Seis iniciativas de associações e cooperativas situadas nas florestas nacionais (flonas) do Tapajós, Itaituba I, Trairão e seus entornos, estão recebendo recursos e apoio técnico para fortalecer e expandir atividades de produção florestal sustentável na Amazônia. No total, R$1,5 milhões do Fundo Amazônia estão sendo investidos no local pela Conservação Internacional (CI-Brasil).
A chamada de apoio a projetos para cadeias de valor de base comunitária foi lançada em 2022. As organizações selecionadas trabalham com cadeias produtivas de óleos, sementes, frutos e látex, ou seja, produtos da sociobiodiversidade que quando produzidos de forma sustentável auxiliam na geração de emprego e renda e valorizam a floresta em pé, conforme explicou a gerente de projeto Karol Marques.
“É muito importante ter uma fonte de apoio como o Fundo Amazônia, que permite o investimento em projetos estruturantes, que valorizam a cultura e aptidão das comunidades tradicionais em suas cadeias produtivas, com foco na geração de renda, bem-estar humano e na conservação da floresta em pé e dos serviços ecossistêmicos”.
Açaí e bijóias
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Como resultado, o recurso será aplicado em construções de infraestruturas para beneficiamento de produtos florestais, espaços de produção, armazenamento, capacitação e aquisição de equipamentos voltados para a produção.
Na flona Tapajós e entorno, haverá o fortalecimento da cadeia produtiva do açaí, andiroba, biojoias e amêndoas do cupuaçu. Já na flona do Trairão as ações serão focadas na cadeia produtiva de polpas de frutas.
A Associação dos Produtores de Óleo de Andiroba Quatro Irmãos – ASPRODAQUI foi uma das organizações selecionadas pelo edital. A presidente da entidade, Marcilene Costa, destaca a importância desse fomento que irá viabilizar a construção de um espaço para a realização dos trabalhos de beneficiamento artesanal de andiroba.
“Já trabalhamos com o óleo de andiroba e de copaíba, produzindo velas. A andiroba é o carro chefe do nosso trabalho. Começamos a nos organizar para trabalhar com ela depois de vermos que é uma planta muito encontrada nos nossos quintais. A semente era jogada fora, somente os antigos que usavam muito para fazer remédio”, explicou Marcilene.
“Decidimos usar a sabedoria passada de mãe para filha e fazer disso um projeto que desse renda pra gente. Agora com esse recurso iremos construir um local para a nossa associação trabalhar, o que vai nos permitir também incluir outras atividades como o artesanato de palha e os arranjos com a Sempre Viva, uma outra planta comum da região.”
Tapajós Sustentável e Resiliente
As outras organizações selecionadas para apoio foram: a Associação dos Agricultores Familiares do Batata (ASAFAB), Associação de Moradores Rurais Extrativistas de São Domingos (ACESD), Associação Comunitária dos Trabalhadores Rurais Extrativistas, Agricultores e Pescadores do Chibé (ASTREC), Federação das Organizações e Comunidades Tradicionais da Flona Tapajós (FCFT) e a Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Município de Belterra (AMABELA).
A ação é realizada no âmbito do projeto Tapajós Sustentável e Resiliente, da CI-Brasil. Além do apoio financeiro, às organizações comunitárias selecionadas também estão recebendo apoio técnico e mentoria da equipe do projeto para garantir o sucesso das ações.
O Fundo Amazônia tem por finalidade captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal. Também apoia o desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento no restante do Brasil e em outros países tropicais.
Com informações da CI-Brasil/Ascom – Dannie Oliveira
1,5 milhão…