Poetas amazônicos

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Retrato de Maria

Maria era morena. Linda morena.
Uma morena que todos gostariam
De tê-la para amar.
Era calma, terna, simples e espontânea.
Seu sorriso era mais que um sorriso,
Era uma canção suave e eterna.

Nos seu olhos havia o brilho,
O descanso e a beleza das manhãs de domingo.
Como era bela Maria,
Seus cabelos castanhos, compridos
Eram cálidos raios de alvorada
A estetizarem seu rosto.

Este era sol do seu interior,
Fresco e expressivo, plácido e amoroso,
Totalmente absorvido de beleza,
De uma beleza mística e apaixonante
Sensualizada ate demais.

Maria falava doce e melodiosamente,
Ouvindo-a tinha-se a impressão
De que nos envolvia, nos acariciava
Com a mesma infantilidade e ternura
De uma criança que nos roça os ouvidos.

Tinha no corpo a quentura
E a morenice dos trópicos
E andava levemente balançando-se
Tal como fazem as calmas ondas do rio
Rumo aos pálidos e verdes barrancos.

Enfim, carissimos leitor,
Maria era uma Lolita tropical,
Um noturno em mi bemol de Chopin
Uma escultura em carne e osso de Rodin.
Não desejais conhecê-la nunca,

Contentai-vos com este poema.

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De Edwaldo Campos, poeta nascido em Alenquer e residente em Santarém.


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