se notabiliza pelos atrativos de muitas belezas naturais, propícias as atividades turísticas, por isso devem ser preservadas.
Poderia ser também instalado um minitrapiche, com uma infraestrutura básica, com cobertura, bancas higiênicas e apoio sanitário para ser comercializado o pescado, capturado pelos comunitários, principalmente o jaraqui, o “símbolo” do Mapiri, o que lhes proporcionaria uma renda extra com esse comércio, como funciona no Porto dos Milagres, no bairro do Uruará.
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Santareno, é projetista, construtor e gestor ambiental. Escreve regularmente neste blog.




Deviam aplicar no Juá um projeto desses. Temos ali uma riqueza inigualável, apesar do estrago e destruição feita por forasteiros.
Tive a oportunidade de fazer um trabalho de pesquisa na área e me vi diante do paraíso.
A cidade precisa acordar e manter vivo o que ainda vive mesmo que com fios de esperança, como o Juá. Estes lagos referidos acima precisam ser recuperados e tratados, principalmente o Mapiri que agoniza há anos e anos em meio a poluição e lixo e nenhum governo se preocupou com isso.
Realmente Joelma, estamos cercados de áreas que são verdadeiros paraisos. Como você citou, temos; o lago do Juá, Mapiri, Papucu, Vera Paz, Maicá, Tiningú, Ituquí, Taperinha, etc.
Somente as autoridades não enxergam isso, e deixam pessoas inescrupulosas e sem tetos por falta de políticas habitacionais, invadirem e degradarem esses biomas, compromotendo o equilíbio ambiental desses locais que são berçários de várias espécies de vidas animal e vegetal…
Enquanto eu entro numa passarela dessa, quem me garante que a baandidagem ficará em casa comendo farinha?
Cuma. Sua preocupação tem sentido. Mas quando se imagima que o “poder público” monte uma infraestrutura dessas, a segurança deve ser contemplada paralelamente. Haja vista que o Estado Legal e de Direito deve-se fazer presente em todos os eventos humanos, inibindo a marginalidade. Então, nesse projeto pensa-se que deve ter diuturnamente “guardas municipais ou ambientais”, ou mesmo a “polícia militar” com policiamento preventivo e ostensivo, para coibir abusos e a violência em benefício da segurança da população.
É o mínimo que os órgãos de segurança podem fazer…
Não podemos abdicar de uma qualidade de vida de um povo pela imposição da violência. Se o Estado se fazer presente com competência e quiser, a violência será inibida.
É por isso que os secretários tem que ser técnico e não partidários, temos um potencial imenso e não temos infraestrutura para propiciar um turismo de qualidade a acessível a todas as classes.
Só teremos essas oportunidades quando tivermos governantes dispostos a dar uma qualidade de vida a seus munícipes.
A população e nossos visitantes querem ver uma Santarém com lugares de visitação aprazível, vejam nosso mirante “largado”, Nossa Orla “lixo lixo na sua extensão” e as estradas para as praias toda entrada tem “lixo”.
Vá para o Carapanari e Pajussara já na entrada “lixo”.
Nem vou citar mais, será que ninguém do atual governo anda por ai.