por David Marinho (*)
Está sendo amplamente divulgado por todos os meios de comunicação de Santarém a escolha do local para a implantação da plataforma logística para atender as necessidades do Entreposto da Zona Franca de Manaus, firmando o acordo comercial entre os governos do Pará e Amazonas.
No primeiro momento, chegamos até pensar que isso será benéfico para nossa cidade, mas temos que tomar alguns cuidados com a grita e a precipitação desse fato, para que as vantagens não sejam somente para os empresários e políticos que se mostram empolgados e se apresentam como o “pai da criança”, que pode nascer com algumas deficiências e se transformar para nós em um preocupante “presente de grego”.
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A questão preliminar se mostra na escolha geográfica do local desse entreposto, que já foi anunciado a ser na área em frente as instalações do 8º BEC, logo acima da Serra do Piquiatuba. Essa escolha é totalmente dependente da continuação da operacionalidade do atual porto da CDP.
Porém, vale lembrar que pelas expectativas da movimentação de cargas nos dois sentidos (importação e exportação) esse fluxo será grandioso e dentro de cinco anos esse porto estará obsoleto por não atender mais a grande demanda dessa dinâmica comercial e deveria ser transformado no porto hidroviário regional, e Santarém precisa de planejamento em infraestrutura para 20, 30, 50 anos.
Chega a ser previsível o transtorno que será o trecho urbano da rodovia Santarém-Cuiabá, com a fila de milhares de carretas e bi-trens, buzinando, zuando e despejando toneladas de monóxido de carbono (CO) sobre os moradores dessa via com seqüelas de doenças respiratórias e dermatológicas.
Santarém se transformará no principal corredor importador/exportador do Norte do Brasil, para atender o Centro Oeste e o Sudeste brasileiro. Arrisco afirmar que seu volume operacional será equivalente a pelo menos uns três portos do Sudeste do Brasil, pela sua localização geográfica privilegiada, que o tornará mais próximo dos portos da América Central, dos EUA e da Ásia, que usarão a travessia do Canal do Panamá do oceano Atlântico para o Pacífico.
E como já disse, e ratifico, que mais cedo ou mais tarde o principal porto de Santarém será à jusante da cidade, possivelmente no bairro da Área Verde e Maicá, e que será usada a rodovia PA-370 (Santarém-Curuá-Una) como via que no futuro poderá ser continuada com a interligação para a Transamazônica, próximo a cidade de Uruará, atendendo a demanda de importação e exportação do leste paraense.
Então, já prevendo essa possibilidade, o local ideal para esse entreposto da ZFM, a meu ver, seria em um ponto equidistante da atual via Estrada Nova, por detrás da Mato Grosso Cereais, que liga hoje as duas rodovias: BR-163 e Curuá-Una, tendo uma topografia totalmente plana com vegetação em capoeira, e que seria apenas alargada e asfaltada, dando duas opções de mobilidade rodoviária pela BR-163, ou Curuá-Una.
Quanto ao local pretendido pelos tecnocratas do governo e empresários imediatistas, será um grande desperdício florestal e uma grande agressão ambiental, pois a área em frente ao 8º BEC é uma faixa remanescente de mata nativa ainda preservada e custodiada pela própria entidade militar, e pode-se até saber sua dimensão de desmatamento no início.
Mas com o aumento da demanda crescente de uso, sabe lá onde irá parar esse impacto ambiental, além desse grande desmatamento sem um estudo de impacto ambiental, pode provocar grandes erosões, e estar muito próximo do relevo divisor limitatório do Planlto Santareno, onde nasce todos os corpos dágua que passam na área urbana de Santarém, como os Igarapés do Cucurunã, São Brás e Irurá que serve como manancial de abastecimento de água potável de nossa cidade.
O local anunciando pelas autoridades é uma área nobre e próxima da cidade, por isso deveria ser preservada para que, em suma necessidade no futuro, seja usada para a expansão de Santarém com loteamentos residenciais nobres ou local para implantação de indústrias leves preservando-se as áreas verdes necessárias.
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* Santareno, é gestor ambiental e projetista. Escreve regularmente neste blog.
Ei jeso, continuamos falando sozinhos e ninguem do governo se manifesta?
Será que alguem por lá leva em consideração a analisecfo Davi ou o ego não deixa?
Administração míope. Sempre o mesmo caminho.
Três exemplos no Pará
1)
No começo caminho denominado estrada de rodagem Pará – Maranhão que em parte construíram a estrada de ferro Belém Bragança no qual hoje é a BR – 316. Belém – Maceió segmento até Santa Maria conhecida Belém – Brasília.
A faixa de domínio totalmente ocupada e ao longo desta via tudo é construído: Prefeitura, Igrejas, Conjunto residencial, parques, hospital, feira, shopping, Faculdades, comércio…
A questão não a construção próximo à via, é a falta de planejamento e construção que envolve projeto geométrico e construção de drenagem, duplicação da via com três faixas cada, ciclovia, elevado de retorno, rotatória, acostamento com 2,50m de largura, travessia de pedestre e nível e não em passarela, pois quem tem que subir e descer é o veículo e não o pedestre…
Somatória de administração míope: CAOS TOTAL.
2)
O cenário idêntico é a Transamazônica em Marabá e Altamira.
3)
Em breve do jeito que a situação começou e vai: Santarém – Cuiabá.
Para concluir: Santa IGNORÂNCIA.
Observação. Corrijo:
A questão não “é a construção próximo à via”, é a falta de planejamento e construção que envolve projeto geométrico e construção de drenagem, duplicação da via com três faixas cada, ciclovia, elevado de retorno, rotatória, acostamento com 2,50 m de largura, travessia de pedestre “em nível” e não em passarela, pois quem tem que subir e descer é o veículo e não o pedestre…
Parabéns, Augusto pelo comentário. Muito bem contextualizado. Me parece que esse investimento não vai trazer retorno positivo para Santarem. Tá parecendo a arena da amazonia em Manaus.
Marcelo e por coincidência estou neste momento num apartamento aqui em manaus com um grupo de pessoas que trabalham na Andrade Gutierrez que e a construtora que esta fazendo a obra da arena da amazônia…..meu amigo e so critica com a quantidade de dinheiro jogado pelo ralo…..
Cada jogo da copa vai sair pelo valor de 150 milhões….pois so haverá 4 jogos neste estadio !!!!!
As promessas de mobilidade urbana para a copa, não saiu nenhum do papel, monotrilho, BRT . Já o aeroporto que saiu do papel, so sera entregue no final de 2014, depois da copa.
ESSE E O BRASIL!!!!!
Senhoras e Senhores.
Os comentários foram claros. Não escuta quem não quer.
Vejam em:
https://www.jesocarneiro.com.br/cidade/planalto-santareno-entreposto-da-zfm.html
David, concordo plenamente com suas colocações citadas neste texto, e ainda acrescento, tudo que começa errado termina errado e de forma trágica.
Os governos precisam montar uma equipe de consultores técnicos experientes para analisarem o melhor local, e fazer um planejamento ordenado, que seja ótimo para as empresas e para a população, mas pelo que vejo o caminho esta sendo outro.
Não podemos esquecer o meio ambiente, como vez a China em seu desenvolvimento acelerado e sofre hoje as consequências com a poluição ambiental, mas também precisamos de investimentos da iniciativa privada em nossa região.
Augusto,
Essa é linha de raciocínio mesmo. Queremos e precisamos de investimentos no nosso município sim, mas não a qualquer preço! Quando empresários e políticos soltam fogos juntos, pode contar que vão arrebentar com o “rabo” da população, que pagará caro!!! Pois na “hora da onça beber água”, eles estarão bem longe daquí em salas climatizadas e os santarenos pagando com suas vidas e os transtornos do dia a dia.
Tem gente que confunde “crescimento sócio-econômico” com “desenvolvimento sócio-econônico”.
O ideal para nós seria o “desenvolvimento sócio-econômico”, que se efetiva gradativamente e gera rendas concomitantemente com benefícios sociais como; educação, segurança, saúde e qualidade de vida, além da consciência intelectual de um povo que cresce sem traumas.
Já o “crescimento sócio-econômico” é algo maquiado e acelerado, que é empurrado politicamente garganta abaixo da população de qualquer jeito, visando apenas valores materiais como bens de consumo e não qualidade de vida. Ex. Uma família que tem TV tela plana, microondas, play-station, etc. etc., mas vive num casebre de uma invasão e não tem educação que preste, nem pronto socorro operante, nem policiamento que lhe dê seguranbça. Isto é uma contradição de vida.
Hoje Santarém é uma cidade mais quente em seu clima, graças as não-conformidades ambientais praticadas há dez, quinze, vinte anos atrás. Devemos avançar, a fila anda, mas com os pés no chão…
Nao entendo o que ocorre com alguns comentários acima mas o que entendi da materia do blog sore a localização. Isso é muito serio. Será que vamos ver mais um bonde passar pela frente de nossa cidade??
Vai começar a aparecer os que se dizem “defensores ambientais”, que deveriam ser chamados de “atrasos do progresso”.
David, este entendimento do ENTREPOSTO DA ZFM em Santarem, começou lá por 2009, no governo Ana Julia(Inclusive houve um seminário na FIT). A turma do VON, Elenilson e Maia diziam que seríamos LAMBAIOS do Amazonas, etc, etc… Como agora virou a salvação da lavoura?
Ora meu caro, você ainda nâo entendeu como funciona a cabeça da maioria dos politicos e partidos desse país? A turma do Vom usou dos mesmos artificios que o pt e o Lula utilizam a anos. Lembra oque eles Lula e pt falavam do plano real, programas sociais e privatizaçôes quando estavam na oposiçâo? O plano real seria um plano economico destinado as elites, deixaria o povo e classe trabalhadora ainda mais pobre. Os programas sociais eram pra sustentar vagabundo e as privatizações para entregar o “patrimonio do povo” brasileiro pra estrangeiro. Nunca recebi 1 centavos de dividendo dessas empresas antes e das atuais continuo nâo recebendo. Todos sabem oq Lula e o pt fizerem depois que chegaram ao poder. Ainda bem que fizeren isso mesmo, apesar do constrangimento que até hj tão passando com as atuais privatizações. Melhor assim apesar das negativas, se eles tivessem implanttado o modelo economico que pensavam nâo resta duvida que o Brasil hj seria uma Somalia de dimensôes continentais.
Pois é Será Mesmo! Dependendo do ângulo de visão, defendemos uma posição…
E como dizia o profeta, assim caminha a humanidade…
Fiscais do Ibama ocuparam uma fazenda nas proximidades da comunidade de Santa Julia, distante 35 quilômetros da cidade de Novo Progresso, que segundo o órgão ambiental criavam gado em área desmatada e embargada naquela região. Após ocupação, sem aparecer o proprietário da fazenda e dos bovinos foram apreendidos 569 cabeças de bovinos avaliados em aproximadamente 430 mil reais.
Os bovinos foram retirados da área embargada no último dia 18 de Outubro, está em uma área arrendada pelo IBAMA por 10 dias e vai ser doado para Prefeitura Municipal de Novo Progresso, para merenda escolar e programas sociais do governo municipal.
O desmate que gerou o embargo da área foi detectado em 2009 , mesmo assim criavam gado ilegalmente , disse o Ibama.
O Ibama já notificou a ADEPARA para saber quem é o proprietário dos bovinos para providências.
A ação faz parte da operação conjunta com exército, Ibama e Força Nacional, com base em Novo Progresso denominada “Hileia Pátria”, que combate o desmatamento e a pecuária ilegal em cinco regiões da Amazônia Legal localizadas no Pará, no Mato Grosso e no Amazonas.
A operação não tem prazo para terminar. Segundo informou o Ibama, outras propriedades já estão embargadas e outras serão vistoriadas e poderá haver mais gado apreendido na região. A duração da operação dependerá da disposição dos infratores, de retirar os rebanhos das demais áreas desmatadas ilegalmente e cujos embargos não estão sendo respeitados na região, disse.
Nelson Feitosa (ASCOM/Ibama–Belém-PA)
O prefeito de Novo Progresso aceitou o gado apreendido pelo IBAMA e vai utiliza-lo para fazer politica o Dr. Augusto Minotto que teve o gado apreendido prometeu acabar com este prefeitinho.
Mas acabar como? Politicamente? Ou… Porque eu gosto das coisas muito bem explicadinho…