por David Marinho (*)
Passando pela avenida Castelo Branco, próximo a Escola Técnica IFPA, deparei-me com uma situação que, como cidadão e com algum conhecimento técnico, fiquei preocupado com a insegurança de pedestres que porventura possam passar por lá na hora de uma grande chuva.
A intenção até que foi boa, de tentar resolver um problema crônico de alagamento nesse ponto crucial, porém lamento que quem idealizou essa solução não usou das melhores práticas de engenharia, pois o grande volume de água continuará escoando por sobre a pista na forma de forte enxurrada e levará perigo, inclusive de morte, para as pessoas idosas, mulheres, crianças e ciclistas que passarem no local durante uma chuva.
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Alerto ao pessoal da Defesa Civil para que, juntamente com os bombeiros, façam uma visita neste local e elaborem urgentemente um “análise de riscos”, a fim de evitarem acidente futuro, pois vejo isso como uma “armadilha” de uma tragédia anunciada.
Os bueiros colocados para dar vazão a grande vazão pluvial neste local funcionarão como uma “tomada d’água” de uma usina hidrelétrica que passa pelos “condutos forçados” para girar as turbinas (bueiros), sem nenhum controle e em alta velocidade.
Vejo que o principal objetivo não foi contemplado, pois o que se esperava era que as águas pluviais não escoassem mais sobre a pista, não vejo isso como solução. Mas como critico construtivamente, também mostro uma possibilidade de solução.
Nessa matéria vai uma sugestão que pode ajudar na solução desse problema, com um projeto subterrâneo onde todas as águas escoarão abaixo do solo, constante de: galerias de drenagem de ambos os lados da avenida para captação do escoamento superficial e que podem no futuro serem conectadas aos esgotos das travessas próximas, com uma bateria de entradas em forma de bocas-de-lobo, dutos de travessia e bueiros terminais.
Porém, será necessário dimensionar os elementos desse sistema, de acordo com a demanda da contribuição pluviométrica de toda a área adjacente.
Mas, essas soluções são paliativa, pois quando as áreas desses espaços ociosos forem urbanizadas, esse esgoto pluvial terá que transpor a avenida Curuá-Una dentro de um conduto específico e confinado (galerias).
Já deveriam estar pensando nisso, temos que nos antecipar aos problemas, com planejamentos.
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* Santareno, é projetista e gestor ambiental. Escreve regularmente neste blog.





Caro David,
Obras de drenagem necessitam de soluções sistêmicas. As “soluções pontuais” apenas transferem o problema para o outro lugar. As 4 tubulações mostradas na imagem determinam que não existem trechos menores de captações, essenciais para minimizar acúmulos superficiais e otimizar o sistema de drenagem de águas pluviais.
A sua proposta transfere o problema, pois o lançamento final não ocorre em um corpo natural. Isso não é engenharia.
Infelizmente, as sucessivas administrações de Santarém têm tratado muito mal as águas que ocorrem no município. É bom lembrar que as águas pluviais compõem as águas disponíveis para usos mais nobres, como o consumo humano.
Como Técnico de Segurança do Trabalho, também visualizei o problema na referida rua. Achei esquisito e muito perigoso. E o que era para ser uma solução, acabou causando um outro problema maior ainda. Se vc verificar aonde desagua as aguas pluviais que ali escorrem, na Turiano Meira, em frente ao Cepes, boa parte do calçamento já caiu por conta dessa vazão e foi levado pela enxurrada e agora o asfalto da rua começa a ruir também. Com as fortes chuvas que tem caído ultimamente em Santarém, não vai demorar muito para acontecer um acidente nessas imediações……..
Realmente Sávio, os mentores dessa solução, infelizmente estão redondamente equivocados. Na pior das hipóteses, deveriam colocar ao menos um corrimão de proteção no limite da “linha da morte” para que, se, um desavisado seja levado pelas águas se segure nas barras de ferro para que não seja engolido pelo turbilhão de água nessas “gargantas do capeta”.