por Paulo Lima (*)
Primeiro preciso deixar claro que eu sou a favor e tentarei dar a minha contribuição para a criação do Estado do Tapajós. Não tenho dúvidas quanto a procedência da reivindicação e da oportunidade para se construir uma estratégia de desenvolvimento para a região, com mais agilidade, mais atenção e eficiência. Contudo, três grandes questões me preocupam para o sucesso do sim no plebiscito da criação do Estado do Tapajós.
A primeira delas é que a mensagem mais comum e mais difundida é marcadamente rancorosa. “Abandono”, “liberdade”, “fim da escravidão”, entre outras idéias que não são construtivas. É preciso reformular a mensagem para que não se polarize com valores que não são políticos, não pensam no futuro, são trancados num passado que os justificam, mas a história nos ensina que só avançamos se construímos o futuro evitando os erros do passado.
É preciso ter uma mensagem positiva, uma marca para o novo Estado, um estado que tem dezenas de unidades de conservação (e milhares de problemas fundiários, madeira ilegal, devastação, garimpo em condições sub-humanas, etc. O turismo claro, também é uma marca muito interessante, mas precisa avançar na qualificação dos serviços em toda a região.
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É preciso transformar a mensagem sobre o sim em algo positivo e não em “vamos votar sim por que pior que está não fica” ou por que sempre fomos esquecidos.
Devemos pensar que mesmo com o sim vitorioso no plebiscito, teremos uma longa transição e a capital terá influência e poderá nos prejudicar na agilização de processos burocráticos e transformar os primeiros anos do novo Estado um caos.
O segundo tema é aproveitar esse momento de tentativa de união de várias lideranças políticas da região para buscar-se inaugurar um novo processo para a formação desse novo Estado. Afinal, como já falamos antes, não vamos repetir os mesmos erros do passado e fazer da nova capital uma reprodução das relações políticas entre Belém e o Oeste do Pará.
A impressão que se tem é que vamos ver parte da população “assistir bestializada”, como disse Aristides Lobo, sobre a passagem da Monarquia à República. E não é isso que queremos. O clamor pelo Estado do Tapajós é legítimo, mas ainda não é includente. Muita gente ainda não sabe o real significado de se ter as estruturas de Estado em nossa região, as vantagens e desvantagens. Precisamos estudar isso, transformar em textos simples e difundi-los amplamente, numa campanha que seja de convencimento e não de conflito.
Por fim a grande preocupação. A de que toda essa expectativa, toda essa mobilização sirva somente a um propósito, o de acomodação de oligarquias nas novas estruturas de poder. E assim abrimos mais um debate que poderia ser puxado pela Universidade, do qual saíssem acordos, pactos, criatividade e força política baseada na participação popular.
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* Historiador, é professor universitário e especialistas em mídias sociais.
Paulo,
Você está no caminho, quero começar a campanha em Belém, até colocar adesivo no meu carro, falar com pessoas em todos os cantos, precisamos de subsidios.
Telma
Concordo,
Trata-se de ser um pouco mais frio e pensar tecnicamente no convencimento. Plebiscito não é campanha política convencional. Vai ser um exercício se criar uma estrutura com uma boa solução de representatividade, que tenha força e base política, uma campanha inteligente e propositiva e especialmente capacidade de domínio das várias mídias disponíveis, pois a mídia regional fora do oeste do Pará está na mão dos pelo “não”.
Paulo Lima
Sabendo aonde será a capital, quero comprar terrenos enquanto baratos lá longe onde nem periferia ainda é, o melhor investimento.
Temos e que nos preparar, poís, as mídias belenenses já começaram, eles não vão deixar por menos.
Temos que explorar bem os debates para não ficar nada sem esclarecimento, a população já esta cansada, se nem nas cidades do entorno de Belém as políticas públicas chegam imagienm aqui no oeste.
Nós não vamos nos separar, pois não somos separatistas. Queremos sim experimentar o sabor da EMANCIPAÇÃO. Queremos ser adultos, enfrentando os desafios com coragem e determinação; rumo ao desenvolvimento mais imediato. Sem titubiar – Sim, a nova Unidade Federativa – Santarém Estado do Tapajós !