Amazônia emite agora mais CO2 do que absorve, diz pesquisa; sul do Pará é ponto crítico

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Amazônia emite agora mais CO2 do que absorve, diz pesquisa; sul do Pará é ponto crítico
Incêndio em Alter do Chão, em área de reserva ambiental. Foto: Reprodução/Arquivo BJ

Uma pesquisa publicada na revista científica Nature aponta que atualmente a floresta amazônica emite mais carbono do que absorve. Segundo os cientistas, essa descoberta os leva a crer que o papel da Amazônia como um “reservatório de carbono” está ameaçado e isso pode impactar o clima ao redor do mundo.

O termo reservatório de carbono quer dizer que a floresta é capaz de absorver enormes quantidades de dióxido de carbono, ou CO2, o que ajuda a manter o clima mais ameno na Terra. A mudança, de acordo com a pesquisa, foi causada pela interferência humana no ambiente, incluindo desmatamento, queimadas e exploração madeireira.

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O estudo foi conduzido de 2010 a 2018 e a parte brasileira da Amazônia pode ser observada em quase 600 voos sobrevoando o ambiente. O esforço permitiu que os pesquisadores coletassem dados a respeito das quantidades de dióxido de carbono e monóxido de carbono na atmosfera.

Na análise, foi descoberto que os quatro pontos principais pontos da Amazônia no Brasil emitem 410 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono por ano. A causa principal são incêndios grandes, muitas vezes iniciados por interferência humana.

Com o desmatamento e o uso da terra para agricultura, a Floresta Amazônica perdeu cerca de 17% de seu território nas últimas décadas. Consequentemente, a temperatura tem aumentado, a umidade diminuiu e tem chovido menos nesses locais, o que também favorece incêndios descontrolados.

O trecho mais preocupante da Amazônia brasileira é entre o sul do Pará e o norte do Mato Grosso, onde há maior emissão de carbono. Além disso, a degradação da terra nessa área é grande e resulta em uma alta na mortalidade das árvores.

Clima na Amazônia

“Além do desmatamento representar uma emissão de carbono para atmosfera, ele altera a condição climática na Amazônia e faz com que a floresta não desmatada também se torne uma fonte de carbono para a atmosfera e aumenta sua inflamabilidade”, diz a pesquisa.

O estudo urge para o fim do desmatamento e das queimadas e afirma que essa é a solução. Não só seria possível reverter a emissão de CO2, como também aumentar a absorção do elemento pela floresta amazônica. Segundo os cientistas, isso ajudaria aliviaria a situação climática ao redor do globo.

Com informações da Ansa e UOL


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