
Foi encontrado ontem, 17, o corpo do piloto santareno Elcides Rodrigues Pereira, de 64 anos, o Peninha, que estava sumido há três dias após um pouso forçado no rio Catrimani, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, informou o Corpo de Bombeiros. A informação é do portal Pará News, editado pelo jornalista Evandro Correa.
Peninha era muito conhecido no oeste o Pará, voava principalmente na região garimpeira de Itaituba.
Na quarta-feira, 14, o monomotor da Paramazônia Táxi Aéreo, guiado pelo piloto, apresentou pane elétrica, e ele teve fazer o pouso dentro do rio, no meio da selva amazônica.
Na aeronave também estava o técnico em enfermagem Ednilson Cardoso, de 28 anos, que foi resgatado com vida logo após o acidente. Eles estavam em missão pela Secretaria Estadual de Saúde Indígena (Sesai).
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De acordo com coronel Doriedson Ribeiro, comandante do Corpo de Bombeiros, o corpo de Elcides Rodrigues foi achado por volta das 10h de sábado, a cerca seis quilômetros do local onde o avião fez o pouso e perto da margem do rio.
O corpo foi retirado da região e transportado para Boa Vista de avião, onde chegou às 16h20, e depois levado ao Instituto Médico Legal (IML).
A família de Elcides Pereira já foi informada, segundo Ribeiro.
O comandante do Corpo de Bombeiros disse ainda que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi acionado para investigar as causas do acidente.
“O Cenipa esteve na região para averiguar as circunstâncias do acidente”, informou Ribeiro. A aeronave ainda está no local.
O dono da Paramazônia Táxi Aéreo, Arthur Neto, informou que presta solidariedade aos familiares do piloto. A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde, responsável pela Sesai, e aguarda retorno.
POUSO FORÇADO
O avião de pequeno porte que o piloto guiava apresentou pane elétrica durante um voo com destino à comunidade indígena Marari, onde uma criança doente seria resgatada.
O voo decolou de Boa Vista às 13h e às 14, segundo o técnico em enfermagem, apresentou a pane elétrica. O piloto fez contato com a central da Paramazônia, informou sobre o problema e passou a localização de onde eles estavam.
Depois, o Elcides Pereira teve de fazer o pouso dentro do rio – veja no vídeo acima – devido à região ser de mata fechada. Tanto o técnico Ednilson quanto o piloto sobreviveram ao impacto.
“Foi um pouso forçado, mas também foi uma queda, porque caímos dentro do rio e o avião afundou na água”, disse o técnico na sexta-feira (16).
CATRIMANI
Cerca de 1h após o acidente, a Paramazônia mandou resgate próprio ao local, mas, segundo o técnico, o piloto não conseguiu subir no helicóptero da empresa, caiu no rio Catrimani e desapareceu.
“Tentamos muito puxá-lo para dentro do helicóptero, mas ele estava muito molhado e cansado e por isso acabou caindo dentro do rio. Eu desci e fui atrás dele, mas não o achamos mais”, relembrou Ednilson Cardoso.
Apesar do acidente ter ocorrido na tarde de quarta, o Corpo de Bombeiros diz que só foi acionado à noite e enviou equipes de resgate para a região na manhã de quinta.

Uma Fatalidade. Conheci o Comandante Pena (Peninha) quando trabalhei numa Frente de Atração de Indígenas Isolados na região do Rio Cuminapanema e fizemos um sobrevoo às Aldeias num Cessna 206 pilotado por ele juntamente com o Comandante Eder como co-piloto. Minhas condolências à família enlutata.