por David Marinho (*)
A Análise Preliminar de Risco (APR) é uma técnica aplicável que visa à prevenção de acidentes do trabalho através da antecipação dos riscos. É uma visão antecipada de uma situação de exposição a riscos de sinistros que podem ser evitados.
Sabe-se, por meio de pesquisas científicas, que 98% dos acidentes poderiam ser evitados com a aplicação correta da APR. Apenas 2% estão fora de nosso controle, pois dizem respeito restrito aos fenômenos da natureza, como terremotos, furacões, raios, tempestades, etc.
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Temos também dois eventos dinâmicos que identificamos como “situação insegura” e “ato inseguro”.
A situação ou condição insegura é quando identificamos o meio ambiente ao entorno oferecendo riscos sobre uma ou mais pessoas, e o “ato inseguro” é provocado unilateralmente pela exposição à riscos de acidentes por um indivíduo sobre si mesmo, outras pessoas e ao meio ambiente.
Este artigo é para chamar atenção dos órgãos públicos ligados a essas ações de prevenção de possíveis acidentes – Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, ou alguma brigada civil que também esteja com esse propósito de identificar situações de riscos e suprimi-las, pois como cidadão, vejo diariamente em nossa cidade algumas situações de perigos para a população e não vejo esses órgãos prevenirem nada, apenas se dedicam às conseqüências das enchentes e soterramento quando já estão causando prejuízos e mortes.
Para justificar o que digo, vou citar algumas situações de riscos a olhos vistos que esses órgãos não conseguem identificar, mas que podem causar tragédias, inclusive com mortes.
1º – Quem viaja pela rodovia Everaldo Martins rumo Alter do Chão, logo após o Loteamento Amazônia, depois da comunidade de Cucurunã, existe uma árvore com dois galhos sobre essa rodovia que estão sendo atacadas por “cupins”. E podem cair a qualquer momento sobre a pista, e machucar algum condutor de carro ou motocicleta.
2º – Pelo que me consta, os travessões em concreto armado das torres de transmissões dentro da área urbana de Santarém na avenida Dom Frederico Costa foram montadas no ano de 1975. De lá para cá, fazem 39 anos, e não lembro de ter sido feito alguma manutenção ou troca dos pinos de sustentação dessas peças. Será que ainda estão bem conservados? Vão esperar alguma peça dessas cair com seus cabos de alta tensão e machucar ou eletrocutar alguém na via para se fazer alguma coisa?
3º – Já publiquei matéria dando idéia sobre melhoramento com meios-fios, passeios em bloquetes e paradas de ônibus planejadas nos trechos que atravessam as comunidade de Cucurunã e São Brás, para dar segurança aos seus moradores, onde vidas de crianças e idosos estão sendo ceifadas, por falta de uma simples infraestrutura rodoviária nessas vilas.
4º – Os bueiros pluviais da avenida Castelo Branco, próximo a Travessa Turiano Meira, apesar da boa intenção de se resolver a questão de alagamento por chuva, não deixa de levar riscos aos pedestres.
5º – Travessia de pessoas em frente ao CAS, pela avenida Crisântemo, porquanto essa recepção para atendimento de pessoas inclusive do interior que tem dificuldades de atravessar ruas, poderia ser pela Alameda 04, que é mais tranqüila e de baixo trânsito de veículos pelo lado da Seminfra.
6º – Invasões em áreas alagadas de preservação ambiental nos bairros do Mapirí, Maracanã, Maicá, Uruará, etc.
7º – Ocupação irregular próximo os morros de material de construção que estão em processo de desmonte e desmoronamentos na periferia da cidade. E outros inúmeros casos.
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* Santareno, é projetista e gestor ambiental.
Leia também dele:
Projeto para o bueiro da Turiano Meira.
Proposta de uma nova orla para Santarém.




O pior de tudo é que determinados poderes que deveriam fazer os senhores prefeitos trabalharem no nosso atrasado oeste paraense, parecem não existir, e se existem, fingem que não é com eles. Em todos os municípios essas mazelas são recorrentes. Fora os perigos citados, nos deparamos com o descaso total com ruas quase todas sem asfalto e esburacadas, praças abandonadas e sem manutenção das árvores, como foi citado na matéria publicada. A maioria das cidades não tem calçadas para pedestres, e os deficientes físicos são os que mais sofrem por não poderem se deslocar sozinhos, e sempre dependem de alguém para empurrar e desviar suas cadeiras de rodas da maldita buraqueira das ruas sem manutenção há dezenas de anos, não há sinalização com placas (vertical) e nas ruas (horizontal), mas, pintar sinalização horizontal, onde? É tanta sacanagem que a vontade que dá, é pegar um prefeito desses e dá muita porrada na cara deles, porque muitos deles estão podres de ricos de tanto roubar as verbas que seriam para resolver essas coisas.
Caro David,
Dizem que 3 é o número de Deus e 4 o número do homem. O 7 resulta da soma de 3 com 4 e significaria “perfeição”. Isso não se aplica ao contexto de Santarém.
Dá para notar a perfeição no rio Tapajós, nas suas praias e na vegetação. Mas as construções, a parte que cabe ao homem, são uma tragédia só em Santarém.
Encontrar 7 infraestruturas erradas em Santarém é mole! Difícil é encontrar 7 obras de infraestrutura duráveis e úteis construídas em Santarém nos últimos 30 anos.
Esse espaço, o blog, deveria ser usado para debater problemas maiores e prever soluções para melhorar a cidade como um todo.
Tentar arrumar, achar soluções para coisas que já nasceram erradas é fácil. Não se faz uma cidade de 1 milhão de mocorongos (autóctones ou por osmose), desenhando bueiros ou cruzamentos. Planejar a Santarém de 2064 é que são elas.
Mestre. Se o poder público não consegue fazer uma tampa para tapar o buraco que o Davi mostra na foto em frente ao CAS, vai fazer planejamento para 2064?
Acorda cara, vamos ao menos remendar as deficiências que estão matando gente todo dia.