
A série documental Amazônidas traz uma perspectiva inédita sobre a Amazônia, focando nas histórias e experiências das pessoas que fazem e são a sociodiversidade da região.
Com estreia marcada para amanhã (21), no cinema de Santarém, oeste do Pará, a produção representa uma das primeiras grandes séries documentais idealizadas e realizadas por profissionais nascidos e residentes na região.
Idealizada pelo antropólogo e documentarista Diego Alano Pinheiro, a série destaca as narrativas de 17 interlocutores de comunidades quilombolas, povos indígenas, ribeirinhos, LGBTQIAPN+ e populações negras da Amazônia, trazendo uma visão humanizada sobre o que significa viver e ser amazônida.
Essa abordagem contrasta com as comuns representações da região, que frequentemente se concentram na fauna e flora e são realizadas por produções estrangeiras.
— ARTIGOS RELACIONADOS
“Queremos que o público compreenda profundamente e genuinamente as nossas crenças, a cultura, o nosso jeito de viver em comunidades na Amazônia. Cada história evidencia a essência do que somos e a identidade dos nossos povos,” explica o diretor Diego Alano.
Diversidade e conexões entre comunidades
Dividida em cinco episódios – LGBTQIAPN+, Educação Indígena, Negritudes, Ribeirinhos e Crenças –, a série exibe temas como educação intercultural, saberes ancestrais, diversidade de gênero e sexualidade, espiritualidade, e as conexões entre as comunidades e o meio ambiente. Os episódios são interdependentes e tem duração de 30 minutos cada um.
A fotografia da série se destaca por capturar tanto a beleza natural da Amazônia quanto os gestos e expressões que revelam as histórias de seus protagonistas – o povo amazônida.
No episódio “Educação Indígena”, por exemplo, a artista Gilvana Borari destaca a resistência e as lutas dos povos tradicionais. “Falar sobre Amazônia é falar sobre as nossas lutas, nossa cultura. Estou feliz de fazer parte do documentário e falar da nossa casa, nossa vida. Falar de nós, sem nós, nunca mais”, enfatiza.
O pajé Nato Tupinambá, em outro episódio, fala sobre sua profunda relação com a floresta. “A floresta é a minha casa sagrada.” Sua narrativa reflete como a floresta é essencial para a espiritualidade e o modo de vida de seu povo.
A diversidade de gênero e sexualidade também é abordada de maneira sensível, como no depoimento da multiartista Adélia Luiz, ativista LGBTQIAPN+: “Reivindico meu espaço através da minha arte; é minha forma de continuar viva e resistindo.”
Produção amazônida
Selecionada pelo Edital de Audiovisual Fomento Inciso I – Lei Paulo Gustavo, Amazônidas foi realizada por uma equipe majoritariamente composta por profissionais locais, reforçando o protagonismo dos povos da região na construção de suas próprias narrativas.
As gravações, realizadas ao longo de 9 meses, percorreram localidades como Alter do Chão, Monte Alegre, Altamira, Belém, Castanhal, e comunidades ribeirinhas ao longo dos rios Tapajós e Arapiuns. No total, foram registradas mais de 42 horas de conteúdo, incluindo entrevistas e imagens de apoio.
Sinopse
Amazônidas é uma série documental em cinco episódios que retrata as múltiplas perspectivas sobre o ser e viver na Amazônia, sobretudo a paraense.
Com histórias de comunidades quilombolas, populações negras, indígenas, ribeirinhas e LGBTQIAPN+, a série busca valorizar as narrativas dos povos locais, destacando as dinâmicas culturais e a sociodiversidade da região. Os temas abordados incluem educação intercultural, conexão com a floresta e os rios, saberes ancestrais, diversidade de gênero e crenças.
Serviço
O lançamento de Amazônidas ocorrerá no dia 21 de janeiro de 2025, no cinema de Santarém, com exibição para convidados e interessados.
Após o evento, a série será disponibilizada gratuitamente em plataformas digitais.
Com informações da Muruci Produções/Anna Karla Lima
— O JC também está no Telegram. E temos ainda canal do WhatsAPP. Siga-nos e leia notícias, veja vídeos e muito mais.
Deixe um comentário