Advogada e oficial da PM denunciados por reintegração de posse sem ordem judicial

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Advogada e oficial da PM denunciados por reintegração de posse sem ordem judicial

Promotora de Justiça de Tucuruí, Amanda Luciana Lobato ofereceu denúncia contra a advogada Gláucia Rodrigues Brasil Oliveira e mais 3 pessoas envolvidas em vários crimes cometidos no município.

Uma das supostas atividades criminosas praticadas pela advogada consistia, segundo a promotora, em organizar junto com o marido, o major PM Leonardo Oliveira, “operações policiais” para realizar “reintegrações de posse” sem mandado judicial.

 

Amanda Lobato responderá pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, falsa comunicação de crime, apropriação indébita, receptação, falsidade ideológica, dano, peculato, coação no curso do processo e constituição de milícia privada (coautoria).

Os demais denunciados responderão pelos crimes de:

— Eduardo da Silva Seoane (funcionário público), receptação e constituição de milícia privada;

— José Nilson Teixeira (eletricista) e Carlos D’Ávila Bitencourt (pecuarista) por receptação.

PREÇO DO SERVIÇO

Conforme apurado em inquérito policial, Jorge Cury Sobrinho possuía a fazenda Ipê há 22 anos e havia sofrido 3 problemas de invasão nos últimos 5 anos, sendo o último em fevereiro de 2017.

O então administrador da fazenda, Carlos D’Ávila, ligou para Jorge Sobrinho para informar que o major Leonardo Oliveira poderia expulsar os invasores e a esposa dele, a advogada Gláucia Oliveira, iria tratar das questões jurídicas e fazer para que tudo fosse feito legalmente.

Foi acertado então o preço de 70 mil reais por todo o serviço.

Com isso o major PM reuniu alguns policiais militares e viaturas e foram até a fazenda Ipê expulsar os invasores. No local, a polícia chegou atirando, destruiu e ateou fogo nos barracos e objetos pessoais de qume estavam dentro.

Toda a ação, segundo o Ministério Público do Pará, foi realizada sem nenhum mandado de reintegração de posse.

Além dessa atividade ilegal, foi apurado no inquérito policial que a advogada utilizava para seu uso pessoal um veículo roubado e que teve a documentação adulterada.

FOTOGRAFIAS

Em escutas telefônicas, foram identificadas ameaças que caracterizaram coação no curso do processo.

O recebimento dos 70 mil reais também foi comprovado durante as investigações, tendo sido depositado em duas parcelas na conta da mãe da advogada.

Apesar de serem expulsos, os posseiros retornaram à fazenda dias depois. Com isso, a quadrilha propôs nova ação para retirá-los, mas desta vez propuseram a assinatura de um contrato de arrendamento em nome do major.

 

E mais: que fosse utilizada uma caminhoneta, pois não poderia mais utilizar os carros da PM devido a uma denúncia na corregedoria da polícia.

A testemunha Jorge Cure apresentou fotografias que demonstram a utilização da Polícia Militar do Pará com finalidade privada, ilegal e financeiramente remunerada.

Nas imagens, percebe-se a presença do major Leonardo e da sua esposa, além de policiais militares fardados, viaturas e armamentos da corporação paraense.

“A referida conduta é contrária à recomendação conjunta da Promotoria de Justiça Militar e das Promotorias de Justiça Agrária que recomendaram a abstenção da Polícia Militar do Estado do Pará em realizar reintegrações de posse sem mandado judicial”, frisa a promotora Amanda Lobato.

Com informações do Ministério Público do Pará

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