
Envolto em polêmicas desde o início de sua nomeação para chefiar a coordenação de índios isolados da Fundação Nacional do Índio (Funai), o missionário Ricardo Lopes Dias foi exonerado do cargo pelo governo Bolsonaro, via Ministério da Justiça, informa O Globo.
A decisão foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira.
Para o lugar dele, foi nomeado Marcelo Fernando Batista Torres, servidor alocado na Funai do Acre, onde atuava como chefe da Frente de Proteção Etnoambiental Envira.
Nomeado em fevereiro após uma manobra no regimento interno da Funai para ser o responsável pela proteção de povos isolados, Dias Lopes continuou ligado a missões evangelizadoras de indígenas.
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A Funai sempre afirmou que seu coordenador havia se desvinculado de projetos missionários há mais de 10 anos, onde atuou pela Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), mas registros levantados pelo O Globo e depoimentos de índios que trabalharam com o pastor revelaram uma atuação de bastidores do religioso com foco na formação de futuros ministros que dariam a continuidade ao trabalho por ele iniciado.
Entre as muitas atuações desastrosas e incompatíveis com o cargo que ocupava, Ricardo Lopes Dias foi acusado, recentemente, de tentar quebrar a quarentena da Covid-19 e indicou missionários para área de índios isolados.
Atualmente, existem 86 registros da presença de índios isolados no Brasil que carecem de pesquisas para sua confirmação, alguns localizados em regiões com grandes fazendas de poderosos proprietários de terras.
A letargia, a omissão ou a decisão errada podem provocar o desaparecimento de grupos de indígenas isolados existentes nessas regiões, como já ocorreu inúmeras vezes na história da Amazônia.
Procurada, a Funai ainda não se manifestou sobre a exoneração.
Leia a íntegra da matéria neste link (assinantes).
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