Paulo do Pinduri Jennings, inesquecível

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Fotos: Podalyro Neto

por Adil Colares (*)

O médico cardiologista Paulo Alberto Marques Jennings completou ontem (12) 6 dias de desaparecido. Sua família e amigos estiveram reunidos às margens do rio Amazonas, na comunidade de Januária, local onde ocorreu o desaparecimento do médico, para lhe prestarem homenagem por tudo o que ele foi para os amigos, família e para Santarém.

Foi um momento único.

Depoimentos, histórias e estórias da vida cabocla, foram contadas por pessoas que viveram momentos de dor, de alegria, de carinho e de muita felicidade ao lado de Paulo.

Falar do Paulo Jennings não é tarefa difícil, mais difícil é enumerar as coisas boas e maravilhosas que ele fez. Homem amazônida que viveu em São Paulo mais de 30 anos, sem nunca deixar de visitar sua terra natal, sem nunca deixar de exaltá-la com enorme orgulho. Contava as histórias da região,principalmente de sua amada Pinduri, comunidade ribeirinha que fica localizada às margens do rio Amazonas, distante cerca de 2 horas de Santarém, onde seu pai, Alberto Wanghon Jennings, por muitos anos teve fazenda de gado.

Pois foi lá a homenagem que deixou todo mundo que estava a bordo do barco motor Búfalo emocionado.

Homenagem a Paulo Jennings. Foto: Podalyro Neto
Fogos de artifício, marca de Jennings

Por volta das 3 horas da manhã do dia 12, quando o barco deu sinal de luz, as luzes das casas foram acesas e numa bajara seus moradores foram ao encontro do barco, soltando foguete. Era assim que Paulo fazia quando ele chegava neste local – soltando fogos de artifícios. Foi um momento ímpar, indescritível.

Homem de modos simples, que cativou amigos de todas as camadas socias. Foi casado com Laudia Jennings, com quem teve três filhas – Felícia, Claudia e Beatriz. Ontem (14), às 18h30, foi realizada a Celebraçao da Esperança, na Igreja de Sao Raimundo Nonato, organizado pela professora Risoneide Wanghon (Riso, como e carinhosamente conhecida) e celebrada pela vigário Leonardo Gade.

Hoje, às 20h, na praia em frente a casa da Selva Jennings, será realizado um culto ecumênico pela passagem do sétimo do desaparecimento de Paulo Jennings.

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* Santareno, é engenheiro agrônomo e colunista social, titular da coluna Top Tapajós.


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16 Responses to Paulo do Pinduri Jennings, inesquecível

  • Conheci o Dr. Paulo quando ingressei na empresa em que estou á 8 anos. Todas as palavras de carinho, as histórias de sua terra natal, os conselhos amigos…ficarão para sempre. Todos nós que conhecemos o Dr. Paulo perdemos uma pessoa que é querida e será lembrado para sempre em nossos corações.

    Att.

    Rubem Filho
    Alpina Briggs

  • Nossa ligação será eterna, pois esteve ao nosso lado em todos os momentos do tratamento do meu pai Marlidio Cunha em São Paulo, que infelizmente se foi no dia 07 de outubro de 2010, revelando a mais nobre de todas as virtudes, que é a solidariedade, desprovida de qualquer vaidade ou eventual reconhecimento.
    Perdi um pai maravilhoso que sempre amarei, mas certamente ganhei um grande amigo, o qual jamais esquecerei!
    Minha eterna gratidão ao Dr. Paulo e sua família maravilhosa!
    Tenho certeza que o céu está em festa, afinal – como diria meu pai- aquele camarada era muito “pai d’egua”!

  • Como esquecer uma pessoa iluminada como esta.
    Que Deus o abençoe aonde quer que esteja.

    Com certeza fara muita falta a todos nós.

  • Meu compadre Paulo, era um contador de historias, sabia narrar como ninguém fatos ocorridos com caboclos do Pindurí, ou com o Prof Zerbini, na época de sua residencia na Beneficência Portuguesa, em Sao Paulo. Por mais que tivesse ouvido a mesma história, a repetição dos fatos era diferente e agradável de ouvir, posto que também, era um perfeito imitador dos personagens. Era sua maneira de homenagear seus amigos, seus herois e sua familia que tanto prezava, e dessa maneira conseguia viver dividido entre São Paulo da comadre Laudia e suas filhas, e Santarém e sua gente, que tanto amava. Nunca colocava dificuldades para resolver casos de pacientes que iam a São Paulo atrás de resultados melhores para seus tratamentos. Sempre viu a medicina como ciência inventada para o paciente e não para o médico.
    Nessa historia toda, teve o mais original dos túmulos, bem no coracão da Amazônia que tanto amou. Como acolheu tantos, humilde peco a Deus, que também te acolha.

  • Como Paulo era uma pessoa que vivia na casa de mina tia Esmeralda, mãe de Heraldo, médiico de Santarém, também morando em S.Bernardo do Campo, SP, ele era uma pessoa que sempre que podia, nos visitava aqui em São José dos Campos, e como sempre, trazendo seu bongô. No final do dia, era sempre “aquela lembrança de Santarém” cantada nas música da família Fonseca. Paulo era um eterno apaixonado por esta cidade. Quis o destino que ele se fosse no lugar que ele mais amava, fazendo o que ele sempre queria e sendo “aguarrado” (não enterrado) pelas águas dos rios que ele tanto amava. Que Paulo continue brilhando nas águas desse maravilhosos rios: Amazonas e Tapajós. À Laudia e suas filhas, meu beijo carinhoso e a certeza de que o tempo será o amenizador desta triste perda. Quanto a nós, permaneceremos aqui em S.José dos Campos – SP, lembrando de suas brincadeiras e de suas eternas cantorias. Vai com Deus, meu amigo.

  • Paulo. Voce consegui agregar tantos momentos bons, felizes, que são justas todas as homenagens prestada a voce, lindo! lindo, também és, pela tua simplicidade e pelo amor que tinha em ser solidário. Todos que conviveram com voce, tem um pouco pra contar da luta pela vida, do elo que fizeste a tantas pessoas desta tua amada Santarém. Não posso deixar de prestar essa homenagem em momento tão triste e belo de teu desaparecimento. Triste pela ausência e belo as circunstância em que ocorreram, o encantamento, MACUNAÍMA (o mergulho desvairado pelos encantos irresistíveis da uiara).
    O que tenho a revelar; 1996, segui pra São Paulo, em busca de auxilio com meu filho João precisando fazer uma cirurgia delicada. Nasceu com uma doença cardíaca congênita – Tetralogia de Fallot, a época morava em Belém e tinha perdido o contato com a “solidariedade Santarena”, chegando em São Paulo com auxílio de minha irmã, fomos direto ao hospital Beneficência Portuguesa – equipe José Pedro da Silva . Mas, Graça minha irmã, lembrou de Paulo – mano o Paulo Jenninges ele mora aqui vamos procura-lo. A ponte o amor de Paulo, quando falamos ao telefone, pronto tava sacramentado. – Caboco tú tais aonde? to indo agora aí mi espera.
    E o Big John, como ele saudava meu filho, continua firme e forte. Agradecido Paulo Jenninges

  • Toda homenagem para ele é muito justa, homem brilhante.
    Tem fatos que não entendemos e nem aceitamos, como humanos.
    O Pai do Céu nunca abandona seus filhinhos. Temos que entregar tudo nas mãos de Deus!
    Todos continuem rezando para que seus entes queridos sejam consolados e para que um milagre aconteça. ” …PARA DEUS TUDO É POSSÍVEL…” , está na Bíblia Sagrada.

  • Paulo.amigo,companheiro,irmão. agora és no céu nosso anjo da guarda.nosso santo médico, nosso protetor como eras aqui em terra. só fizeste o bem ao teu próximo. amaste a vida como amavas a tua profissão. descanse em paz, e receba do pai celeste um lugar cativo ao seu lado, lugar este só reservado pelo pai ás pessoas que só como você amou seu próximo como a si mesmo.

  • Lindas homenagens, com certeza todas merecidas, nós que tivemos o privilégio de conhecer o Paulo e vivênciar suas inúmeras qualidades, nos fica a certeza que ele cumpriu bem demais sua missão, pois quem é” bom” se compadece, quem “ama” ajuda e esse era o jeito do nosso amigo, agora só nos resta saudade, saudade …e saudade…

  • Minha homenagem ao Paulo…

    A lindíssima letra da “Canção de Minha Saudade” é de autoria de meu tio Wilmar Dias da Fonseca, que também residiu em São Paulo, por muitos anos, e em cuja companhia eu morei quando ali estudava no Conservatório Musical “José Maurício”, na década de 60 do século XX.

    A música, também belíssima, é de meu saudoso pai (maestro Isoca), que retornou à orquestra do Senhor, em 2002…

    CANÇÃO DE MINHA SAUDADE
    (canção)
    Letra: Wilmar Fonseca
    Música: Wilson Fonseca (1949)

    Nunca vi praias tão belas
    Prateadas como aquelas
    Do torrão em que nasci!
    Da CAIEIRA, do LAGUINHO
    (MAPIRI é um carinho)
    Onde canta a Juruti.
    Nunca vi praia tão boa
    Como aquela da COROA
    Bem pertinho do SALÉ…
    De SÃO MARCOS, tão branquinha
    (A candura da PRAINHA)
    VERA-PAZ… MARIA JOSÉ!

    Bem juntinho àquela serra
    Que domina a minha terra,
    Tem um pé de sapoti
    Onde entoa, sem mentira,
    Alegrando CAMBUQUIRA
    O seu canto o Bem-te-vi.
    Quem me dera em suas águas
    Sufocar as minhas mágoas
    A beira do Igarapé!
    E depois no IRURÁ
    (Ó meu Deus, quando será?)
    Reviver a minha fé.

    Mergulhei já no AMAZONAS
    (Não me digas: tu blasonas)
    P’ra no TAPAJÓS boiar…
    Há encanto em teus jardins
    Vicejando benjamins
    Que prateiam ao luar.
    Tens Maria por padroeira
    Essa Mãe tão brasileira,
    SANTARÉM DA CONCEIÇÃO .
    Se relembro teus recantos,
    Ó Jesus lá vêm meus prantos,
    Vou cantando esta canção!

    Meus sentimentos e minha solidariedade à família do Paulo, descendente, como eu, dos confederados norte-americanos…

    Vicente Malheiros da Fonseca
    https://www.trt8.jus.br/index.php?option=com_juizes&task=judge&tipo=1&id=364&Itemid=202

  • As pessoas que prestaram essas justas e belas homenagens não puderam vê-lo, mas o Paulo, certamente, estava lá, recebendo as flores, ouvindo as estórias e ouvindo os cantos em sua homenagem. Que Deus o tenha, meu amigo. Continue a velar por nós !!!!

  • Paulo era um iluminado. Uma estrela. Vai brilhar sempre entre nós. À Laudia e filhas, nosso carinho.

  • Caro Jeso,

    Tenho acompanhado esse drama da família Jennings e cada vez mais sinto que perdemos uma pessoa iluminada. Digo isso porque fomos vizinhos alí na S.Sebastião, ele morava na esquina com a Silvino Pinto e o via passar para o Dom Amando carregado de livros com sua passada mansa como todo bom aluno, além do mais, era craque de bola nas peladas no campinho nos fundos da casa do Djalma Lima. Ah, tempos bons que esse excelente profissional da saúde soube bem viver, ademais seu Alberto Jennings, o pai, homem rigoroso (foi delegado de polícia) não baixava a guarda. Tempos mais recentes minha sobrinha que também é médica aí na Pérola, precisou estudar em S.Paulo e o Paulo Jennings a recebeu muitíssimo bem, dando todo o apoio necessário. Só posso mesmo é rezar para que receba de Deus o descanso e a paz eterna.

    Abs

  • Deve ter sido emocionante mesmo Jeso, fico triste em não tá presente. Que os anjos lhe proteja.

    1. na lenda amazonica,diz que o boto vira homem pra encantar a linda donzela,entao,o espirito
      do paulo encarnou no boto e vivera nadando no rio amazonas,tapajos,etc.

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