
A Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), entidade vinculada à igreja católica, está pressionando o STF (Supremo Tribunal Federal), para barrar a Ferrogrão, ferrovia que visa interligar o Porto de Mirituba, em Itaituba (PA), ao município de Sinop (MT), para escoamento de grãos. A informação é do jornal O Globo.
A Repan, segundo o diário, entregou aos ministros da mais alta corte do país, uma carta na qual pede a rejeição definitiva do projeto, suspenso desde 2021 por liminar do próprio tribunal.
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O movimento ocorre às vésperas do julgamento da ação direta de inconstitucionalidade considerada decisiva para o futuro do projeto e para a definição de limites constitucionais contra retrocessos em unidades de conservação.
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A ação discute uma lei de 2017 que alterou os limites do Parque Nacional do Jamanxim para permitir a construção da ferrovia e foi criticada por ambientalistas.
Críticas
No documento, a entidade ligada à igreja católica sustenta que qualquer decisão que valide a legislação representará uma redução inconstitucional do sistema de proteção dos ecossistemas. A rede católica afirma ainda que a Ferrogrão é “expressão de um modelo de desenvolvimento que sacrifica povos e florestas em nome da exportação de grãos”.
Segundo a Repam, validar a Ferrogrão significa atingir o núcleo essencial do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, previsto na Constituição. A entidade pede que o STF reforce sua jurisprudência de proteção ambiental e de direitos constitucionais dos povos da Amazônia.
O julgamento está agendado para 1º de outubro.

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